As meninas mesmo à margem têm voz e falam sobre a escola

Autores

  • Maria José Bastos Martins

Palavras-chave:

meninas marginalizadas, absenteísmo, escola, sociedade

Resumo

Este estudo teve início a partir de algumas contradições evidenciadas em relação às meninas marginalizadas e ao ensino fundamental. Tais contradições dizem respeito ao reconhecimento delas, de seus familiares e dos pesquisadores da importância que a escola tem para as suas vidas, o interesse em nela permanecerem e a sua ausência no final do ensino fundamental. Considerando o problema e a nossa preocupação em estudá-lo em profundidade, propusemo-nos a refletir sobre o absenteísmo escolar dessas meninas, levando em conta o seu contexto social, econômico, cultural, político e escolar. Demos voz a quem nunca foi ouvida, e elas falaram das suas vidas, da escola, do cotidiano da sala de aula e da escola do seu imaginário. A partir dessas representações e das de outros partícipes das suas histórias, obtivemos dados que nos permitiram a análise do fenômeno em questão, nos revelaram aspectos de uma vida marginal e de uma trajetória escolar descontínua, marcada por fracassos e resistência. A compreensão do universo social e escolar no qual vive e sobrevive a menina marginalizada, pode favorecer O encaminhamento de práticas pedagógicas alternativas, que contribuam para a manutenção dessa menina na escola, ainda que nos limites desse nosso momento histórico. 

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Publicado

2000-06-30

Como Citar

Martins, M. J. B. (2000). As meninas mesmo à margem têm voz e falam sobre a escola. Revista De Educação PUC-Campinas, (8). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/reveducacao/article/view/416

Edição

Seção

Artigos