Um estudo comparativo da freqüência de verbalização empática entre psicoterapeutas de diferentes abordagens teóricas
Palavras-chave:
empatia, empatia terapêutica, relação terapêuticaResumo
O estudo comparou a freqüência de verbalização empática entre dezesseis terapeutas distribuídos em quatro grupos de diferentes orientações: terapia centrada na pessoa, Gestalt-terapia, terapia cognitivo-comportamental e lacaniana. Cada terapeuta entrevistou a mesma cliente que apresentou a mesma queixa e o conteúdo das entrevistas foi avaliado por três juízes independentes e pela cliente. De acordo com a avaliação dos juízes, o grupo de terapia centrada na pessoa revelou freqüência de verbalização empática significativamente superior a dos grupos de Gestalt-terapia e terapia lacaniana e não significativamente superior a do grupo de terapia cognitivo-comportamental. Entretanto, com base na avaliação da cliente, a freqüência de verbalização empática do grupo de Gestalt-terapia foi significativamente superior à dos terapeutas das outras três abordagens, seguida do grupo de terapia cognitivo-comportamental, que também se revelou significativamente superior à do grupo de terapia centrada na pessoa e do de terapia lacaniana. O estudo confirma as divergências apontadas na literatura entre a empatia percebida pelo terapeuta e pelo cliente. São comentadas no artigo algumas limitações dessa pesquisa.
Downloads
Referências
Andersen, D. T. (2005). Empathy, psychotherapy, integration, and meditation: a buddhist contribution to the common factors movement. Journal of Humanistic Psychology, 45 (4), 483-502.
Argyle, M. (1987). Bodily communication London: Methuen.
Bachelor, A. (1988). How clients perceive therapist empathy: a content analysis of "received" empathy. Psychotherapy, 25 (2), 227-240.
Barrett-Lennard, G. T. (1997). The recovery of empathy: toward others and self. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Orgs.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp.103-121). Washington, DC: American Psychological Association.
Beck, A. T., Rush, A. J., Shaw, B. F., & Emery, G. (1982). Terapia cognitiva da depressão. Rio de Janeiro: Zahar.
Beck, A., & Freeman, A. (1993). Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas.
Bohart, A. C., & Greenberg, L. S. (1997). Empathy and psychotherapy: an introductory overview. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Orgs.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp.3-31). Washington, DC: American Psychological Association.
Bohart, A. C. & Tallman, K. (1997). Empathy and the active client: an integrative, cognitive experiencial approach. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Orgs.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp.393-415). Washington, DC: American Psychological Association.
Burleson, B. R. (1985). The production of comforting messages: social cognitive foundations. Journal of Language and Social Psychology, 4 (3), 253-273.
Burns, D., & Auerbach, A. (1996). Therapeutic empathy in cognitive-behavioral therapy: does it really make a difference? In P. M. Salkovskis & S. Rachman (Orgs.), Frontiers of cognitive therapy (pp.135-163). New York: Guilford.
Carkhuff, R. R. (1969). Helping and human relations New York: Holt, Rinehart & Winston.
Egan, G. (1994). The skilled helper: a problem management approach to helping (5th ed.). Pacic Grove: Brooks/Cole.
Falcone, E. (1999). A avaliação de um programa de treinamento da empatia com universitários. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 1 (1), 23-32.
Falcone, E. (2003). Empatia. In C. N. Abreu & M. Roso (Orgs.), Psicoterapias cognitiva e construtivista. Novas fronteiras da prática clínica (pp.275-287). Porto Alegre: Artmed.
Falcone, E. (2004). A relação terapêutica. In P. Knapp (Org.), Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica (pp.483-495). Porto Alegre: Artmed.
Goldstein, A. P., & Myers, C. R. (1991). Relationship-enhancement methods. In F. H. Kanfer & A. P. Goldstein (Orgs.), Helping people change: a textbook of methods (pp.19-65). New York: Pergamon Press.
Greenberg, L. S., & Elliott, R. (1997). Varieties of empathic responding. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Org.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp.167-186). Washington, DC: American Psychological Association.
Ickes, W. (1997). Introduction. In W. Ickes (Org.), Empathic accuracy (pp.1-16). New York: The Guilford Press.
Ickes, W., Marangoni, C., & García, S. (1997). Studying empathic accuracy in a clinically relevant context. In W. Ickes (Org.), Empathic accuracy (pp.282-310). New York: The Guilford Press.
Karniol, R. (1982). Settins, scripts, and self-schemata: a cognitive analysis of the development of prosocial behavior. In N. Eisenberg (Org.), The development of prosocial behavior (pp.251-278). New York: Academic Press.
Kirk, J. (1997). Avaliação cognitivo-comportamental. In K. Hawton, P. M. Salkovskis, J. Kirk & D. M. Clark (Orgs.), Terapia cognitivo-comportamental para problemas psiquiátricos São Paulo: Martins Fontes.
Leahy, R. L. (2001). Overcoming resistance in cognitive therapy New York: Guilford.
Linehan, M. M. (1997). Validation and psychotherapy. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Orgs.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp.353-392). Washington, DC: American Psychological Association.
Long, E. C. J., & Andrews, D. W. (1990). Perspective taking as a predictor of marital adjustment. Journal of Personality and Social Psychology, 59 (1), 126-131.
MacIsaac, D. S. (1997). Empathy: Heinz Kohut's contribution. In A. C. Bohart & L. S. Greenberg (Orgs.), Empathy reconsidered: new directions in psychotherapy (pp. 245-264). Washington, DC: American Psychological Association.
Myers, S. (2003). Relational healing: to be understood and to understand. Journal of Humanistic Psychology, 43 (1), 86-104.
Newman, C. F. (2002). A cognitive perspective on resistance in psychotherapy. JCLP/In Session: Psychotherapy in Practice, 58 (2), 165-174.
Pearls, F. (1977). A abordagem gestáltica é testemunha ocular da terapia Rio de Janeiro: Zahar.
Reisman, J. M. (1986). Psychotherapy as a professional relationship. Professional Psychology Research and Practice, 17 (6), 565-569.
Rogers, C. (1959). A theory of therapy, personality, and interpersonal relationships as developed in the client-centered framework. In J. S. Koch (Org.), Psychology: a study of a science: formulations of the person in the social context (Vol.3, pp.184-286). New York: McGraw-Hill.
Safran, J. D. (2002). Ampliando os limites da terapia cognitiva: o relacionamento terapêutico, a emoção e o processo de mudança Porto Alegre: Artmed.
Viera, J. A. S (1994). Fundamentos del razonamiento estadistico Porto Rico: Centro Caribeño de Estudios Postgraduados.
Yip, K. (2005) A strengths perspective in understanding and working with clients with psychosis and records of violence. Journal of Humanistic Psychology, 45 (4), 446-464.
Young, J. E., Klosko, J. S., & Weishaar, M. E. (2003). Schema therapy. A practitioner's guide New York: The Guilford Press.
Zillman, D. (1991). Empathy affect from bearing witness to the emotions of others. In J. Bryant & D. Zillmann (Orgs.), Responding to the screen: reception and reaction process communication (pp.135-167). Hillsdale, NJ: Erlbaum Associates.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Eliane Mary de Oliveira FALCONE, Débora Barbosa GIL, Maria Cristina FERREIRA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.