Nível de atividade física e hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde

Autores

  • Priscilla MARCONDELLI Universidade de Brasília
  • Teresa Helena Macedo da COSTA Universidade de Brasília
  • Bethsáida de Abreu Soares SCHMITZ Universidade de Brasília

Resumo

Objetivo
Este trabalho teve como objetivo verificar o nível de atividade física e os hábitos alimentares de universitários da área de saúde visto serem, no futuro, os disseminadores dessas informações.

Métodos
Estudo transversal, realizado em 281 estudantes da área da saúde da Universidade de Brasília. Foram avaliadas variáveis antropométricas, de consumo alimentar e de nível de atividade física.

Resultados
Observou-se alto nível de sedentarismo nos estudantes da área de saúde, exceto nos alunos de educação física, que praticam atividade física como parte da própria grade curricular. Verificou-se tendência de menor nível de atividade física nos estudantes de menor estrato socioeconômico. A alimentação foi considerada inadequada para a maioria dos estudantes (79,7%). Os menores percentuais relativos a uma alimentação adequada foram observados para o grupo de leite e derivados (23,0%), frutas e vegetais (24,9%) e carboidratos complexos (25,9%). Verificou-se um alto percentual de consumo inadequado de refrigerantes e doces (74,0%). O sexo foi associado significantemente ao índice de massa corporal, tendo os homens um índice de massa corporal maior que o das mulheres (p<0,001).

Conclusão
Apesar de a amostra ser composta por estudantes da área da saúde, que, em princípio, são possuidores de maior conhecimento sobre práticas de vida saudáveis, observou-se um alto percentual de sedentarismo e de inadequação nos hábitos alimentares. Verifica-se a necessidade do repensar sobre a associação entre o conhecimento teórico e a mudança real no estilo de vida, visando à promoção da saúde do indivíduo.

Referências

World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva; 2003. WHO Technical Report Series, 916.

Doyle EI, Feldman RH. Factors affecting nutrition behavior among middle-class adolescents in urban area of Northern region of Brazil. Rev Saúde Pública. 1997; 31(4):342-50.

Lowry R, Galuska DA, Fulton JE, Wechsler H, Kann L, Collins JL. Physical activity, food choice, and weight management goals and practices among US college students. Am J Prev Med. 2000; 18(1):18-27.

Wardle J, Steptoe A, Bellisle F, Davou B, Reschke K, Lappalainen R, et al. Healthy dietary practices among European students. Health Psychol. 1997; 16(5):443-50.

Haberman S, Luffey D. Weighing in college students’ diet and exercise behaviors. J Am Coll Health. 1998; 46(4):189-91.

DeBate RD, Topping M, Sargent RG. Racial and gender differences in weight status and dietary practices among college students. Adolescence. 2001; 36(144):819-33.

Anding JD, Suminski RR, Boss L. Dietary intake, body mass index, exercise and alcohol: are college women following the dietary guidelines for Americans? J Am Coll Health. 2001; 49(4): 167-71.

Vieira VCR, Priore SE, Ribeiro SMR, Franceschini SCC, Almeida LP. Perfil socioeconômico, nutricional e de saúde de adolescentes recém-ingressos em uma universidade pública brasileira. Rev Nutr. 2002; 15(3):273-82.

National Center for Health Statistics. Healthy People 2000 review, 1993. Hyattsville (MD): Public Health Service; 1994.

Waxman A, World Health Assembly. WHO global strategy on diet, physical activity and health. Food Nutr Bull. 2004; 25(3):292-302.

Monteiro CA, Conde WL, Matsudo SM, Matsudo VR, Bonsenor IM, Lotufo PA. A descriptive epidemiology of leisure-time physical activity in Brazil, 1996-1997. Rev Panam Salud Publica. 2003; 14(4):246-54.

Pate RR, Pratt M, Blair SN, Haskell WL, Macera CA, Bouchard C, et al. Physical activity and public health. A recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA. 1995; 273(5): 402-7.

Crespo CJ, Ainsworth BE, Keteyan SJ, Health GW, Smit EN. Prevalence of physical inactivity and its relation to social class in US adults: results from the Third National Health and Nutrition Examination Survey, 1988-1994. Med Sci Sport Exerc. 1999; 31(12):1821-7.

Ford ES, Merrit RK, Heath GW, Powell KE, Washburn RA, Kriska A, et al. Physical activity behaviors in lower and higher socioeconomic status populations. Am J Epidemiol. 1991; 133(12): 1246-56.

Manson JE, Greenland P, LaCroix AZ, Stefanick ML, Mouton CP, Oberman A, et al. A prospective study of walking compared with vigorous exercise in the prevention of coronary heart disease in women. N Engl J Med. 1999; 341(9): 650-8.

Sallis JF, Hovell MF. Determinants of exercise behaviour. Exerc Sport Sci Rev. 1990; 18:307-30.

Georgiou CC, Betts NM, Hoerr SL, Keim K, Peters PK, Stewart B, et al. Among young adults, college students and graduates practiced more healthful habits and made more healthful food choices than did nonstudents. J Am Diet Assoc. 1997; 97(7): 754-9.

Philippi ST, Ribeiro LC, Latterza AR, Cruz ATR. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha de alimentos. Rev Nutr. 1999; 12(1):65-80.

Jelliffe DB. The assessment of the nutritional status of the community. Geneva: WHO; 1966.

Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central. Perfil sócio-econômico das famílias do Distrito Federal. Brasília: CODEPLAN; 1997.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington (DC): National Academy of Sciences; 2002.

Benzecry EH, Pinheiro AV, Lacerda EA, Gomes MS, Costa VM. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. 4a.ed. São Paulo: Ateneu, 2000.

Organização Mundial da Saúde. Necessidades de energia e proteínas. Genebra; 1985. Série de Relatos Técnicos, 724.

James WP, Schofield EC. Necessidades humanas de energia, um manual para planejadores e nutricionistas. Rio de Janeiro: IBGE; 1994.

Pinto BM, Marcus BH. A stages of change approach to understanding college students’ physical activity. J Am Coll Health. 1995; 44(1): 27-31.

Salles-Costa R, Werneck G, Lopes C, Faerstein. Gênero e prática de atividade física de lazer. Cad Saúde Pública. 2003; 19(4):325-33.

Lindstrom M, Isacsson SO, Merlo J. Increasing prevalence of overweight, obesity and physical inactivity: two population-based studies 1986 and 1994. Eur J Public Health. 2003; 13(4):306-12.

Martínez-Ros MT, Tormo MJ, Perez-Flores D, Navarro C. Physical sports activity in a representative sample of the population of Region de Murcia, Spain. Gac Sanitaria. 2003; 17(1):11-9.

American College of Sports Medicine. Position stand. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in health adults. Med Sci Sports Exerc. 1998; 30(6):1-34.

Rique AB, Soares EA, Meirelles CM. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Rev Bras Med Esporte. 2002; 8(6): 244-54.

Downloads

Publicado

01-09-2023

Como Citar

MARCONDELLI, P. ., Macedo da COSTA, T. H. ., & Soares SCHMITZ, B. de A. (2023). Nível de atividade física e hábitos alimentares de universitários do 3º ao 5º semestres da área da saúde. Revista De Nutrição, 21(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9556

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS