Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional

Autores

  • Michaela EICKEMBERG Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição.
  • Carolina Cunha de OLIVEIRA Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição.
  • Anna Karla Carneiro RORIZ Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição.
  • Lílian Ramos SAMPAIO Universidade Federal da Bahia, Escola de Nutrição.

Palavras-chave:

Avaliação nutricional, Composição corporal, Impedância elétrica

Resumo

A busca por métodos de estimativa da composição corporal é uma preocupação constante da comunidade científica, com vistas à obtenção de um acurado diagnóstico do estado nutricional de indivíduos e populações. A bioimpedância elétrica tem sido uma alternativa atraente na avaliação da composição corporal, pela possibilidade de se trabalhar com equipamento não invasivo, portátil, de fácil manuseio, boa reprodutibilidade e, portanto, viável para a prática clínica e para estudos epidemiológicos. Sua utilização, que tem como finalidade determinar o fracionamento da composição corporal, tem sido apontada como uma técnica capaz de superar alguns desafios encontrados em outros métodos para avaliar o estado nutricional. Entre os componentes da bioimpedância elétrica, o ângulo de fase consiste em uma ferramenta cada vez mais utilizada na prática clínica, sendo estudado como indicador prognóstico e de estado nutricional. Esse ângulo indica alterações na composição corporal e na função da membrana celular, portanto, no estado de saúde de indivíduos. Dada a carência de estudos brasileiros sobre determinadas aplicações da bioimpedância elétrica, a proposta deste estudo, buscando contribuir com a literatura, é traçar um panorama sobre o emprego dessa técnica e, ainda, apresentar trabalhos que a comparam com outros métodos de avaliação nutricional e composição corporal.

Referências

Barbosa AR, Santarem JM, Jacob Filho W, Meirelles ES, Marucci MFN. Comparação da gordura corporal de mulheres idosas segundo antropometria, bioimpedância e DEXA. Arch Latinoam Nutr. 2001; 51(1):49-56.

Janssen I, Baumgartner RN, Ross R, Rosenberg IH, Roubenoff R. Skeletal muscle cutpoints associated with elevated physical disability risk in older men and women. Am J Epidemiol. 2004; 159(4):13-21

Kyle UG, Bosaeus I, Lorenzo AD, Deurenberg P, Elia M, Gómez JM, et al. Bioelectrical impedance analysis - part I: review of principles and methods. Clin Nutr. 2004; 23:1226-46.

Britto EP, Mesquita ET. Bioimpedância elétrica aplicada à insuficiência cardíaca. Rev SOCERJ. 2008; 21(3):178-83.

Rodrigues MN, Silva SC, Monteiro WD, Farinatti PTV. Estimativa da gordura corporal através de equipamentos de bioimpedância, dobras cutâneas e pesagem hidrostática. Rev Bras Med Esporte. 2001; 7(4):125-131

Barbosa-Silva MC, Barros AJ, Wang J, Heymsfield SB, Pierson RN. Bioelectrical impedance analysis: population reference values for phase angle by age and sex. Am J Clin Nutr. 2005; 82(1):49- 52.

Atzler E, Lehmann G. Über ein Neues Verfahren zur Darstellung der Herztätigkeit (Dielektrographie). Arbeitsph. 1932; 5(6):636-80.

Nyboer J, Hannapel L. Electrical impedance plethysmography: a physical and physiologic approach to peripheral vascular study. Circulation. 1950; 2(6):811-21. doi: 10.1161/01.CIR.2.6.811

Thomasset A. Bioeletrical properties of tissue impedance measurements. Lyon Med.1962; 207: 107-18.

Hoffer EC, Meador CK, Simpson DC. Correlatiion of whole-body impedance with total body water volume. J Appl Physiol. 1969; 27(4):531-4.

Gupta D, Lammersfeld CA, Burrows JL, Dahlk SL, Vashi PG, Grutsch JF, et al. Bioelectrical impedance phase angle in clinical practice: implications for prognosis in advanced colorectal cancer. Am J Clin Nutr. 2004; 80(6):134-38.

Gupta D, Lammersfeld CA, Vashi PG, King J, Dahlk SL, Grutsch JF, et al. Bioelectrical impedance phase angle as a prognostic indicator in breast cancer. BMC Cancer. 2008; 8(1):249.

Gupta D, Lammersfeld CA, Vashi PG, King J, Dahlk SL, Grutsch JF, et al. Bioelectrical impedance phase angle in clinical practice: implications for prognosis in stage IIIB and IV non-small cell lung cancer. BMC Câncer. 2009; 9:37.

