Influência do déficit de estatura nos desvios nutricionais em adolescentes e pré-adolescentes

Autores/as

  • Carla Danusa da Luz SANTOS Universidade Federal de São Paulo
  • Ana Paula Grotti CLEMENTE Universidade Federal de São Paulo
  • Paula Andrea MARTINS Universidade Federal de São Paulo
  • Ana Lydia SAWAYA Universidade Federal de São Paulo

Palabras clave:

Adolescente, Deficiências nutricionais, Estatura

Resumen

Objetivo
Avaliar a influência do déficit estatural nos desvios nutricionais em pré-adolescentes e adolescentes de baixa renda.

Métodos
Calculou-se o Índice de Massa Corporal a partir do peso e da estatura de alunos da rede pública entre 4 e 8ª séries. Foram utilizadas as tabelas do National Center for Health Statistics de 2000 para crianças e adolescentes e foi considerado excesso de peso Índice de Massa Corporal/Idade ≥P85 e déficit de peso Índice de Massa Corporal/Idade ≤P5. Déficit estatural foi classificado quando estatura/idade foi menor que -1 desvio-padrão. Foram comparadas as proporções de baixo peso e excesso de peso nos grupos com e sem déficit estatural, de acordo com sexo e faixa etária.

Resultados
Foram avaliados 3.766 jovens sendo 50,4% do sexo feminino. A média de idade foi de 12,8, desvio-padrão de 2,0 anos, sem diferença significante entre os grupos. No grupo com déficit de estatura, observou-se que o excesso de peso é mais prevalente entre os mais velhos. Naqueles sem déficit de estatura a distribuição por idades foi semelhante para as três classificações de Índice de Massa Corporal/Idade. A distribuição por sexo mostra que o excesso de peso no grupo com déficit de estatura foi mais acentuada entre as meninas (76,1%) enquanto que no grupo com estatura normal a diferença foi mínima entre os sexos (4,4%).

Conclusão
Na presença do déficit de estatura, o excesso de peso foi mais prevalente nos maiores de 12 anos e entre o sexo feminino. Os meninos sem déficit de estatura mostraram uma proporção maior de excesso de peso em relação aos com déficit de estatura. 

Citas

Waterlow JC. Protein-energy malnutrition the nature and extent of the problem. Clin Nutr. 1997; 16(Suppl 1):3-9.

Amigo H, Bustos P. Factores de riesgo de talla baja en escolares chilenos de zonas rurales de alta vulnerabilidade social. Arch Latinoam Nutr. 1995; 45(2):97-102.

Kac G. Tendência secular em estatura: uma revisão da literatura. Cad Saúde Pública. 1999; 15(3): 451-61.

World Health Organization. Measuring change in nutritional status. Geneva; 1983.

Lei DLM, Freitas IC, Chaves SP, Lerner BR, Stefanini ML. Linear growth retardation and social factors among schoolchildren from the city of Osasco, São Paulo, Brazil. Cad Saúde Pública. 1997; 13(2): 277-83.

Guimaraes LV, Latorre MRD, Barros MBA. Risk factors for short stature in preschool children. Cad Saúde Pública. 1999; 15(3):605-15.

World Health Organization. Report of a WHO. Global database on child growth and malnutrition. Geneva; 1997.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; 2004.

Hoffman DJ, Sawaya AL, Verreschi I, Tucker KL, Roberts S. Why are nutritionally stunted children at increased risk of obesity? Studies of metabolic rate and fat oxidation in shantytown children from São Paulo, Brazil. Am J Clin Nutr. 2000; 72(3): 702-7.

Ferreira HS, Florêncio TMTM, Fragoso MAC, Melo FP, Silva TG. Hipertensão, obesidade abdominal e baixa estatura: aspectos da transição nutricional em uma população favelada. Rev Nutr. 2005; 18(2): 209-18.

Benefice E, Garnier D, Simondon KB, Malina RM. Relationship between stunting in infancy and growth and fat distribution during adolescence in Senegalese girls. Eur J Clin Nutr. 2001; 55(1):50-8.

Florêncio TM, Ferreira HS, Cavalcante JC, Luciano SM, Sawaya AL. Food consumed does not account for the higher prevalence of obesity among stunted adults in a very low-income population in the Northeast of Brazil (Maceió, Alagoas). Eur J Clin Nutr. 2003; 57(11):1437-46.

Sichieri R, Siqueira KS, Pereira RA, Ascherio A. Short stature and hypertension in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Public Health Nutr. 2000; 3(1): 77-82.

Fernandes MTB, Sesso S, Martins PA, Sawaya AL. Increased blood pressure in adolescents of low socioeconomic status with short stature. Pediatr Nephrol. 2003; 18(5):435-9.

Martins PA, Sawaya AL. Evidence for impaired insulin production and higher sensitivity in stunted children living in slums. Br J Nutr. 2006; 95(5): 996-1001.

Gonzalez JB, Rios JMT, Castillo LM, López JCA, Aquilar CAS, Bouchard C, et al. Effect of malnutrition during the first year of life on adult plasma insulin and glucose tolerance. Metabolism. 2003; 52(8):1005-11.

Lohman T. Advances in body composition assessment: current issues. Medicine science [monograph 3]. Champaign IL: Kinetics Publishers; 1992.

Centers for Disease Control and Prevention, National Center For Health Statistics. 2000 CDC growth charts: United States [online]. Hyaltsville; 2002 [cited 2002 May 11]. Available from: <http://www.cdc.gov/growthcharts>.

Amigo H, Bustos P. Risk factors of short stature in Chilean school children from rural areas of high social vulnerability. Arch Latinoam Nutr. 1995; 45(2):97-102.

Voss LD, Mulligan J, Betts PR. Short stature at school entry: an index of social deprivation? Child Care Health Dev. 1998; 24(2):145-56.

Cameron N, Wright MM, Griffiths PL, Shane A. Stunting at 2 years in relation to body composition at 9 years in African urban children. Obes Res. 2005; 13(1):131-6.

Silva GAP, Balaban G, Motta MEFA. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2005; 5(1):53-9.

Sawaya AL, Grillo LP, Verreschi I, Silva AC, Roberts SB. Mild stunting is associated with higher susceptibility to the effects of high fat diets: studies in a shantytown population in São Paulo, Brazil. J Nutr. 1998; 128(Suppl 2):415-20.

Publicado

2023-08-30

Cómo citar

Danusa da Luz SANTOS, C. ., Grotti CLEMENTE, A. P. ., MARTINS, P. A., & SAWAYA, A. L. . (2023). Influência do déficit de estatura nos desvios nutricionais em adolescentes e pré-adolescentes. Revista De Nutrição, 22(2). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9470

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS