Formar-se professora para a educação do/no campo
percepções de licenciandas do campo em memoriais de formação
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v18n3a2371Palavras-chave:
Educação do campo, Memoriais de formação, Profissão docenteResumo
Esse artigo analisa percepções de licenciandas oriundas da vida no/do campo e de assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra sobre a constituição da identidade docente durante a formação inicial, ou seja, quando vão percebendo o movimento de tornar-se professoras no decorrer de sua formação. Objetiva trazer dados sobre a carreira profissional do docente que trabalha em escola do campo no Brasil e a relevância que se atribui à profissão de professor. Trata-se de uma pesquisa longitudinal, desenvolvida durante os quatro anos da licenciatura de Pedagogia na Universidade Federal de Mato Gosso - Campus Universitário de Rondonópolis. Os sujeitos são quatro licenciandas advindas do campo. Para o levantamento dos dados, optou-se pelo método (auto)biográfico, tendo como instrumento as “narrativas de si” em memoriais de formação desenvolvidos semestralmente durante a formação inicial. Para este texto, foram analisados os dados do terceiro e quarto memoriais desenvolvidos em 2010, os quais evidenciaram serem precárias as condições de trabalho dos professores que atuam em escola do campo, resultando em diversos problemas. Demonstrou, ainda, que o professor tem papel fundamental na mudança da sociedade, apesar da pouca valorização que a esfera pública apresenta para com este profissional.
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