A Entrevista Narrativa possibilitando a escuta de professores do sistema carcerário
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0870v29a2024e12957Palavras-chave:
Educação carcerária, Racismo, Trajetórias docentes, Vozes de professoresResumo
Este artigo tem como objetivo evidenciar as potencialidades da Entrevista Narrativa como dispositivo de produção de dados de pesquisas e discutir suas potencialidades como instrumento de escuta de professores cujas práticas são invisibilizadas pelas políticas públicas. Apoia-se em estudos do campo das narrativas e do círculo de Bakhtin. A pesquisa foi realizada com quatro professores (três professores de matemática e uma pedagoga) que atuam no sistema de Educação Carcerária no estado de São Paulo. A análise foi realizada em duas unidades temáticas: influência familiar nas trajetórias docentes; e marcas deixadas pelo racismo e a mobilização para atuar no sistema carcerário. Conclui-se que, apesar das condições de trabalho, os docentes sentem que podem contribuir para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade e fazem o melhor que podem em suas ações.
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