Discrepâncias na imagem corporal e na dieta de obesos
Palavras-chave:
Comportamento alimentar, Educação alimentar e nutricional, Obesidade, Nutrição de grupos de riscoResumo
Objetivo
Este estudo avaliou a discrepância entre a imagem real e a imagem ideal de indivíduos obesos e procurou relacionar possíveis alterações no comportamento alimentar na busca desse corpo ideal.
Métodos
A amostra foi composta por 25 sujeitos, sendo 76% do sexo feminino e idade média de 39,24 (desviopadrão=5,01) anos. Dois instrumentos foram utilizados: a Escala de Aparência Física, cuja análise fatorial extraiu um único fator “Aparência Física” com precisão de α=0,74 para mulheres e α=0,73 para homens e o Questionário de Prioridade Alimentar elaborado para agrupar itens nas categorias que compõem a Pirâmide Alimentar. Foram realizados testes t pareados para comparar diferenças entre as imagens real e ideal e para comparar os comportamentos alimentares real e ideal.
Resultados
Os resultados apresentaram diferenças entre as imagens ideal e real, sendo a primeira representada de forma mais positiva que a última. Com relação ao comportamento alimentar, os resultados demonstraram diminuição no consumo de carnes e café preto e aumento no consumo de frutas e vegetais para atingir o corpo ideal. Porém, a amostra não mudaria os seus hábitos em relação ao consumo de cereais, laticínios, óleos e gorduras, doces e refrigerantes.
Conclusão
Embora os resultados apresentem diferenças na percepção da imagem corporal, a amostra não mudaria os seus hábitos em relação às categorias do topo da pirâmide alimentar.
Referências
Costa PCG. Escala de autoconceito no trabalho: construção e validação. Rev Psicol: Teoria e Pesquisa. 2002; 18(1):75-81.
Villa AS, Auzmendi E. Medição do autoconceito. São Paulo: INEP; 1999.
Giavoni A, Tamayo A. Inventário dos esquemas de gênero do autoconceito (IEGA). Rev Psicol: Teoria e Pesquisa. 2000; 16(2):175-84.
Bybee JA, Zigler E. Self-image and guilt: a further test of the cognitive developmental formulation. J Pers. 1991; 59(4):733-45.
Strauman TJ, Higgins ET. Self-discrepancies as predictors of vulnerability to distinct syndromes of chronic emotional distress. J Pers. 1988; 56(4): 685-707.
Higgins ET, Bond K, Strauman TJ. Self discrepancies and emotional vulnerability: how magnitude, accessibility, and type of discrepancy influence affect. J Per Soc Psy. 1986; 51(1):5-15.
Franzoi SL, Shields SA. The body esteem scale: multidimensional structure and sex differences in a college population. J Per Ass. 1984; 48(2):173-8.
Nogueira MR. Inventário de autoconceito físico (IAF) [dissertação]. Brasília: Universidade Católica de Brasília; 2004.
Marsh HW, Richards GE, Johnson S, Tremayne P. Physical self description questionnaire: psychometric properties and a multitrait: multimethod analysis of relations to existing instruments. J Sport Exerc Psychol. 1994; 16(3):270-305.
Tavares MCC. Imagem corporal: conceito e desenvolvimento. São Paulo: Manole; 2003.
Becker JRB. Manual de psicologia aplicada ao exercício & esporte. Porto Alegre: Edelbra; 1999.
Cash, TF. Body images attitudes among obese enrollees in a commercial weight loss program. Percep Mot Skills. 1993; 77(3):1099-103.
Monteiro CA, Benício MH, Iunes R, Gouveia NC. Nutritional status of Brazilian children: trends from 1975 to 1989. Bull World Health Organ. 1992; 70(5):657-66.
Felippe F, Santos AM. Novas demandas profissionais: obesidade em foco. Rev ADPPUCRS. 2004; (5):63-70.
Bernardi F, Cichelero C, Vitolo MR. Comportamento de restrição alimentar e obesidade. Rev Nutr. 2005; 18(1):85-93.
Campos LA, Leite AJM, Almeida PC. Nível socioeconômico e sua influência sobre a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares adolescentes do município de Fortaleza. Rev Nutr. 2006; 19(5): 531-8.
Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev Nutr. 2004; 17(4):523-33.
World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva: World Health Organization; 1998.
Velásquez-Meléndez G, Pimenta AM, Kac G. Epidemiologia do sobrepeso e da obesidade e seus fatores determinantes em Belo Horizonte (MG), Brasil: estudo transversal de base populacional. Rev Panam Salud Publica. 2004; 16(5): 308-14.
Philippi ST, Latterza AR, Cruz ATR, Ribeiro LC. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Rev Nutr. 1999; 12(1):65-80.
Harman HH. Modern factor analysis. Chicago: University of Chicago Press; 1976.
Cronbach LJ. Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas; 1996.
Serra GM, Santos AEM. Saúde e mídia na construção da obesidade e do corpo perfeito. Ciênc Saúde Colet. 2003; 8(3):691-701.
Coon KA, Tucker KL. Television and children’s consumption patterns. A review of the literature. Minerva Pediatr. 2002; 54(5):423-36.
Perez GH, Romano BW. Comportamento alimentar e síndrome metabólica: aspectos psicológicos. Rev Soc Cardiol. 2004; 14(4):544-50.
Santos AM. Novas demandas profissionais: obesidade em foco. Rev ADPPUCRS. 2004; 5:63-70.
Sigulem DM, Devincenzi MU, Lessa AC. Diagnóstico do estado nutricional da criança e do adolescente. J Ped. 2000; 76(3):275-84.
McArdle WD, Katch FI, Katch VI. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.
Gali JC. Osteoporose. Acta Otop Bras. 2001; 9(2): 53-62.
Vieira MA, Atihe RD, Soares RC, Damiani D, Setia N. Adesão inicial ao tratamento de adolescentes obesos em programas de redução de peso. Pediatria. 2004; 26(4):240-6.
Triches RM, Giugliani ERJ. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Rev Saúde Pública. 2005; 39(4):541-7.
Vasques F, Martins FC, Azevedo AP. Aspectos psiquiátricos do tratamento da obesidade. Rev Psiq Clin. 2004; 31(4):195-8.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Patrícia KANNO, Misael RABELO, Gislane Ferreira de MELO, Adriana GIAVONI
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.