Adições crescentes de ácido fítico à dieta não interferiram na digestibilidade da caseína e no ganho de peso em ratos

Autores/as

  • Admar Costa de OLIVEIRA Universidade Estadual de Campinas
  • Soely Maria Pissini Machado REIS Universidade Estadual de Campinas
  • Érika Mirian de CARVALHO Universidade Estadual de Campinas
  • Fernanda Motta Veiga PIMENTA Universidade Estadual de Campinas
  • Karina Ribeiro RIOS Universidade Estadual de Campinas
  • Kelly Cristina PAIVA Universidade Estadual de Campinas
  • Lucilene Maria de SOUSA Universidade Estadual de Campinas
  • Marconi de ALMEIDA Universidade Estadual de Campinas
  • Sandra Fernandes ARRUDA Universidade Estadual de Campinas

Palabras clave:

ácido fítico, caseínas, valor nutritivo, feijão-comum, ratos, dieta

Resumen

O crescente consumo de alimentos de origem vegetal, sejam como fontes protéicas com baixo teor de gordura ou como fontes de fibras, tem acrescido à dieta humana o ácido fítico. Devido à sua carga altamente negativa, o ácido fítico tem sido visto como componente de ação antinutricional capaz de quelar minerais bivalentes, proteínas e amido, podendo comprometer a biodisponibilidade destes nutrientes. No presente estudo investigou-se a influência da adição de ácido fítico à dieta de caseína, em concentrações iguais ou até oito vezes superiores àquelas encontradas no feijão-comum Phaseolus vulgaris, cultivar IAC-Carioca (14,7mg de ácido fítico/g feijão cru), durante período experimental de dez dias, sobre os índices nutricionais Ganho de Peso, Quociente de Eficiência da Dieta, Quociente de Eficiência Protéica Líquida, Digestibilidade Aparente e Digestibilidade Verdadeira. Trinta e seis ratos machos SPF da linhagem Wistar, recém-desmamados, divididos em grupos experimentais com seis ratos cada, foram alimentados com dieta purificada AIN-93G isenta de ácido fítico (Controle) e dietas teste AIN-93G acrescidas de 218, 436, 872 e 1744mg de ácido fítico/kg de dieta (Tratamentos). Os ganhos de peso (g) e os índices de qualidade dietética e protéica não apresentaram diferença estatística (p>0,05), e os valores médios entre os grupos foram: Ganho de Peso: 59,5 + 5,0g; Quociente de Eficiência da Dieta: 0,39 + 0,01; Quociente de Eficiência Protéica Líquida: 3,64 + 0,12; Digestibilidade Aparente: 92,7 + 1,1% e Digestibilidade Verdadeira: 94,4 + 0,9%. Os resultados demonstraram que nas condições experimentais utilizadas, o ácido fítico não foi capaz de alterar o valor nutritivo da caseína.

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Publicado

2003-06-25

Cómo citar

Costa de OLIVEIRA, A. ., Pissini Machado REIS, S. M. ., de CARVALHO, Érika M., Motta Veiga PIMENTA, F. ., Ribeiro RIOS, K., PAIVA, K. C., … ARRUDA, S. F. . (2003). Adições crescentes de ácido fítico à dieta não interferiram na digestibilidade da caseína e no ganho de peso em ratos. Revista De Nutrição, 16(2). Recuperado a partir de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9133

Número

Sección

ARTIGOS ORIGINAIS