Deus e o diabo: parceiros na linguagem (neo)pentecostal? | God and Devil: Are they partners in the (Neo)Pentecostal Language?
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v44e2019a4364Keywords:
Experiência religiosa. Linguagem. Pentecostalismo. Religião.Abstract
Este artigo tem como objetivo apresentar uma abordagem acerca da Linguagem Religiosa Pentecostal, sob o olhar do cientista da Religião, bem como analisar os gestos, narrativas e maneiras como algumas dessas linguagens perpassam as comunidades religiosas e atingem a sociedade de maneira geral. O Brasil conheceu a Linguagem Pentecostal no início do século XX. O pentecostalismo veio de baixo; no primeiro momento cresceu juntamente com as comunidades periféricas e atuou fundamentado numa teologia evangelística agressiva, adicionando ao ato religioso o sensacionalismo e o espetáculo. De lá para cá, a nação brasileira aprendeu a manusear a Bíblia e a utilizar os dons do Espírito Santo com orações, “línguas estranhas” (glossolalia), curas, expulsão de demônios em nome de Jesus, utilizando-se da linguagem religiosa para transmitir as suas convicções, transformando o modus vivendi de mais de quarenta e dois milhões de brasileiros nas diferentes vertentes desse ramo. Esta reflexão deve ser considerada inicial, sem a pretensão de esgotar o tema Religião e Linguagem, mas com a intenção de apresentar o problema, proceder a delimitações iniciais e oferecer uma confi guração de Religião e Linguagem entre Ciências da Religião e Teologia, com a fi nalidade de promover articulações de diferentes abordagens em torno da temática.
Downloads
References
ALVES, R. Religião e repressão. São Paulo: Loyola, 2005.
ANDRADE, P. Agência e estrutura: o conhecimento praxiológico em Pierre Bourdieu. Estudo de Sociologia: Revista
do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPE, v.12, n.2, p.97-118, 2006. Disponível em:
revista.ufpe.br/revsocio/index.php/revista/article/viewFile/228/187>. Acesso em: 22 maio 2016.
AZEVEDO, G.X. Diferenciando Ciências da Religião e Teologia sob o prisma da Teologia reformada. Ciberteologia:
Revista de Teologia e Cultura, ano 6, n.29, p.3-30, 2010.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2015. p.79-97.
CAMPOS, L.S. Teatro, templo e mercado: organização e marketing de um empreendimento neopentecostal. São
Paulo: Vozes, 1997. p.20-319.
CARVALHO, L.O. Análise do discurso religioso do bispo Edir Macedo a respeito da fé a partir do conceito de
dúvida existencial em Paul Tillich. Revista Eletrônica Correlatio, v.12, n.23, p.101-108, 2013. http://dx.doi.
org/10.15603/1677-2644/correlatio.v12n23p101-108
DURKHEIM, E. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p.8-29.
ELIADE, M. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p.13-17.
FERRAZ, S. et al. (Org.). O demoníaco na literatura. Campina Grande: EdUEPB, 2012. p.11.
FRESTON, P. Nem anjos e nem demônios: breve história do pentecostalismo brasileiro: a Assembleia de Deus.
Petrópolis: Vozes, 1994.
GRESCHAT, H.J. O que é Ciência da Religião? São Paulo: Paulinas, 2005.
MACEDO, E. Orixás, caboclos e guias: deuses ou demônios? Rio de Janeiro: Universal Produções, 2000. p.3-67.
ORLANDI, E.P. Análise do discurso: princípios e procedimentos. São Paulo: Pontes, 2005.
PASSOS, J.D. (Org.). Movimentos do espírito: matrizes, afinidades e territórios pentecostais. São Paulo: Paulinas,
p.120.
PENNAFORT, R. ‘A guinada à direita com Bolsonaro vai ser longa’. Estadão, São Paulo, 20 nov. 2018. Política. Disponível
Acesso em: 21 out. 2018.
PINTO, P.M. Linguagem e Religião: um jogo, de racionalidade, de identidade, de fundamentos. Revista de Estudos
da Religião, ano 2, n.4, p.81-98, 2002.
SHIMA, P. Fundo de marketing. In: SANTINI, D.; GARCIA, F. (Org.). Marketing para franquias: as melhores práticas
para franqueadores e franqueados. São Paulo: Saraiva, 2011. p.31-45.
TEIXEIRA, F. A(s) Ciência(s) da Religião no Brasil: afirmação de uma área acadêmica. São Paulo: Paulinas, 2001.
WEBER, M. A “objetividade” do conhecimento nas Ciências Sociais. In: COHN, G.; FERNANDES, F. (Org.). Sociologia.
São Paulo: Ática, 1999. p.79-127.
WEBER, M. Os tipos de dominação. In: WEBER, M. Economia e sociedade. São Paulo: UNB, 2004. Cap. 3, p.139-198.