Um estudo comparativo da freqüência de verbalização empática entre psicoterapeutas de diferentes abordagens teóricas

Autores

  • Eliane Mary de Oliveira FALCONE Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Débora Barbosa GIL Hospital Central do Exército
  • Maria Cristina FERREIRA Universidade Salgado de Oliveira

Palavras-chave:

empatia, empatia terapêutica, relação terapêutica

Resumo

O estudo comparou a freqüência de verbalização empática entre dezesseis terapeutas distribuídos em quatro grupos de diferentes orientações: terapia centrada na pessoa, Gestalt-terapia, terapia cognitivo-comportamental e lacaniana. Cada terapeuta entrevistou a mesma cliente que apresentou a mesma queixa e o conteúdo das entrevistas foi avaliado por três juízes independentes e pela cliente. De acordo com a avaliação dos juízes, o grupo de terapia centrada na pessoa revelou freqüência de verbalização empática significativamente superior a dos grupos de Gestalt-terapia e terapia lacaniana e não significativamente superior a do grupo de terapia cognitivo-comportamental. Entretanto, com base na avaliação da cliente, a freqüência de verbalização empática do grupo de Gestalt-terapia foi significativamente superior à dos terapeutas das outras três abordagens, seguida do grupo de terapia cognitivo-comportamental, que também se revelou significativamente superior à do grupo de terapia centrada na pessoa e do de terapia lacaniana. O estudo confirma as divergências apontadas na literatura entre a empatia percebida pelo terapeuta e pelo cliente. São comentadas no artigo algumas limitações dessa pesquisa.

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Publicado

2007-12-31

Como Citar

FALCONE, E. M. de O., GIL, D. B. ., & FERREIRA, M. C. . (2007). Um estudo comparativo da freqüência de verbalização empática entre psicoterapeutas de diferentes abordagens teóricas. Estudos De Psicologia, 24(4). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/6907