Dupla invisibilidade: a educação de meninas surdas do século XIX no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v26e2021a5431Palabras clave:
Educação de surdos, Educação especial, Gênero.Resumen
A fundação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, no século XIX, no Rio de Janeiro, deu início à educação de surdos no Brasil. A referida instituição tinha como finalidade a regeneração intelectual e moral de pessoas com surdez e acolhia, desde a sua origem, alunos e alunas surdas de acordo com o previsto para a educação das camadas populares e prescrições existentes à época sobre gênero. Dada a invisibilidade a respeito da educação de meninas surdas na literatura da área da Educação Especial, este estudo teve como objetivo delinear e refletir sobre o percurso da educação de meninas surdas no Imperial Instituto de Surdos-Mudos de 1857 a 1873. Diante disso, a pesquisa possui uma abordagem qualitativa e é do tipo estudo documental. O corpus foi constituído por fontes de natureza primária, a saber: relatórios dos diretores da instituição e de ministros e secretários de Estado dos Negócios do Império, publicações oficiais, além de leis que versavam sobre a instrução pública no período. Por meio do estudo foi possível constatar que o processo de instrução de meninas surdas era semelhante, em alguns aspectos, ao praticado com meninas ouvintes que tinham a mesma origem socioeconômica e cor de pele. A educação de meninas surdas foi extinta a partir de 1873 no referido Instituto por uma série de motivos, entre eles a falta de estrutura para o atendimento às alunas.
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