Alimentos sujeitos à fortificação compulsória com ferro: um estudo com gestantes

Autores

  • Ivana Aragão Lira VASCONCELOS Universidade de Brasília
  • Mariana Helcias CÔRTES Universidade de Brasília
  • Denise Costa COITINHO Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Alimentos fortificados, Consumo alimentar, Ferro, Gestantes

Resumo

Objetivo
Avaliar o consumo de alimentos sujeitos à fortificação compulsória com ferro por gestantes atendidas em consultas de pré-natal do Hospital Universitário de Brasília.

Métodos
Trata-se de série temporal que comparou dados de 228 pares de gestantes a partir de duas avaliações transversais: em 2004, pré-fortificação e em 2005, um ano após intervenção. Dados gestacionais, socioeconômicos, demográficos, índice de massa corporal e consumo alimentar foram coletados. Este último foi aferido por Questionário Semiquantitativo de Freqüência Alimentar incluindo alimentos à base de farinhas de trigo e de milho.

Resultados
O consumo per capita diário médio de farinhas foi estimado em 121,7g (98,7-115,8), no 1º momento, e 119,5g (93,6-109,5), no 2º momento (p>0,05), com maior contribuição da farinha de trigo. Os alimentos mais consumidos, em ambos os momentos, foram: pão francês, biscoitos, bolo, macarrão e cuscuz de milho. As gestantes do estudo receberiam uma média de 5,1mg de ferro adicional, se a fortificação estivesse ocorrendo como o preconizado pela legislação, que corresponde a 19% da Ingestão Dietética de Referência.

Conclusão
Os alimentos sujeitos à fortificação são veículos apropriados em relação ao largo consumo, porém são necessários estudos que avaliem a quantidade adicionada e a biodisponibilidade dos compostos de ferro. 

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Publicado

04-09-2023

Como Citar

Aragão Lira VASCONCELOS, I. ., Helcias CÔRTES, M. ., & Costa COITINHO, D. (2023). Alimentos sujeitos à fortificação compulsória com ferro: um estudo com gestantes. Revista De Nutrição, 21(2). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9567

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS