Taxa metabólica basal em universitários: comparação entre valores medidos e preditos

Autores/as

  • Bruna Camargo BRUNETTO Universidade Estadual de Londrina
  • Dartagnan Pinto GUEDES Universidade Estadual de Londrina
  • Antonio Fernando BRUNETTO Universidade Estadual de Londrina

Palabras clave:

Calorimetria indireta, Estudantes, Metabólismo basal, Previsões

Resumen

Objetivo
Comparar a taxa metabólica basal medida por recursos de calorimetria indireta com a taxa metabólica basal estimada por equações de predição em universitários.

Métodos
A amostra foi constituída por 48 voluntários (23 moças e 25 rapazes) na faixa etária entre 20 e 25 anos. A taxa metabólica basal medida por calorimetria indireta foi comparada à taxa metabólica basal estimada pelas equações de predição propostas pela World Health Organization e por Henry & Rees. As informações foram analisadas mediante o teste t pareado, coeficiente de correlação intraclasse, desvio-padrão das diferenças e técnica de Bland-Altman.

Resultados
Não ocorreram diferenças significativas entre os valores da taxa metabólica basal medidos e estimados por ambas as equações de predição. Os coeficientes de correlação intraclasse entre os valores medidos e estimados foram significativos em linguagem estatística nos dois gêneros e mais elevados nos rapazes, e a magnitude do desvio-padrão das diferenças foi similar em ambos os gêneros. A técnica de Bland-Altman sugere comportamento de variabilidade similar entre a taxa metabólica basal medida e predita por ambas as equações, porém a taxa metabólica basal predita pela equação de Henry & Rees apresentou coincidências mais elevadas, sobretudo entre as moças.

Conclusão
Mediante indicadores estatísticos mais conservadores, conclui-se que a taxa metabólica basal medida por recursos de calorimetria indireta e predita por ambas as equações não apresentam diferenças significativas. No entanto, ao considerar procedimentos estatísticos aparentemente de maior sensibilidade na detecção de eventuais diferenças entre os valores medidos e preditos, verificou-se algum comprometimento quanto à potencialidade das equações para estimar a taxa metabólica basal, apresentando viés entre 12,5% e 15,6% em comparação com a taxa metabólica basal medida por recursos de calorimetria indireta.

Citas

World Health Organization. Energy and protein requirements. Geneva: WHO; 1985. WHO Technical Report Series, 724.

Ferrannini E. The theoretical bases of indirect calorimetry: a review. Metabolism. 1988; 37(3): 287-301.

Murgatroyd PR, Shetty PS, Prentice AM. Techniques for the measurement of human energy expenditure: a practical guide. Int J Obes Relat Metab Disord. 1993; 17(10):549-68.

Green JH. Assessment of energy requirements. In: Heatley RV, Green JH, Losowsky MS. Consensus in clinical nutrition. Cambridge: University Press; 1994.

Harris J, Benedict G. A biometric study of basal metabolism in man. Washington (DC): Carnegie Institution; 1919. Carnegie Institution of Washington Publication, 279.

Frankenfield DC, Muth ER, Rowe WA. The HarrisBenedict studies of human basal metabolism history and limitations. J Am Diet Assoc. 1998; 98(4):439-45.

Schofield WN. Predicting basal metabolic rate, new standards and review of previous work. Hum Nutr Clin Nutr. 1985; 39(Suppl.1):5-41.

World Health Organization. Human energy requirements: food and nutrition. Rome: WHO; 2001. Technical Report Series 1.

Rodriguez G, Moreno LA, Sarria A, Fleta J, Bueno M. Resting energy expenditure in children and adolescents: agreement between calorimetry and prediction equations. Clin Nutr. 2002; 21(3): 255-60.

Dietz WH, Bandini LG, Schoeller DA. Estimates of metabolic rate in obese and non obese adolescents. J Pediatr. 1991; 118(1):146-9.

Frankenfield DC, Rowe WA, Smith JS, Cooney RN. Validation of several established equations for resting metabolic rate in obese and nonobese people. J Am Diet Assoc. 2003; 103(9):1152-9.

Henry CJK, Rees DG. New predictive equations for the estimation of basal metabolic rate in tropical peoples. Eur J Clin Nutr. 1991; 45(4):177-85.

Piers LS, Shetty OS. Basal metabolic rates of Indian women. Eur J Clin Nutr. 1993; 47(8):586-91.

Cruz CM, Silva AF, Anjos LA. A taxa metabólica basal é superestimada pelas equações preditivas em universitárias do Rio de Janeiro, Brasil. Arch Latinoam Nutr. 1999; 49(3):232-7.

Wahrlich V, Anjos LA. Validação de equações de predição da taxa metabólica basal em mulheres residentes em Porto Alegre, RS, Brasil. Rev Saúde Pública. 2001; 35(1):39-45.

Wahrlich V, Anjos LA. Aspectos históricos e metodológicos da medição e estimativa da taxa metabólica basal: uma revisão de literatura. Cad Saúde Pública. 2001; 17(4):801-17.

Haugen HA, Melanson EL, Tran ZV, Kearney JT, Hill JO. Variability of measured resting metabolic rate. Am J Clin Nutr. 2003; 78(6):1141-5.

Weir JB. New methods for calculating metabolic rate with special reference to protein metabolism. J Physiol. 1949; 5(2):99-114.

Bland JM, Altman DG. Statistical methods for assessing agreement between two methods for clinical measurement. Lancet. 1986; 1(8476): 307-10.

Lawrence M, Thongprasert K, Durnin JVGA. Between-group differences in basal metabolic rate: an analysis of data collected in Scotland, the Gambia and Thailand. Eur J Clin Nutr. 1988; 42(10): 877-91.

Soares MJ, Francis DG, Shetty PS. Predictive equations for basal metabolic rates of Indian males. Eur J Clin Nutr. 1993; 47(6):389-94.

Nhung BT, Khan NC, Hop LT, Lien DT, Le DS, Hien VT, et al. FAO/WHO/UNU equations overestimate resting metabolic rate in Vietnamese adults. Eur J Clin Nutr. 2005; 59(10):1099-104.

Müller MJ, Westphal AB, Klaus S, Kreymann G, Lührmann PM, Berthold M, et al. World Health Organization equations have shortcomings for predicting resting energy expenditure in persons from a modern, affluent population: generation of a new reference standard from a retrospective analysis of a German database of resting energy expenditure. Am J Clin Nutr. 2004; 80(5): 1379-90.

Wahrlich V, Anjos LA, Going SB, Lohman TG. Validation of the VO2000 calorimeter for measuring resting metabolic rate. Clin Nutr. 2006; 25(4):687-92.

Jones A, Shen W, ST-Onge MP, Gallagher D, Heshka S, Wang Z, et al. Body-composition differences between African American and white women: relation to resting energy requirements. Am J Clin Nutr. 2004; 79(5):780-6.

Schneider P, Meyer F. As equações de predição da taxa metabólica basal são apropriadas para adolescentes com sobrepeso e obesidade? Rev Bras Med Esporte. 2005; 11(3):193-6.

Publicado

2023-08-28

Cómo citar

Camargo BRUNETTO, B. ., Pinto GUEDES, D., & Fernando BRUNETTO, A. (2023). Taxa metabólica basal em universitários: comparação entre valores medidos e preditos. Revista De Nutrição, 23(3). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9369

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS