Formar-se professora para a educação do/no campo

percepções de licenciandas do campo em memoriais de formação

Autores

  • Rosemeire Aparecida Cardoso Correia Escola Municipal Rural 14 de Agosto
  • Simone Albuquerque da Rocha Escola Municipal Rural 14 de Agosto

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0870v18n3a2371

Palavras-chave:

Educação do campo, Memoriais de formação, Profissão docente

Resumo

Esse artigo analisa percepções de licenciandas oriundas da vida no/do campo e de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra sobre a constituição da identidade docente durante a formação inicial, ou seja, quando vão percebendo o movimento de tornar-se professoras no decorrer de sua formação. Objetiva trazer dados sobre a carreira profissional do docente que trabalha em escola do campo no Brasil e a relevância que se atribui à profissão de professor. Trata-se de uma pesquisa longitudinal, desenvolvida durante os quatro anos da licenciatura de Pedagogia na Universidade Federal de Mato Gosso - Campus Universitário de Rondonópolis. Os sujeitos são quatro licenciandas advindas do campo. Para o levantamento dos dados, optou-se pelo método (auto)biográfico, tendo como instrumento as “narrativas de si” em memoriais de formação desenvolvidos semestralmente durante a formação inicial. Para este texto, foram analisados os dados do terceiro e quarto memoriais desenvolvidos em 2010, os quais evidenciaram serem precárias as condições de trabalho dos professores que atuam em escola do campo, resultando em diversos problemas. Demonstrou, ainda, que o professor tem papel fundamental na mudança da sociedade, apesar da pouca valorização que a esfera pública apresenta para com este profissional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosemeire Aparecida Cardoso Correia, Escola Municipal Rural 14 de Agosto

Professora, Escola Municipal Rural 14 de Agosto. Rondonópolis, MT, Brasil.

Simone Albuquerque da Rocha, Escola Municipal Rural 14 de Agosto

Professora Doutora, Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em Educação. Rod. Rondonópolis-Guiratinga, km 6, 78735-910,
Rondonópolis, MT, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: S.A. ROCHA. E-mail: <sa.rocha@terra.com.br>.

Referências

André, M.E.D.A. A produção acadêmica sobre formação de professores: um estudo comparativo das dissertações e teses defendidas nos anos 1990 e 2000. Revista Brasileira sobre Formação Docente, v.1, n.1, p.41-56, 2009.

Arroyo, M.G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes, 2000.

Arroyo, M.G. A educação básica e o movimento social do campo. In: Arroyo, M.G.; Caldart, R.S.; Molina, M.C. (Org.). Por uma educação do campo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p.65-86.

Arroyo, M.G. Políticas de formação de educadores(as) do campo. Cadernos CEDES, v.27, n.72, p.157-176, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 25 maio 2010.

Arroyo, M.G. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2011.

Brasil. Casa Civil. Lei nº 4024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 20 dez. 1961. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4024.htm>. Acesso

em: 10 de mar. 2010.

Brasil. Casa Civil. Lei nº 5692, de 11 de agosto de 1971. Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 12 ago. 1971. Seção 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4024.htm. Acesso em: 10 de mar. 2010.

Brasil. Lei no 9.394, 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 dez. 1996. Seção 1, p.27833.

Brasil. Ministério da Educação. Resolução CNE/CEB no 1, de 3 de abril de 2002. Institui diretrizes operacionais para a educação básica nas escolas do campo. Diário Oficial da União, 9 abr. 2002. Seção 1, p.32.

Brzezinski, I. Pedagogia, pedagogos e formação de professores: busca e movimento. Campinas: Papirus, 1996.

Bueno, B.O. O método autobiográfico e os estudos com histórias de vida de professores: a questão da subjetividade. Educação e Pesquisa, v.28, n.1, p.11-30, 2002.

Caldart, R.S. A escola do campo em movimento. In: Arroyo, M.G.; Caldart, R.S.; Molina, M.C. (Org.). Por uma educação do campo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2004. p.147-158.

Correia, R.A.C. Quem forma o professor para a escola do campo? As trajetórias da formação e constituição da identidade docente de licenciandas em memoriais de formação. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2012.

Correia, R.A.C.; Rocha, S.A. O estado do conhecimento e o cenário brasileiro das pesquisas em educação do campo: 2005-2009. In: Garske,

L.M.N.; Cunha, E.V.R. Educação do campo: intencionalidades políticas e pedagógicas. Cuiabá: EdUFMT, 2012. p.153-171.

Damasceno, M.N.; Beserra, B. Estudos sobre educação rural no Brasil: estado da arte e perspectivas. Educação e Pesquisa, v.30, n.1, p.73-89, 2004.

Esteve, J.M. Mudanças sociais e função docente. In: Nóvoa, A. (Org.). Profissão professor. 2.ed. Portugal: Porto, 1999. p.93-124.

Freire, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

Gatti, B.; Barreto, E.S.S. Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco, 2009.

Imbernón, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2006.

Josso, M.C. Caminhar para si. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.

Leite, S.C. Escola rural: urbanização e políticas educacionais. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2002.

Militz, N. Licenciandos em formação: os memoriais como registro do movimento de constituição da identidade profissional. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2012.

Molina, M.C. Possibilidades e limites de transformações das escolas do campo: reflexões suscitadas pela licenciatura em educação do campo. In: Rocha, M.I.A.; Martins, A.A. (Org.). Educação do campo: desafios para a formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p.185-197.

Nadaleto, C. Memoriais e formação inicial de professores: um estudo de caso na prática de ensino. 2007. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2007.

Nóvoa, A. A formação tem que passar por aqui: as histórias de vida no projeto Prosalus. In: Nóvoa, A.; Finger, M. (Org.). O método (auto) biográfico e a formação. São Paulo: Paulus, 2010. p.155-188.

Passeggi, M.C. Narrativa autobiográfica: uma prática reflexiva na formação docente. In: Colóquio Nacional da AFIRSE, 2., 2003, Brasília. Anais eletrônicos... Brasília: UnB, 2003. Disponível em: <http://www.ccsa.ufrn.br/ccsa/docente/conceicao/artpub1.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2011.

Passeggi, M.C. Memoriais: injunção e sedução autobiográfica. In: Passeggi, M.C.; Souza, E.C. (Org.). (Auto) biografia: formação, territórios e saberes. Natal: EDUFRN, 2008. p.103-131.

Rocha, S.A.; André, M. Os memoriais como narrativas dos entre - espaços da formação docente. In: Congresso Estadual Paulista sobre Formação Docente. Os Dilemas do Contemporâneo, 10., 2009, Águas de Lindóia. Anais eletrônicos... São Paulo: Unesp, 2009. p. 8594-8605. 1 CD-ROM.

Tartuce, G.L.B.P.; Nunes, M.M.R.; Almeida, P.C.A. (Coord.). Atratividade da carreira docente no Brasil. São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 2009.

Wolff, E.Á. Fundamentos psicossociais da formação de educadores do campo. 2007. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

Downloads

Publicado

2013-12-31

Como Citar

Correia, R. A. C., & Rocha, S. A. da. (2013). Formar-se professora para a educação do/no campo: percepções de licenciandas do campo em memoriais de formação. Revista De Educação PUC-Campinas, 18(3), 355–366. https://doi.org/10.24220/2318-0870v18n3a2371

Edição

Seção

Artigos