Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil1

Autores

  • Monique Silveira ROSA Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Sarah Regina Ferreira de NEGREIROS Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Larissa Mont’Alverne Jucá SEABRA Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Tânia Lúcia Montenegro STAMFORD Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Alimentação escolar, Carne, Higiene dos alimentos

Resumo

Objetivo
Monitorar o tempo e a temperatura de distribuição de preparações à base de carne servidas em escolas municipais de Natal (RN).

Métodos
Foram selecionadas 27 escolas da rede municipal de ensino, de forma aleatória, divididas em estratos por diferentes regiões administrativas. As medições de temperatura de preparações à base de carne foram verificadas quatro vezes em cada escola e o tempo de exposição destas foi verificado ao final da cocção e no início e no final da distribuição, com um termômetro digital do tipo espeto e relógio digital. Os resultados foram comparados com os padrões da resolução da diretoria colegiada n° 216/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.

Resultados
Para temperatura de cocção, 100% das escolas apresentaram-se dentro dos padrões (acima de 70°C). Entretanto, no início e no final da distribuição, 100% das escolas das Regiões Leste e Sul apresentaram temperaturas inadequadas (abaixo de 60ºC). Na Região Oeste 70% das escolas apresentaram temperaturas em desacordo no início da distribuição e 90% no final dessa etapa. Na Região Norte verificou-se que 91% das escolas apresentaram temperaturas impróprias no início e 82% no final da distribuição. As médias do tempo de espera das preparações foram de 59, 49, 66 e 48 minutos para as regiões Leste, Oeste, Norte e Sul, respectivamente.

Conclusão
Há necessidade da adoção de Boas Práticas nas escolas municipais de Natal, a fim de uma manutenção efetiva da temperatura de distribuição das refeições no intuito de garantir uma alimentação de qualidade sanitária satisfatória aos escolares, evitando-se as intoxicações alimentares decorrentes da ineficácia das temperaturas. 

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Publicado

01-09-2023

Como Citar

Silveira ROSA, M. ., Ferreira de NEGREIROS, S. R., Mont’Alverne Jucá SEABRA, L. ., & Montenegro STAMFORD, T. L. . (2023). Monitoramento de tempo e temperatura de distribuição de preparações à base de carne em escolas municipais de Natal (RN), Brasil1. Revista De Nutrição, 21(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9552

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS