Avaliação da adequação da ingestão de nutrientes na prática clínica

Autores/as

  • Dirce Maria Lobo MARCHIONI Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Nutrição
  • Eliseu VERLY JUNIOR Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Nutrição
  • Chester Luis Galvão CESAR Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Epidemiologia.
  • Regina Mara FISBERG Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, Departamento de Nutrição

Palabras clave:

Avaliação nutricional, Ingestão de alimentos, Necessidades nutricionais, Nutrientes

Resumen

Objetivo
Para se avaliar a adequação da ingestão de nutrientes, é necessário determinar qual é a quantidade necessária para as funções normais do indivíduo, bem como a sua ingestão habitual. A necessidade de nutrientes varia de indivíduo para indivíduo, assumindo um coeficiente de variação de 10% a 15%. Além disso, a ingestão individual está sujeita à variação de consumo no dia a dia, conhecida como variabilidade intrapessoal. Considerando que as informações sobre a variação intrapessoal disponíveis na literatura são as da população norte-americana, este estudo tem dois objetivos: (1) disponibilizar valores de desvio-padrão intrapessoal de ingestão de nutrientes estimados em população brasileira, que possam ser aplicados no cálculo da adequação da ingestão de nutrientes; e (2) oferecer valores teóricos que apoiem a tomada de decisão, na prática clínica, quanto à adequação da ingestão de nutrientes selecionados por um indivíduo, calculados com base nos desvios-padrão encontrados e com três níveis de confiabilidade.
Métodos
Foram utilizados dados de adolescentes, adultos e idosos que participaram do inquérito de saúde de base populacional no município de São Paulo (Inquérito de Saúde de São Paulo). Foram entrevistados 865 indivíduos, que responderam a um recordatório de 24 horas, replicados em uma subamostra de 294 sujeitos. Esses dados foram utilizados para o cálculo do desvio-padrão por meio de modelos de efeitos aleatórios.
Resultados
Os coeficientes estimados variaram de 40% para o zinco, a 127% para a vitamina C.
Conclusão
Os desvios-padrão encontrados podem ser utilizados na avaliação quantitativa da adequação da ingestão de vitamina E, B6, tiamina, riboflavina, cálcio, magnésio, ferro, zinco, sódio, folato e niacina, propiciando mais um elemento formativo do diagnóstico do estado nutricional.

Citas

Fisberg RM, Marchioni DML, Slater B. Recomendações nutricionais. In: Fisberg RM, Slater B, Marchioni DML, Martini LA. Inquéritos alimentares: métodos e bases científicos. São Paulo: Manole; 2005. p.190-236.

Carriquiry AL. Estimation of usual intake distributions of nutrients and foods. J Nutr. 2003; 133(2):601S-08S.

Verly-Jr E, Cesar CLG, Fisberg RM, Marchioni DML. Sources of variation of energy and nutrient intake among adolescents in São Paulo, Brazil. Cad Saúde Pública. 2010; 26(11):2129-37. doi: 10.1590/S0 102-311X2010001100014.

Sempos CT, Looker AC, Johnson CL, Woteki CE. The importance of withing -person variability in estimating prevalence. In: Monitoring dietary intakes. New York: Springer-Verlag; 1991. p.99-109.

Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes: applications in dietary assessment. Washington (DC): National Academy Press; 2000.

Willett WC. Nutritional epidemiology. 2th ed. New York: Oxford University Press; 1998

Castro MA, Barros RR, Bueno MB, César CLG, Fisberg RM. Trans fatty acid intake among the population of the city of São Paulo, Brazil. Rev Saúde Pública. 2009; 43(6):991-7. doi: 10.1590/S 0034-89102009005000084

Nusser SM, Carriquiry AL, Dodd KW, Fuller WA. A semiparametric transformation Approach to Estimating Usual Daily Intake Distributions. J Am Stat Assoc. 1996; 91(436):1440-9

Nutrition Coordinating Center. Nutrition Data System for Research (NDS-R). Minnesota: University of Minnesota; 2003.

Institute of Medicine, Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy Press; 2001.

Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary reference intakes for Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6 , Folate, Vitamin B12, Pantothenic Acid, Biotin, and Choline. Washington (DC): National Academy Press; 1998.

Verbeke G, Molenberghs G. Linear mixed models for longitudinal data. New York: Spring-Verlag; 2000. Spring Series in Statistics.

Littell RC, Milliken GA, Stroup WW, Wolfinger RD, Schabenberger O. SAS® for Mixed Models. 2th ed. Cary (NC): SAS Institute; 2006.

Marchenko Y. Estimating variance components in Stata. Stata J. 2006; 6(1):1-21.

Marchioni DML, Slater B, Fisber RM. Aplicação das dietary reference intakes na avaliação da ingestão de nutrientes para indivíduos. Rev Nutr. 2004; 17(2):207-16. doi: 10.1590/S1415-5273200400 0200007.

Costa MMF, Takeyama L, Voci SM, Slater B, Silva MV. Within- and between-person variations as determinant factors to calculate the number of observations to estimate usual dietary intake of adolescents. Rev Bras Epidemiol. 2008; 11(4):541-8. doi: 10.1590/S1415-790X2008000400003.

ahns L, Carriquiry A, Arab L, Mroz TA, Popkin BM. Within- and between-person variation in nutrient intakes of Russian and U.S. children differs by sex and age. J Nutr. 2004; 134(11):3114-20

Dwyer J, Picciano MF, Raiten DJ. Estimation of usual intake: what we eat in America - NHANES. J Nutr. 2003; 133(2):609S-3S.

Posner BM, Borman CL, Morgan JL, Borden WS, Ohls JC. The validity of thelephone-administered 24-hour dietary recall methodology. Am J Clin Nutr. 1982; 36(3):546-53

Publicado

2023-09-29

Cómo citar

MARCHIONI, D. M. L. ., VERLY JUNIOR, E. ., CESAR, C. L. G. ., & FISBERG, R. M. . (2023). Avaliação da adequação da ingestão de nutrientes na prática clínica. Revista De Nutrição, 24(6). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9865

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS