Cenário da pesquisa em Alimentação Coletiva no Brasil

Autores

  • Flávia Milagres CAMPOS Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  • Shirley Donizete PRADO Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Fabiana Bom KRAEMER Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Francisco Romão FERREIRA Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Maria Cláudia da Veiga Soares CARVALHO Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Alimentação coletiva, Serviços de alimentação, Programas de pós-graduação em saúde, Ciência

Resumo

Objetivo
Busca-se uma aproximação com o cenário da pesquisa em Alimentação Coletiva no Brasil a partir dos programas de pós-graduação Stricto Sensu pertencentes à área da Nutrição, dos grupos de pesquisa e da produção científica.

Métodos
Foi realizado levantamento das linhas de pesquisa em que são desenvolvidos trabalhos de interesse, bem como de docentes vinculados a estas linhas. Para identificação dos grupos de pesquisa, empregou-se o site do Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil e o recorte da produção científica foi baseado nos artigos publicados no Scientific Eletronic Library Online. Também foi investigada a publicação internacional vinculada às linhas de pesquisa que se voltam à produção de refeições.

Resultados
Apenas dois programas possuem linhas de pesquisa que descrevem a produção de refeições como objeto de estudo, embora 13 programas de pós-graduação desenvolvam estudos em interface com a Alimentação Coletiva voltados, principalmente, para aspectos nutricionais e sanitários dos alimentos. Essa tendência também foi observada nos artigos nacionais. A internacionalização nas duas linhas de pesquisa destacadas ocorreu por meio da publicação em 22 revistas diferentes nos últimos cinco anos. Entre os 35 docentes identificados, a maioria possui doutoramento na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos. O número de grupos de pesquisa cresceu de dois, no ano 2000, para 29, em 2010.

Conclusão
A inserção da Alimentação Coletiva na pós-graduação é limitada. A principal tendência é de aproximação com a Ciência e Tecnologia de Alimentos no que se refere às linhas de pesquisa, qualificação docente e trabalhos publicados.

Referências

Velloso J. A pós-graduação no Brasil: formação e trabalho de mestres e doutores no país. Brasília: Capes; 2002.

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Plano Nacional de Pós-Graduação: PNPG 2011-2020. Brasília: Capes; 2010.

Kac G, Fialho E, Santos SMC, Assis AMO. Reflexões do I Fórum de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Nutrição no Brasil. Rev Nutr. 2006;19(6):785-92. https://doi.org/10.1590/S1415-52732006000600013

Kac G, Proença RCP, Prado SD. A criação da área Nutrição na Capes. Rev Nutr. 2011;24(6):905-16. https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000600011

Prado SD, Bosi MLM, Carvalho MCVS, Gugelmin SA, Silva JK, Delmaschio KL, et al. A pesquisa sobre alimentação no Brasil: sustentando a autonomia do campo Alimentação e Nutrição. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(1):107-19. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100015

Prado SD, Bosi MLM, Carvalho MCVS, Gugelmin SA, Mattos RA, Camargo Junior KR, et al. Alimentação e nutrição como campo científico autônomo no Brasil: conceitos, domínios e projetos políticos. Rev Nutr. 2011;24(6):927-37. https://doi.org/10.1590/S1415-52732011000600013

Campos GWS. Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciênc Saúde Coletiva. 2000;5(2):219-30. https://doi.org/10.1590/S1413-81232000000200002

Prado SD. Quais os núcleos de saberes que conformam o campo da alimentação e nutrição no Brasil? Demetra. 2013;8(1):1-8.

Vasconcelos FAG. The construction of scientific knowledge in Food and Nutrition: Analysis of dissertations and theses in the Brazilian PostGraduation programs in Nutrition. Rev Nutr. 2015; 28(1):5-16. https://doi.org/10.1590/1415-52732015000100001

Conselho Federal de Nutricionistas. Perfil da atuação profissional do nutricionista no Brasil. Brasília: CFN; 2006. 11. Bosi MLM, Prado SD. Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva: constituição, contornos e estatuto científico. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(1):7-17. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100002

Proença RC, Sousa AA, Veiros MB, Hering B. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições. Florianópolis: UFSC; 2005.

Boog MCF, Rodrigues KRM, Silva SMF. Situação profissional dos nutricionistas egressos da PUCCAMPI. Áreas de atuação, estabilidade, abandono da profissäo, desemprego. Rev Nutr. 1988;1(2):139-52.

Gambardella AMD, Ferreira CF, Frutuoso MFP. Situação profissional de egressos de um curso de Nutrição. Rev Nutr. 2000;13(1):37-40.

Akutsu RC. Brazilian dieticians: Professional and demographic profiles. Rev Nutri. 2008;21(1):7-19. https://doi.org/10.1590/S1415-52732008000100002

Delmaschio KL. Os grupos de pesquisa nos campos da alimentação e nutrição e das ciências dos alimentos de 2000 a 2008 no Brasil [mestrado]. Rio de Janeiro: UERJ; 2012.

Oliveira RBA, Prado SD, Carvalho MCVS, Ferreira FR. A pesquisa em Nutrição Clínica no Brasil. Rev Nutr. 2014;27(5):619-28. https://doi.org/10.1590/1415-52732014000500010

Silva JK, Prado SD, Carvalho MCVS, Ornelas TFS, Oliveira PF. Alimentação e cultura como campo científico no Brasil. Physis. 2010;20(2):413-42. https://doi.org/10.1590/S0103-73312010000200005

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Cursos recomendados. Brasília: Capes; 2016 [acesso 2016 maio 5]. Disponível em: http://www.capes.gov.br/cursos-recomendados

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Plataforma Lattes. Brasília: CNPq; 2016 [acesso 2016 jan 15]. Disponível em: http://lattes.cnpq.br

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil. Brasília: CNPq; 2013 [acesso 2013 set 6]. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/buscagrupo

Bourdieu P. O campo científico. In: Ortiz R. Pierre Bourdieu: sociologia. São Paulo: Ática; 1983. p.122-55.

Bourdieu P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico São Paulo: Unesp; 2004.

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Tabela de Áreas do Conhecimento. Brasília: CNPq; 2015 [acesso 2015 jan 20]. Disponível em: http://www.cnpq.br/documents/10157/186158/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Plataforma Sucupira: periódicos Qualis-2014. Brasília: Capes; 2016 [acesso 2016maio 6]. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/index_consultas.jsf

Bosi MLM. Profissionalização e conhecimento: a nutrição em questão. São Paulo: Hucitec; 1996.

Ypiranga L, Gil MF. Formação profissional do nutricionista: por que mudar? In: Cunha DTO, Ypiranga L, Gil MF. In: II Seminário Nacional sobre o Ensino de Nutrição. Goiânia: Febran; 1989. p.20-36.

Luz MT. Notas sobre a política de produtividade em pesquisa no Brasil: consequências para a vida acadêmica, a ética no trabalho e a saúde dos trabalhadores. Polít Soc. 2008;7(13):205-28. https://doi.org/10.5007/2175-7984.2008v7n13p205

Carvalho MCVS, Luz MT, Prado SD. Comer, alimentar e nutrir: categorias analíticas instrumentais no campo da pesquisa científica. Ciênc Saúde Coletiva. 2011;16(1):155-63. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100013

Downloads

Publicado

16-03-2023

Como Citar

Milagres CAMPOS, F. ., Donizete PRADO, S. ., Bom KRAEMER, F. ., Romão FERREIRA, F., & da Veiga Soares CARVALHO, M. C. . (2023). Cenário da pesquisa em Alimentação Coletiva no Brasil. Revista De Nutrição, 30(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/7817

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS