Desafios na medição quantitativa da ingestão alimentar em estudos populacionais

Autores

  • Luiz Antonio dos ANJOS Universidade Federal Fluminense
  • Danielle Ribeiro de SOUZA Universidade Federal Fluminense
  • Sinara Laurini ROSSATO Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Palavras-chave:

Ingestão de energia, Ingestão de alimentos, Metabolismo energético

Resumo

A avaliação da ingestão alimentar em populações é uma medida cada vez mais presente em estudos epidemiológicos para a investigação da relação entre nutrição e doenças crônicas não transmissíveis já que as atuais recomendações indicam a necessidade de se manter uma vida ativa com controle da ingestão alimentar. A medida da ingestão alimentar quantitativa é geralmente feita por meio de recordatório (ou diário) alimentar de 24h ou por questionários semiquantitativos de freqüência alimentar. O presente artigo discute os principais fatores que envolvem a obtenção e a análise dessas informações, particularmente no que diz respeito à ingestão energética. Fica evidente a necessidade de aprimorar as condições de obtenção das informações sobre as porções ingeridas, as tabelas de composição química de alimentos e da estimativa do gasto energético para a determinação das recomendações energéticas.

Referências

Popkin BM. The nutrition transition and obesity in the developing world. J Nutr. 2001;131:871S-3S.

World Health Organization. Diet, nutrition and prevention of chronic disease. World Health Org Tech Rep Ser. 916, 2003.

Schaefer EJ. Lipoproteins, nutrition, and heart disease. Am J Clin Nutr. 2002; 75:191-212.

World Health Organization. Process for a global strategy on diet, physical activity and health. Geneve: World Health Organization; 2003.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estudo Nacional da Despesa Familiar. Tabelas de composição dos alimentos. 4a.ed. Rio de Janeiro: IBGE; 1996.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2004.

Food and Agriculture Organization. The Sixth World Food Survey. [cited 2009 Jan 5]. Available from: <http://www.fao.org/ES/ESS/wfs.asp>.

Gibson RS. Principles of nutritional assessment. 2nd ed. New York: Oxford University Press; 2005.

Willett WC. Nutritional epidemiology. 2nd ed. New York: Oxford University Press; 1998.

Block G, Hartman AM, Dresser CM, Carroll MD, Gannon J, Gardner L. A data-based approach to diet questionnaire design and testing. Am J Epidemiol. 1986; 124:453-69.

Block G, Clifford C, Naughton MD, Henderson M, McAdams M. A brief dietary screen for high fat intake. J Nutr Edu. 1989; 21:199-207.

Teixeira MH, Veiga GV, Sichieri R. Avaliação de um questionário simplificado de freqüência de consumo alimentar como preditor de hipercolesterolemia em adolescentes. Arq Bras Cardiol. 2007; 88:66-71.

Sichieri RE, Everhart J. Validity of a Brazilian food frequency questionnaire against dietary recalls and estimated energy intake. Nutr Res. 1998; 18(10): 1649-59.

Cardoso M, Stocco R. Desenvolvimento de um questionário quantitativo de freqüência alimentar em imigrantes japoneses e seus descendentes residentes em São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2000; 16:107-14.

Salvo VLA, Gimeno SGA. Reprodutibilidade e validade do questionário de freqüência de consumo de alimentos. Rev Saúde Pública. 2002; 36(4):505-12.

Furlan-Viebig R, Pastor-Valero M. Desenvolvimento de um questionário de freqüência alimentar para o estudo de dieta e doenças não transmissíveis. Rev Saúde Pública. 2004; 38:581-4.

Ribeiro AC, Sávio KEO, Rodrigues MLCF, Costa THMC, Schmitz BAS. Validação de um questionário de freqüência de consumo alimentar para a população adulta. Rev Nutr. 2006; 19(5):553-62.

Matarazzo HCZ, Marchioni DL, Figueiredo RAO, Slater B, Neto JE. Reprodutibilidade e validade do questionário de freqüência de consumo alimentar utilizado em estudo de caso-controle de câncer oral. Rev Bras Epidemiol. 2006; 9(3):316-24.

Queiróz AR, Costa CA, Popolim WD, Lima SCTC, Philippi ST. Avaliação do consumo alimentar pela Internet por meio de inquérito de freqüência dietética simplificado. Nutrire: Rev Soc Bras Alim Nutr. 2007; 32(1):11-22.

Fisberg RM, Colucci ACA, Morimoto JM, Marchioni DML. Questionário de freqüência alimentar para adultos com base em estudo populacional. Rev Saúde Pública. 2008; 42(3):550-4.

Zanolla AF, Olinto MTA, Henn RL, Wahrlich V, Anjos LA. Avaliação de reprodutibilidade e validade de um questionário de freqüência alimentar em adultos residentes em Porto Alegre/RS. Cad Saúde Pública. no prelo.

Zabotto CB, Viana RPT, Gil MF. Registro fotográfico para Inquéritos Dietéticos: utensílios e porções. Campinas: Unicamp; 1996.

Universidade Estadual de Campinas. Tabela brasileira de composição de alimentos. Versão II. 2.ed. Campinas: Unicamp; 2006.

Cruz CM, Anjos LA. Análise computacional de macronutrientes e energia de dietas de universitárias. Resumos do 5º Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. São Paulo, 1999. p.115.

Salles-Costa R, Antunes MML, Mello MA, Sichieri R. Comparação de dois programas computacionais utilizados na estimativa do consumo alimentar de crianças. Rev Bras Epidemol. 2007; 10(2):267-75.

Bossan FM, Anjos LA, Vasconcellos MTL, Wahrlich V. Nutritional status of the adult population in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil: the nutrition, physical activity, and health survey. Cad Saúde Pública. 2007; 23(8):1867-76.

Anjos LA, Wahrlich V. Gasto energético: medição e importância para a área de nutrição. In: Kac Gilberto, Sichieri R & Gigante DP, organizadores, Epidemiologia nutricional. Rio de Janeiro: Atheneu; 2007. p.165-80.

Food and Agriculture Organization. Human Energy Requirements. Report of a Joint FAO/WHO/UNU Expert Consultation. Rome: FAO; 2004. Tech Rep Ser 1.

Schofield WN. Predicting basal metabolic rate, new standards and review of previous work. Hum Nutr: Clin Nutr. 1985; 39C(Suppl 1):5-41.

Cruz CM, Silva AF, Anjos LA. A taxa metabólica basal é superestimada pelas equações preditivas em universitárias do Rio de Janeiro, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 1999; 49(3):232-7.

Wahrlich V, Anjos LA, Going SB, Lohman TG. Basal metabolic rate of Brazilians living in the Southwestern United States. Eur J Clin Nutr. 2007; 61(2):290-4.

Wahrlich V, Anjos LA, Vasconcellos MTL. Basal metabolic rate of Brazilian adults from a population based study: The nutrition, physical activity and health survey. [Em revisão].

Anjos LA, Ferreira BCM, Vasconcellos MTL, Wahrlich V. Gasto energético em adultos do Município de Niterói, Rio de Janeiro: resultados da pesquisa de nutrição, atividade física e saúde - PNAFS. Cien Saúde Col. 2008; 13(6):1775-84.

Anjos LA. Obesidade e saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.

Sichieri R, Pereira RA, Martins A, Vasconcellos ABPA, Trichopoulou A. Rationale, design, and analysis of combined Brazilian household budget survey and food intake individual data. BMC Publ Health. 2008; 8:89.

Black AE, Cole TJ. Within- and between-subject variation in energy expediture measured by the doubly-labelled water technique: implications for validating reported dietary energy intake. Eur J Clin Nutr. 2000; 54:386-94.

Goldberg GR, Black AE, Jebb AS, Cole TJ, Murgatroyd PR, Coward WA, Prentice AM. Critical evaluation of energy intake data using fundamental principles of energy intake physiology: 1. Derivation of cut-off limits to identify under-recording. Eur J Clin Nutr. 1991; 45(12):569-81.

Briefel RB, Sempos CT, Mcdowell MA, Chien SC, Alaimo K. Dietary methods research in the third National Health and Nutrition Examination Survey: underrreporting of energy intake. Am J Clin Nutr. 1997; 65(Suppl):1203s-9s.

Anjos LA, Vasconcellos MTL, Barbosa TB, Ferreira BCM, Machado JM, Wahrlich V. Time allocation or 24h activity recall questionnaires overestimate energy expenditure in adults. A population-based study in Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. [Em revisão].

Barbosa TBC, Anjos, LA, Vasconcellos MTL. Padrão de atividade física de adultos residentes no município de Niterói, Rio de Janeiro: Resultados da Pesquisa de Nutrição, Atividade Física e Saúde - PNAFS. [Em revisão].

Anjos LA, Wahrlich V, Bossan FM, Salies MN, Silva PB. Energy expenditure of walking at different intensities in Brazilian college women. Clin Nutr. 2008; 27(1):121-5.

Ainsworth BE, Haskell WL, Whitt MC, Irwin ML, Swartz AM, Strath SJ, et al. Compendium of physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Med Sci Sports Exerc. 2000; 32(Suppl 9): S498-516.

Howley ET. You asked for it: question authority. ACSM Health Fitness J. 2000; 4:6-8.

Byrne NM, Hills AP, Hunter GR, Weinsie RL, Schutz Y. Metabolic equivalent: one size does not fit all. J Appl Physiol. 2005; 99:1112-9.

Gunn SM, van der Ploeg GE, Withers RT, Gore CJ, Owen N, Bauman AE, et al. Measurement and prediction of energy expenditure in males during household and garden tasks. Eur J Appl Physiol. 2004; 91:61-70.

Chiara VL, Sichieri R. Food consumption of adolescents. A simplified questionnaire for evaluating cardiovascular risk. Arq Bras Cardiol. 2001; 77:337-41.

Slater B, Philippi ST, Fisberg RM, Latorre MRDO. Validation of a semi-quantitative adolescent food frequency questionnaire applied at a public school in Sao Paulo, Brazil. Eur J Clin Nutr. 2003; 57(5): 629-35.

Colucci ACA, Philippi ST, Slater B. Desenvolvimento de um questionário de freqüência alimentar para avaliação do consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos de idade. Rev Bras Epidemiol. 2004; 7: 393-401.

Downloads

Publicado

30-08-2023

Como Citar

dos ANJOS, L. A. ., Ribeiro de SOUZA, D., & Laurini ROSSATO, S. . (2023). Desafios na medição quantitativa da ingestão alimentar em estudos populacionais. Revista De Nutrição, 22(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9468

Edição

Seção

SEÇÃO TEMÁTICA - MÉTODOS EM NUTRIÇÃO THEMATIC SECTION - METHODS IN NUTRITION