As (não) relações entre o quilombo e a escola
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v21n3a3456Palavras-chave:
Educação escolar, Resistência, Saberes quilombolasResumo
O presente trabalho debruça-se sobre a organização da resistência quilombola da comunidade de Pedras de Una em Una, Bahia e os processos educativos nela vivenciados. Objetiva compreender como esses processos educativos contribuíram e contribuem para as vivências cotidianas dos elementos constitutivos da epistemologia quilombola, seus saberes e conhecimentos. Subsidiado teoricamente nos referenciais da educação popular, especialmente nas obras de Paulo Freire, cultura popular e epistemologia, como abordada por Enrique Dussel e Boaventura de Souza Santos. Orientada pelos aportes da pesquisa colaborativa, a inserção na comunidade foi realizada na perspectiva etnográfica. Os dados coletados durante a inserção, registrados em diário de campo, foram extraídos das falas, dos gestos, dos cenários, da reunião da Associação, da sala da casa, da cozinha, do quintal, do terreiro à frente e na lateral da casa, do ramal de acesso às residências, da sala de aula, da área em frente à escola, da beira do rio e, ainda, de seis entrevistas. Foram categorizados três grupos de análise dos processos educativos oriundos do campo da epistemologia quilombola: o domicilio existencial, a epistemologia da natureza e o território comunitário. Em seguida, foram analisados os processos educativos da memória e da identidade quilombola de Pedras de Una. Além de apresentar e discutir tais processos, estabeleceram-se diálogos possíveis entre os processos educativos da comunidade e da escola local, entendendo-se que homens e mulheres quilombolas tenham na escola um espaço de fortalecimento de seus territórios identitários.
Palavras-chave: Educação escolar. Resistência. Saberes quilombolas.
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