Adequação nutricional de oferta e consumo de refeições por soldados brasileiros

Autores

  • Raquel Braz Assunção BOTELHO Universidade de Brasília
  • Fernanda AVENA Universidade de Brasília
  • Mariana VERAS Universidade de Brasília
  • Renata Puppin ZANDONADI Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Composição de alimentos, Consumo de alimentos, Militares, Avaliação nutricional

Resumo

Objetivo
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a adequação nutricional de refeições oferecidas e consumidas por soldados do Exército Brasileiro em uma unidade de construção.

Métodos
Para avaliar a demanda energética e de nutrientes para o grupo estudado, foram avaliados o índice de massa corporal, o percentual de gordura (bioimpedância) e o nível de atividade física. Ademais, avaliaram-se nutricionalmente (macronutrientes, sódio, fibras e valor energético total) as refeições ofertadas aos soldados e por eles consumidas.

Resultados
Verificou-se por meio dos resultados que 76% dos soldados estavam eutróficos e que a demanda energética média da população estudada foi de 3600 kcal, porém o consumo energético (3200 kcal) estava abaixo do valor necessário e com inadequação em relação à distribuição de macronutrientes: percentual de carboidratos acima do recomendado; percentual de lipídios abaixo do recomendado. O percentual de proteínas estava de acordo com a recomendação. Verificou-se, também, que havia consumo adequado em relação à quantidade de fibras, porém com excesso de sódio, o que pode representar um risco à população estudada.

Conclusão 
É necessário melhorar a qualidade das refeições ofertadas em relação ao aspecto nutricional a fim de se promover adequação às necessidades dos soldados. Outros tipos de qualidade - sensorial, higiênico-sanitária, regulamentar, entre outras -, não foram avaliados, mas são importantes para se verificar a aceitabilidade das refeições. 

Referências

Brasil. Ministério da Defesa. O exército. Brasília: Mi nistério da Defesa; 2012 [acesso 2012 jul 5]. Disponível em: .

Pograjc L, Stibilij V, Scanc AR, Jamnik M. Determination of macronutrients and some essential elements in the Slovene military diet. Food Chem. 2010; 122(4):1235-40.

Brasil. Lei Orgânica de Segurança Alimentar Nutri cional (Losan). Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação ade quada e dá outras providências. Diário Oficial da União. 2006; 18 set [acesso 2013 out 16]. Dis ponível em: .

Diez-Garcia RW. Eating practices and behavior in the urban environment: A study in downtown São Paulo. Cad Saúde Pública. 1997; 13(3):455-67.

Mullins VA, Houtkooper LB, Howell WH, Going SB, Brown CH. Nutritional Status of U.S. elite female heptathletes during training. Inter J Sport Nutr Exercise Metabol. 2001; 11(3):299-314.

Beshgetoor D, Jeanne FN. Dietary intake and supplement use in female master cyclists and runners. Inter J Sports Nutr. 2003; 13(2):166-72.

Crombie AP, Funderburk LK, Smith TJ, McGraw SM, Walker LA, Champagne CM, et al. Effects of modified foodservice practices in military dining facilities on ad libitum nutritional intake of US army soldiers. J Academy Nutr Dietetics. 2013; 113(7): 920-27.

American College of Sports Medicine, American Dietetic Association, Dietitians of Canada. Joint position stand: Nutrition and athletic performance. Med Sci Sports Exerc. 2000; 32(2):130-45.

Tharion W, Lieberman HR, Montain SJ, Young AJ, Baker-Fulco CJ, DeLany JP, et al. Energy requirements of military personnel. Appetite. 2005; 44(1):47-65.

Schaffer R, Mendenhall W, Ott RL, Gerow KG. Elementary survey sampling. 7th ed. Boston: Brooks/ Cole; 1990.

World Health Organization. The world health report 2002: Reducing risks, promoting healthy life. Geneva: WHO; 2002.

Rossi L, Tirapegui J. Comparação dos métodos de bioimpedância e equação de Faulkner para avaliação da composição corporal em desportistas. Rev Bras Ciênc Farm. 2001; 37(2):137-42

Jellife DB. Evaluación del estado de nutrición de la comunidad. Genebra: OMS; 1968. 14. Food and Agriculture Organization. Human energy requirements. Report of a joint FAO/WHO/ONU Expert consulation. Geneva: FAO; 2001.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes: The essential guide to nutrient requirements. Washington (DC): National Academy Press; 2006.

Camargo EB, Botelho RBA. Técnica dietética: sele ção e preparo de alimentos: manual de laboratório. São Paulo: Atheneu; 2005.

Teixeira S, Milot Z, Carvalho J, Biscontini TM. Admi nistração aplicada às unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Atheneu; 2007.

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação, Universidade Estadual de Campinas. Tabela brasi leira de composição de alimentos. Versão 1. Cam pinas: Unicamp; 2004.

Sávio KEO, Costa TH, Miazaki E, Schmitz BAS. Assessment of lunch served in the workers’ food program, Brazil. Rev Saúde Pública. 2005; 39(2):148-55. 20. Abreu ES, Spinelli MGN, Zanardi AMP. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. São Paulo: Metha; 2009.

United States of America. Department of Health and Human Services. Dietary guidelines for Americans. Washington (DC): U.S. Government Printing Office; 2005 [cited 2012 Aug 18]. Available from: .

Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

Schultz DP, Schultz SE. História da psicologia mo derna. 16ª ed. São Paulo: Cultrix; 1992.

Brasil. Vigitel: Vigilância de Fatores de Risco e Prote ção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

Piers LS, Soares MJ, Frandsen SL, O’Dea K. Indirect estimates of body composition are useful for groups but unreliable in individuals. Inter J Obesity. 2000; 24:1145-52.

Rezende FAC, Rosado LE, Franceschinni SC, Rosado GP, Ribeiro RC. The body mass index applicability in the body fat assessment. Rev Bras Med Exerc Esporte. 2010; 16(2):90-4. 27. Montain SJ, Young AJ. Diet and physical performance. Appetite. 2003; 40(3):255-67.

Silva-Junior EA. Manual de controle higiênico- -sanitário dos alimentos. 6ª ed. São Paulo: Varela; 2005.

Jaime PC, Monteiro CA. Fruit and vegetable intake by Brazilian adults. Cad Saúde Pública. 2005; 21(1):519-24.

Vasconcellos MTL, Anjos LA. Energy adequacy ratio (intake/requirements) as an indicator of household nutritional assessment: A critical analysis of methods applied to food consumption surveys. Cad Saúde Pública. 2001; 17(3):581-93.

Mezomo IFB. O serviço de alimentação. In: Os servi ços de alimentação: planejamento e administração. 4ª ed. São Paulo: Manole; 2002.

Ainsworth B, Haskell W, Whitt M, Irwin ML, Swartz AM, Strath SJ, et al. Compendium of physical activities: Classification of energy cost of human physical activities. Med Sci Sports Exerc. 2000; 32(9):498-516.

Campbell N, Correa-Rotter R, Neal B, Cappuccio FP. New evidence relating to the health impact of reducing salt intake. Nutr Metabol Cardiov Dis. 2011; 21(9):617-9.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

Downloads

Publicado

13-04-2023

Como Citar

Braz Assunção BOTELHO, R. ., AVENA, F., VERAS, M. ., & Puppin ZANDONADI, R. . (2023). Adequação nutricional de oferta e consumo de refeições por soldados brasileiros. Revista De Nutrição, 27(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/8304

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS