Ingestão aguda de cafeína reduz a glicemia sanguínea antes e após o exercício físico agudo em ratos diabéticos
Palavras-chave:
Cafeína, Diabetes Mellitus, Exercício, GlicemiaResumo
Objetivo
O presente estudo verificou os efeitos da suplementação com cafeína associada ao exercício físico agudo sobre a resposta glicêmica em ratos diabéticos.
Métodos
Foram utilizados 32 animais, com 60 dias de idade, e 238±3 g de peso, divididos em quatro grupos: controle, controle cafeína, diabetes e diabetes/cafeína. O modelo de diabetes foi induzido pela administração intraperitoneal de 60 mg/kg de estreptozotocina. De forma aguda, os animais receberam 6 mg de cafeína ou salina para os grupos-controles 60 minutos antes do exercício físico. Os animais realizaram um protocolo de natação de 60 minutos de exercício físico, com sobrecarga de 6% do peso corporal com lactacidemia compatível com a máxima produção de lactato em estado estável (5,5 mmol/L). Após o exercício físico agudo, foi realizada a eutanásia dos animais para coleta de sangue e análises glicêmicas. Antes e após a prescrição das suplementações, ocorreu a aferição das respostas cardiovasculares por meio de um pletismógrafo de cauda. Foi realizado o teste estatístico Analise de Variância one way com post hoc de Student-Newman-Keuls para analisar as diferenças estatísticas entre as suplementações, sendo considerado p<0,05.
Resultados
A prescrição de cafeína na dose de 6 mg/kg não alterou respostas cardiovasculares. No entanto, a cafeína promoveu uma significante redução na glicemia sanguínea (42%; p<0,05) após 60 minutos do protocolo de exercício nos ratos diabéticos em relação aos grupos-controles.
Conclusão
A ingestão aguda de cafeína associada ao exercício físico agudo pode aumentar a captação de glicose sem alterar as respostas cardiovasculares em modelo animal.
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