O problema do mal como questão existencial-religiosa
um diálogo entre Kierkegaard e Ricoeur
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v49a2024e10691Palabras clave:
Angústia, Aporia., Desespero, Mal, SofrimentoResumen
Kierkegaard e do filósofo francês Paul Ricoeur a respeito do mal, enquanto ação moral e sofrimento natural, no contexto da crença teísta cristã ocidental. Tal tema não aparece de forma significativa na curta e fragmentada biografia de Kierkegaard, tampouco na sua ampla produção literária, o que impossibilita identificar um escopo maior de seu pensamento a respeito. Um tratamento exegético dos seus textos, segundo Ricoeur, é o método mais apropriado para se chegar a categorias existenciais que estruturem uma possível concepção kierkegaardiana a propósito do mal. Ademais, Kierkegaard posiciona a fé como crença em virtude do absurdo, isto é, para além da linguagem e da razão na relação com o divino, o que sugere implicações religiosas específicas para a questão do mal. Assim, a fim de investigar as relações entre as concepções dos dois pensadores sobre a temática, primeiramente terá lugar o delineamento da leitura que Ricoeur faz das categorias de angústia e desespero em Kierkegaard. Em seguida, serão apresentadas as abordagens dos dois pensadores relativas ao personagem bíblico Jó. Finalmente, serão comentadas as críticas de Ricoeur a aspectos das teodiceias de Agostinho e Leibniz, assim como sua proposta para a questão, a saber, o mal tratar-se de uma aporia. Como conclusão, a hipótese é que o mal, a partir de Kierkegaard e Ricoeur, implica uma crença de natureza agnóstico-ética.
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