Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba

Autores/as

  • Dixis FIGUEROA PEDRAZA Universidade Estadual da Paraíba, Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas.
  • Ana Carolina Dantas ROCHA Universidade Estadual da Paraíba, Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas.
  • Everton Oliveira de QUEIROZ Universidade Federal da Paraíba, Laboratório de Tecnologia Farmacêutica.
  • Carolina Pereira da Cunha SOUSA Universidade Estadual da Paraíba, Núcleo de Estudos e Pesquisas Epidemiológicas.

Palabras clave:

Creches, Estado nutricional, Pré-escolar, Zinco

Resumen

Objetivo
Avaliar o estado nutricional relativo ao zinco de crianças assistidas em creches do Estado da Paraíba.
Métodos
O estado nutricional relativo ao zinco de 235 crianças pré-escolares foi avaliado através de sua concentração no soro, da ingestão dietética de zinco e da estatura para idade, como recomendado pelo International Zinc Consultative Group. As concentrações séricas de zinco foram determinadas por espectrofotometria de absorção atômica de chama, considerando deficiência de zinco valores <65µmol/L. O consumo alimentar foi registrado mediante o recordatório de 24 horas, considerando a alimentação da criança no dia anterior e o consumo de alimentos na creche, e foi analisada a inadequação dietética de zinco de acordo com as necessidades médias estimadas de zinco segundo etapa da vida e tipo de dieta estabelecido pelo International Zinc Consultative Group. Adotou-se o Padrão de Crescimento Infantil da Organização Mundial da Saúde para o índice estatura para idade, considerando-se com deficit de estatura as crianças que apresentaram esse índice dois escores-Z abaixo do valor mediano da população de referência. Empregou-se o teste t ou análise de variância na análise estatística, programa Statistical Package for the Social Sciences-16.0.
Resultados
As prevalências de deficiência de zinco no soro, inadequação dietética de zinco e deficit de estatura foram de 16,2%, 16,6% e 7,7%, respectivamente. A média de zinco no soro foi estatisticamente menor nas crianças de mães com baixo peso em comparação com as crianças de mães com peso normal.

Conclusão
As crianças estudadas apresentaram risco moderado de deficiência de zinco, pois são indicadas prevalências significativas de baixos níveis séricos de zinco, de consumo inadequado de zinco e de desnutrição crônica.

Citas

Rivera JA, Hotz C, González-Cossío T, Neufeld L, García-Guerra A. The effect of micronutrient deficiencies on child growth: a review of results from community-based supplementation trials. J Nutr. 2003; 133(11):4010S-20S.

Brasil. Ministério da Saúde do Brasil. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: MS; 2002.

Rivera-Dommarco J, Shamah-Levy T, VillalpandoHernández S, González-Cossío T, Hernández-Prado B, Encuesta Nacional de Nutrición 1999. Estado nutricio en niños y mujeres en México. Cuernavaca, Morelos, México: Instituto Nacional de Salud Pública; 2001.

Duarte ACG. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu; 2007.

International Zinc Nutrition Consultative Group. Assessment of the risk of zinc deficiency in populations and options for its control. Hotz C and Brown KH, editores. Food Nutr Bull. 2004; 25(1 Suppl 2):S130-62.

Brasil. Ministério da Saúde. Pesquisa nacional sobre demografia e saúde da criança e da mulher. Brasília: MS; 2006.

Habitch JP. Standardization of quantitative epidemiological methods in the field. Bol Ofi Sanit Panam. 1974; 74:375-84.

Serra Majem Ll, Aranceta Bartrina J, Mataix Verdú J. Nutrición y salud pública: métodos, bases científicas y aplicaciones. Barcelona: Masson; 1995.

World Health Organization. Physical status: the use and interpretation of anthropometry: report of an Expert Committee. Geneva: WHO; 1995. Technical Report Series.

Onis M, Garza C, Victora CG, Onyango AW, Frongillo EA, Martines J. For the WHO Multicentre Growth Reference Study Group. The WHO Multicentre Growth Reference Study: planning, study designed methodology. Food Nutr Bull. 2004; 25 (Suppl 1):15-26

World Health Organization. WHO global database on child growth and malnutrition. Geneva: WHO; 2007 [cited 2007 Mar 25]. Available from: <http://www.who.int/nutgrowthdb/index.html>

National Center for Health Statistics, Centers for Disease Control and Prevention. Washington (DC): CDC; 2000 [cited 2007 Apr 1]. Available from: <http://www.cdc.gov/growthcharts>.

Henry JB. Clinical diagnosis and management by laboratory methods. Philadelphia (PA): W.B. Saunders; 1991.

Sandstrom B. Diagnosis of zinc deficiency and excess in individuals and populations. Food Nutr Bull. 2001; 22(2):133-37.

Hess SY, Peerson J, King J, Brown K. Use of serum zinc concentration as an indicator of population zinc status. Food Nutr Bull. 2007; 28(3 Suppl): 403S-29S.

Cesar TB, Wada SR, Borges RG. Zinco plasmático e estado nutricional em idosos. Rev Nutr. 2005; 18(3):357- 65. doi: 10.1590/S1415-527320050 00300008.

Benoist B, Darnton-Hill I, Davidsson L, Fontaine O, Hotz C. Conclusions of the Joint WHO/UNICEF/ IAEA/IZiNCG Interagency Meeting on Zinc Status Indicators. Food Nutr Bull. 2007; 28(3 Suppl): S480-84.