Kamimura MA, Draibe AS, Sigulen DM, Cuppari L. Métodos de avaliação da composição corporal em pacientes submetidos à hemodiálise. Rev Nutr. 2004; 17(1):97-105. doi:10.1590/S1415-5273200 400010001.

Baumgartner RN, Chumlea WC, Roche AF. Bioelectric impedance phase angle and body composition. Am J Clin Nutr. 1988; 48(1):16-23

Cole KS. Permeability and impermeability off cell membranes for íons. Quantitat Biol. 1940; 8(1): 110-22.

Heyward VH, Stolarczyk LM. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Manole; 2000.

Jambassi Filho JC, Cyrino ES, Gurjão ALD, Braz IA, Gonçalves R, Gobbi S. Estimativa da composição corporal e análise de concordância entre analisa dores de impedância bioelétrica bipolar e tetrapolar. Rev Bras Med Esporte. 2010; 16(1):13-7.

Marques MB, Heyward V, Paiva CE. Validação cruzada de equações de bio-impedância em mulheres brasileiras por meio de absortometria radiológica de dupla energia (DXA). Rev Bras Ciênc Mov. 2000; 8(4):14-20.

Pirlich M, Schutz T, Spachos T, Ertl S, Weiss ML, Lochs H, et al. Bioelectrical impedance analysis is a useful bedside technique to assess malnutrition in cirrhotic patients with and without ascites. Hepatology. 2000; 32(6):1208-15.

Lima LRA, Rech CR, Petroski EL. Utilização da impedância bioelétrica para estimativa da massa muscular esquelética em homens idosos. Arch Latinoam Nutr. 2008; 58(4):386-91.

Rezende F, Rosado L, Franceschini S, Rosado G, Ribeiro R, Marins JCB. Revisão crítica dos métodos disponíveis para avaliar a composição corporal em grandes estudos populacionais e clínicos. Arch Latinoam Nutr. 2007; 57(4):327-34.

Segal KR, Gutin B, Presta, Wang J, van Itallie TB. Estimation of human body composition by electrical impedance methods a comparative study. J Appl Physiol. 1985; 58(5):1565-71.

Gray D, Bray G, Gemayel N, Kaplan K. Effect of obesity on bioelectrical impedance. Am J Clin Nutr. 1989; 50(2):255-60.

Barreto-Silva MI, Avesani CM, Vale B, Lemos C, Bregman R. Agreement between anthropometry and bioelectrical impedance for measuring body fat in nonobese and obese nondialyzed chronic kidney disease patients. J Renal Nutr. 2008; 18(4): 355-62.

Sun SS, Chumlea WC, Heymsfield SB, Lukaski HC, Schoeller D, friedl K, et al. Development of bioelectrical impedance analysis prediction equations for body composition with the use of a multicomponent model for use in epidemiologic surveys. Am J Clin Nutr. 2003; 77(2):331-40.

Nagai M, Komiya H, Mori Y, Otha T, Kasahara Y, Ikeda Y. Development of a new method for estimating visceral fat área with multi frequency bioelectrical impedance. J Exp Med. 2008; 214(2): 105-12.

Watson S, Blundell HL, Evans WD, Griffiths H, Newcombe RG, Rees DA. Can abdominal bioelectrical impedance refine the determination of visceral fat from waist circumference? Physiol Meas. 2009; 30(7):N53-8.

Ryo M, Maeda K, Onda T, katashima M, Okumiya A, Nishida M, et al. A new simple method for the measurement of visceral fat accumulation by bioelectrical impedance. Diab Care. 2005; 28(2): 451-3.

Sant’anna MSL, Tinoco ALA, Rosado LEFPL, Sant’anna LFR, Mello AC, Brito ISS, et al. Body fat assessment by bioelectrical impedance and its correlation with different anatomical sites used in the measurement of waist circumference in children. J Pediatr. 2009; 85(1):61-6.

Franz LBB. Bioimpedância elétrica como método de avaliação da composição corporal de indivíduos adultos e idosos. Ijuí: Unijuí; 1998.

Heitmann BL. Avaliação de gordura corporal estimado do índice de massa corporal, dobras cutâneas e impedância: um estudo comparativo. Eur J Clin Nutr. 1990; 44(11):831-7

Rech CR, Silva AT, Lunardi CC, Bohrer T, Petroski EL. Comparação da absormetria radiológica de dupla energia, antropometria e impedância bioelétrica na avaliação da composição corporal em mulheres. Rev Dig Buenos Aires. 2005 [acesso 2010]; 10(91). Disponível em: <http://www.efde portes.com/efd91/antrop.htm>.

Fernandez RA, Rosa CSC, Buonani C, Oliveira AR, Freitas Junior IF. Utilização da impedância bioelétrica na indicação do excesso de gordura visceral e subcutânea. J Pediatr. 2007; 83(6):529-34

Rodríguez PN, Bermúdez EF, Rodríguez GS, Spina MA, Zeni SN, Friedman SM, et al. Composición corporal en niños preescolares: comparación entre métodos antropométricos simples, bioimpedancia y absorciometría de doble haz de rayos X. Arch Argent Pediantr. 2008; 106(2):102-9.

Cocetti M, Castilho SD, Barros Filho, AA. Dobras cutâneas e bioimpedância elétrica perna-perna na avaliação da composição corporal de crianças. Rev Nutr. 2009; 22(4):527-36. doi: 10.1590/S1415-527 32009000400008.

Gupta D, LIS CG, Dahlk SL, King J, Vashi PG, Grutsch JF, et al. The relationship between bioelectrical impedance phase angle and subjective global assessment in advanced colorectal cancer. Nutr J. 2008; 7:19. doi: 10.1186/1475-2891-7-19

Silva LMDL, Caruso L, Martini LA. Aplicação do ângulo de fase em situações clínicas. Rev Bras Nutr Clin. 2007; 22(4):317-21.

Selberg O, Selberg D. Norms and correlates of bioimpedance phase angle in healthy human subjects, hospitalized patients, and patients with liver cirrhosis. Eur J Appl Physiol. 2002; 86(6):509-16

Barbosa DMO, Daltro CS, Torres AC, Reis GP, Costa GLOB, Costa MSG, et al. Aplicação clínica do ângulo de fase em oncologia. Rev Bras Nutr Clín. 2008; 23(3):209-42.

Azevedo ZMA, Silva DR, Dutra MVP, Elsas MICG, Barbosa-Silva MCG, Fonseca VM. Associação entre ângulo de fase, PRISM I e gravidade da sepse. Rev Bras Terap Intens. 2007; 19(3):297-303.

Barbosa-Silva MC, Barros AJ, Post CL, Waitzberg DL, Heymsfield SB. Can bioelectrical impedance analisys identify malnutrition in preoperative nutrition assessment? Nutrition. 2003; 19(5):422-6.

Scheunemann L, Wazlawik E, Trindade EBSM. Aplicação do ângulo de fase na prática clínica nutricional. Rev Bras Nutr Clín. 2008; 23(4):292-7.

Maggiore Q, Nigrelli S, Ciccarelli C, Grimaldi C, Rossi GA, Michelassi C. Nutritional and prognostic correlates of boielectrical impedance indexes in hemodialysis patients. Kidney Int. 1996; 50:2103-8.

Ellis KJ. Human body composition: in vivo methos. Physiol Rev. 2000; 80(2):649-80

Mushnick R, Fein PA, Mittman N, Goel N, Chattopadhyay J, Avram MM. Relatinship of bioelectrical impedance parameters to nutrition and survival in peritoneal dialysis patients. Kidney Int. 2003; 64(S87):S53-6. doi: 10.1046/j-1523-1755.6 4.s87.22.x.

De Luis Da, Aller R, Bachiller P, Gonzalez-Sagrado M, Martin J, Izaola O. Influence of hormonal status and oral intake on phase angle in HIV-infected men. Nutrition. 2004; 20(9):731-4.

Hengstermann S, Fischer A, Steinhagen-Thiessen E, Schulz R. Nutrition status and pressure ulcer. What we need for nutrition screening. J Parent Ent Nutr. 2007; 31(4):288-94

Sonsin PB, Bonfim C, Silva ALND, Caruso L. Análise da assistência nutricional a pacientes disfágicos hospitalizados na perspectiva de qualidade. Mundo Saúde S. Paulo. 2009; 33(3):310-9

Downloads

Publicado

29-09-2023

Como Citar

EICKEMBERG, M. ., OLIVEIRA, C. C. de ., RORIZ, A. K. C. ., & SAMPAIO, L. R. . (2023). Bioimpedância elétrica e sua aplicação em avaliação nutricional. Revista De Nutrição, 24(6). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9901

Edição

Seção

Comunicação