Autopercepção alimentar de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família em Fortaleza, Ceará, Brasil
Palavras-chave:
Alimentos, Percepção, Atenção primária à saúde, Vulnerabilidade social, MulheresResumo
Objetivo
Avaliar a associação entre a autopercepção alimentar negativa e variáveis socioeconômicas, de saúde, alimentação e estilo de vida de mulheres em vulnerabilidade social, na atenção primária à saúde.
Métodos
Estudo do tipo transversal realizado em uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, Ceará, com 158 mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família. Um questionário foi aplicado contendo as variáveis investigadas. O teste Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância 5% foi utilizado para investigar possíveis associações entre a autopercepção alimentar das mulheres e as demais variáveis.
Resultados
As mulheres apresentaram média de idade de 31,2 anos e a maioria tinha renda familiar inferior a um salário-mínimo (75,9%), ensino médio como o nível de escolaridade (53,8%), apresentou excesso de peso (67,7%), não praticava atividade física (72,8%) e recebeu orientações sobre alimentação (51,9%). A autopercepção alimentar negativa foi relatada por 57,0% da amostra. As mulheres que não praticavam atividade física, tiveram maior frequência de autopercepção alimentar negativa (p=0,007).
Conclusão
A maioria das mulheres apresentou autopercepção negativa da alimentação e a variável “atividade física” mostrou associação positiva em relação à autopercepção alimentar. Conhecer como as mulheres percebem sua alimentação e quais fatores se associam às suas escolhas pode auxiliar os profissionais de saúde em suas condutas no cotidiano dos atendimentos nas unidades de saúde.
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