Favaro RMD, Vannucchi H. Níveis plasmáticos de zinco e antropometria de crianças da periferia de centro urbano no Brasil. Rev Saúde Pública. 1990; 24(1):5-10.

Borges CVD, Veiga APB, Barroso GS, Jesus EFO, Serpa RFB, Moreira S. et al. Associação entre concentrações séricas de minerais, índices antropométricos e ocorrência de diarréia entre crianças de baixa renda da região metropolitana do Rio de Janeiro. Rev Nutr. 2007; 20(2):159-69. doi: 10.15 90/S1415-52732007000200005.

Ferraz IS, Daneluzzi JC, Vannucchi H, Jordão Jr AA, Ricco RG, Del Ciampo LA, et al. Nível sérico de zinco e sua associação com deficiência de vitamina A em crianças pré-escolares. J Pediatr. 2007; 83(6):512-17.

Dijkhuizen MA, Wieringa FT, West CE. Muherdiyantiningsih and Muhilal. Concurrent micronutrient deficiencies in lactating mothers and their infants in Indonesia. Am J Clin Nutr. 2001; 73(4):786-91.

Oelofse A, Van Raaij JM, Benadé AJ, Dhansay MA, Tolboom JJ, Hautvast JG. Disadvantaged black and coloured infants in two urban communities in the Western Cape, South Africa differ in micronutrient status. Public Health Nutr. 2002; 5(2):289-94.

Lander RL, Enkhjargal T, Batjargal J, Bailey KB, Diouf S, Green TJ, et al. Multiple micronutrient deficiencies persist during early childhood in Mongolia. Asia Pac J Clin Nutr. 2008; 17(3):429-40

Donângelo CM, Azevedo CE. Zinco sérico em crianças brasileiras de famílias de baixa renda. Arch Latinoam Nutr. 1984; 34(2):290-7.

Matta IEA, Veiga GV, Baião MR, Santos MMAS, Luiz RR. Anemia em crianças menores de cinco anos que freqüentam creches públicas do município do Rio de Janeiro, Brasil. Rev Bras Saude Mater Infant. 2005; 5(3):349-57.

Bueno MB, Selem SSC, Arêas JAG, Fisberg RM. Prevalência e fatores associados à anemia entre crianças atendidas em creches públicas de São Paulo. Rev Bras Epidemiol. 2006; 9(4):462-70.

Fisberg RM, Marchioni DML, Cardoso MRA. Estado nutricional e fatores associados ao déficit de crescimento de crianças freqüentadoras de creches públicas do Município de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública. 2004; 20(3):812-7.

Fernandes TFS, Diniz AS, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MMF, Silva SMM, et al. Hipovitaminose A em pré-escolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev Nutr. 2005; 18(4): 471-80. doi: 10.1590/S1415-527320050004000 03.

Magalhães P, Ramalho RA, Colli C. Deficiência de ferro e de vitamina A: avaliação nutricional de pré-escolares de Viçosa (MG/Brasil). Nutrire. 2001; 21: 41-56.

Corso ACT, Viteritte P, Peres MA. Prevalência de sobrepeso e sua associação com a área de residência em crianças menores de 6 anos de idade matriculadas em creches públicas de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2004; 7(2):201-9.

Christa L, Walker F, Black RE. Functional indicators for assessing zinc deficiency. Food Nutr Bull. 2007; 28(Suppl 3):454S-79S.

Fidelis CMF, Osório MM. Consumo alimentar de macro e micronutrientes de crianças menores de cinco anos no Estado de Pernambuco, Brasil. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007; 7(1):63-74.

Cavalcante AAM, Tinôco ALA, Cotta RMM, Ribeiro RCL, Pereira CAS, Franceschini SCC. Consumo alimentar e estado nutricional de crianças atendidas em serviços públicos de saúde do município de Viçosa, Minas Gerais. Rev Nutr. 2006; 19(3):321-30. doi: 10.1590/S1415-52732006000300003.

Silva LSV, Thiapó AP, Souza GG, Saunders C, Ramalho A. Micronutrientes na gestação e lactação. Rev Bras Saúde Matern Infant. 2007; 7(3):237-44.

Gibson RS, Anderson VP. A review of interventions based on dietary diversification or modification strategies with the potential to enhance intakes of total and absorbable zinc. Food Nutr Bull. 2007; 30(1 Suppl):S108-43.

Post CLA, Victora CG, Barros AJD. Entendendo a baixa prevalência de déficit de peso para estatura em crianças brasileiras de baixo nível sócio- -econômico: correlação entre índices antropométricos. Cad Saúde Pública. 2000; 16(1):73-82.

Nascimento LFC. Estudo transversal sobre fatores associados ao baixo peso ao nascer a partir de informações obtidas em sala de vacinação. Rev Bras Saude Mater Infant. 2003; 3(1):37-42.

Oliveira VA, Assis AMO, Pinheiro SMC, Barreto ML. Determinantes dos déficits ponderal e de crescimento linear de crianças menores de dois anos. Rev Saúde Pública. 2006; 40(5):874-82.

Fundo das Nações Unidas para a Infância. Saúde e nutrição da criança nordestina: pesquisas estaduais, 1987-1992. Brasília: Unicef; 1995.

Publicado

2023-09-21

Cómo citar

FIGUEROA PEDRAZA, D., ROCHA, A. C. D., QUEIROZ, E. O. de, & SOUSA, C. P. da C. (2023). Estado nutricional relativo ao zinco de crianças que frequentam creches do estado da Paraíba. Revista De Nutrição, 24(4). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9625

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS