Qualidade protéica de linhagens de soja com ausência do Inibidor de Tripsina Kunitz e das isoenzimas Lipoxigenases

Autores

  • Márcia Regina Pereira MONTEIRO niversidade Federal de Minas Gerais
  • Neuza Maria Brunoro COSTA Universidade Federal de Viçosa
  • Maria Goreti de Almeida OLIVEIRA Universidade Federal de Viçosa
  • Christiano Vieira PIRES Universidade Federal de Viçosa
  • Maurílio Alves MOREIRA Universidade Federal de Viçosa

Palavras-chave:

soja, inibidores de Tripsina, qualidade protéica, inibidor da Tripsina de soja de Kunitz

Resumo

Objetivo
Avaliar a qualidade protéica de farinhas de soja, que diferem entre si com relação à presença de lipoxigenases e/ou Inibidor de Tripsina Kunitz.

Métodos
Procedeu-se aos ensaios biológicos com ratos, em que foram avaliados a Razão da Eficiência Protéica, Razão Protéica Líquida, Utilização Protéica Líquida e a digestibilidade. Determinou-se a composição aminoacídica das farinhas e cálculo do Escore Químico Corrigido pela Digestibilidade.

Resultados
Os valores de Razão da Eficiência Protéica, Razão Protéica Líquida, Utilização Protéica Líquida para as variedades de soja foram inferiores aos valores obtidos para caseína. Para as farinhas sem Inibidor de Tripsina Kunitz foram obtidos valores de digestibilidade maiores que para as farinhas com Inibidor de Tripsina Kunitz, e esses foram bem próximos aos da caseína. Com relação ao teor aminoacídico, constatou-se que o aminoácido limitante dessa soja é lisina e não metionina, ao contrário do que aponta a literatura.

Conclusão
A eliminação genética do Inibidor de Tripsina Kunitz melhora consideravelmente a digestibilidade da proteína de soja. Os resultados do Escore Químico Corrigido pela Digestibilidade não indicaram diferença entre as farinhas sem Inibidor de Tripsina Kunitz das farinhas derivadas de linhagens com Inibidor de Tripsina Kunitz, como foi observado pelos resultados da digestibilidade in vivo.

Referências

Miura EMY, Binotti MAR, Camargo DS, Mizubuti IY, Ida EI. Avaliação biológica de soja com baixas atividades de inibidores de tripsina e ausência do inibidor Kunitz. Arch Latinoam Nutr 2001; 51(2):1-8.

Sant’ana LFR, Costa NMB, Oliveira MGA, Gomes MRA. Valor nutritivo e fatores antinutricionais de multimisturas utilizadas como alternativa alimentar. Braz J Food Technol 2000; 3:129-35.

Vasconcelos IM, Maia AAB, Siebra EA, Oliveira JTA, Carvalho AFFU, Melo VMM, et al. Nutritional study of two Brazilian soybean (Glycine max) cultivars differing in the contents of antinutritional and toxic proteins. J Nutr Biochem 2001; 12:55-62.

Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 14th ed. Washington, DC; 1984. 1141p.

Reeves PG, Nielsen FH, Fahey GC. AIN-93 purified diets for laboratory rodents: final report of the american institute of nutrition ad hoc writing committee on the reformulation of the AIN-76A rodent diet. J Nutr 1993; 123(11):1939-51.

Bender AE, Doell BH. Note on the determination of net protein utilization by carcass analysis. Br J Nutr 1957; 11:138-43.

Miller DS, Bender AE. The determination of the net utilization of proteins by a shortened method. Br J Nutr 1955; 9:382-8.

Food and Agriculture Organization. Protein quality evaluation. Rome; 1991. 66p. (FAO Food and Nutrition Paper, 51).

Sarwar G. The protein digestibility-corrected amino acid score method overestimates quality of proteinscontaining antinutritional factors and of poorly digestible proteins supplemented with limiting amino acids in rats. J Nutr 1997; 127:758-64.

Food and Agriculture Organization. Energy and protein requirements. Geneva; 1985. 724p.

Henley EC, Kuster JM. Protein quality evaluation by protein digestibility corrected amino acid scoring. Food Technol 1994; 48:74-7.

Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 15th ed. Washington, DC; 1990. p.1105-6.

Lima GJMM. Importância da qualidade nutricional da soja e de seus subprodutos no mercado de rações: situação atual e perspectivas futuras. In: Congresso Brasileiro de Soja; 1999; Londrina. Londrina: Embrapa; 1999. 533p.

McLaugaulan JM, Keith OM. Biossays for protein quality. In: Frieedman M, editor. Protein nutritional quality of foods and feeds. New York: Marcel Dekker; 1975. p.79-85.

Rackis JJ, Gunbmann MR, Liener IE. The USDA trypsin inhibitor study. I. background, objectives and procedural details. Qual Plant Food Hum Nutr 1985; 35:213-42.

Morales de León JC, Rodrigues HB, Zardain MI. Cooking procedures fordirect consumption of whole soybeans. Arch Latinoam Nutr 1985; 35(2):326-36.

Gutierrez RR, Romano MA, Gomez MH. Evaluación nutricional y de estabilidad durante el almacenamiento de mezclas extruidas com sorgo. Arch Latinoam Nutr 1987; 37(3):503-14.

Stipanuk MH. Biochemical and physiological aspects of human nutrition. Philadelphia: Saunders Company; 2000.

Friedman M, Gumbmann MR. Nutritional improvement of soy flour through inactivation of trypsin inhibitors by sodium sulfite. J Food Sci 1986; 51:1239-41.

Herkelman KL, Cromwell GL, Pfeiffer TW, Knabe DA. Apparent digestibility of amino acids in raw and heated conventional and low trypsin inhibitor soybeans for pigs. J Anim Sci 1992; 70(3): 818-26.

Blanco A, Bressani R. Biodisponibilidad de aminoácidos in el frijol (Plhaseolus vulgaris). Arch Latinoam Nutr 1991; 41(1):38-51.

Downloads

Publicado

11-08-2023

Como Citar

Pereira MONTEIRO, M. R., Brunoro COSTA, N. M. ., de Almeida OLIVEIRA, M. G. ., Vieira PIRES, C. ., & Alves MOREIRA, M. (2023). Qualidade protéica de linhagens de soja com ausência do Inibidor de Tripsina Kunitz e das isoenzimas Lipoxigenases. Revista De Nutrição, 17(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9181

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS