Efeito de diferentes doses de ácido retinoico sobre a resistência óssea de ratos jovens

Autores

  • Luciana Bronzi de SOUZA Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Saúde Pública.
  • Cristiana Maria Murbach FREIRE Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Clínica Médica
  • Renata Noêmia Alves de ALMEIDA Nutricionista.
  • Sérgio Swain MÜLLER Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Cirurgia e Ortopedia.
  • Sérgio Alberto Rupp PAIVA
  • Gláucia Maria Ferreira da Silva MAZETO Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Medicina de Botucatu, Departamento de Clínica Médica.

Palavras-chave:

Biomecânica, Osteoporose, Ratos, Tretinoína

Resumo

Objetivo
Avaliar os efeitos da suplementação de diferentes doses de todo-trans ácido retinóico sobre a resistência óssea, por meio de ensaio biomecânico de flexão, em tíbia de ratos jovens.
Métodos
Foram estudados 58 ratos jovens, com quatro diferentes doses de vitamina A em suas dietas, sendo divididos em 4 grupos: grupo controle (n=15), sem acréscimo de todo-trans ácido retinoico; grupo com acréscimo de 0,3mg de todo-trans ácido retinoico por kg de ração (n=13); grupo com 10mg de todo-trans ácido retinoico por kg de ração (n=15); e grupo com 50mg de todo-trans ácido retinoico por kg de ração (n=15). O estudo durou 30 dias. Após o sacrifício dos animais, suas patas esquerdas foram congeladas, dissecadas e as tíbias submetidas ao ensaio de flexão. Foram avaliados a carga máxima e o coeficiente de rigidez. Foi aplicada análise de variância one-way. O nível de significância estatístico adotado foi p<0,05.

Resultados
Os valores médios de carga máxima (em Newton) foram: grupo-controle =37,94, DP=4,76; grupo todo-trans ácido retinoico 0,3=36,49, DP= 4,38; grupo todo-trans ácido retinoico 10=40,12, DP=6,03; grupo todo-transácido retinoico 50=35,68, DP=5,22 (p=0,107). Os valores médios de coeficiente de rigidez (em Newton/milímetros) foram: grupo-controle =31,84 DP=6,75; grupo todo trans ácido retinoico 0,3=29,18, DP=4,35; grupo todo-trans ácido retinoico 10=35,48, DP=8,14; grupo todo-trans ácido retinoico 50=30,31, DP=7,14 (p=0,85).

Conclusão
Conclui-se que a exposição a diferentes doses de todo-trans ácido retinoico, em ratos, durante 30 dias, não exerce efeito sobre a resistência óssea, quando avaliada por ensaios biomecânicos.

Referências

Dawson MI. The importance of vitamin A in nutrition. Curr Pharm Des. 2000; 6(3):311-25.

Fairfield KM, Fletcher RH. Vitamins for chronic disease prevention in adults: scientific review. JAMA. 2002; 287(23):3116-26.

Ramalho RA, Flores H, Saunders C. Hypovitaminosis A in Brazil: a public health problem. Rev Panam Salud Publica. 2002; 12(2):117-22.

Qiao YL, Dawsey SM, Kamangar F, Fan JH, Abnet CC, Sun XD, et al. Total and cancer mortality after supplementation with vitamins and minerals: follow-up of the Linxian General Population Nutrition Intervention Trial. J Natl Cancer Inst. 2009; 101(7):507-18.

Ganceviciene R, Zouboulis CC. Isotretinoin: state of the art treatment for acne vulgaris. J Dtsch Dermatol Ges. 2010; 8 (Suppl 1):S47-59.

Klamt F, Dal-Pizzol F, Roehrs R, Oliveira RB, Dalmolin R, Henriques JA, et al. Genotoxicity, recombinogenicity and cellular preneoplasic transformation induced by vitamin A supplementation. Mutat Res. 2003; 539(1-2):117-25.

Wolbach SB. Vitamin A deficiency and excess in relation to skeletal growth. J Bone Joint Surg. 1947; 29:171-92.

Binkley N Krueger D. Hypervitaminosis A and bone. Nutr Rev. 2000; 58:138-44.

Rhode CM, Deluca H. Bone resorption activity of all-trans retinoic acid is independent of vitamin D in rats. J Nutr. 2003; 133:777-83.

Morales-Torres J, Gutiérrez-Ureña S, Osteoporosis committee of Pan-American League of Associations for Rheumatology. The burden of osteoporosis in Latin America. Osteoporos Int. 2004; 15(8):625-32.

Lanzillotti HS, Lanzillotti RS, Trotte APR, Dias AS, Bornand B, Costa EAMM. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa, cálcio dietético e outros fatores de risco. Rev Nutr. 2003; 16(2):181-93. doi: 10.1590/S1415-52732003000200005.

Melhus H, Michaelsson K, Kindmark A, Bergstrom R, Holmberg L, Mallmin H, et al. Excessive dietary intake of vitamin A is associated with reduced bone mineral density and increased risk for hip fracture. Ann Intern Med. 1998; 129:770-8.

Feskanich, D, Singh, V, Willett, WC, Colditz GA. Vitamin A intake and hip fractures among postmenopausal women. JAMA. 2002; 287:47-54.

Johanson S, Lind PM, Hakansson H, Oxlund H, Örberg J, Melhus H. Subclinical Hypervitaminosis A causes fragile bones in rats. Bone. 2002; 31(6): 685-9.

Reeves GP, Forrest HN, Fahey CG. AIN-93 purified diets for laboratory rodents: final report of the Americam Institute of Nutrition Ad Hoc writing committee on the reformulation of the AIN-76 A rodent diet. J Nutr. 1993; 123:1939-51.

Mattila PT, Svanberg, MJ, Jãmsã T, Knuuttila MLE. Improved Bone Biomechanical Properties in XylitolFed Aged Rats. Metabolism. 2002; 51(1):92-6.

StatSoft Inc. STATISTICA (data analysis software system) version 6.0. Tulsa: StatSoft; 2001.

Anderson JJB. Oversupplementation of vitamin A and osteoporotic fractures in the elderly: to supplement or not to supplement with vitamin A. J Bone Miner Res. 2002; 17:1359-62.

Denke MD. Dietary retinol: a double-edged sword. JAMA. 2002; 287:102-4.

Frame B, Jackson CE, Reynolds WA, Umphrey JE. Hypercalcemia and skeletal effects in chronic hypervitaminosis A. Ann Inter Med. 1974; 80:44-8.

Jowsey J, Riggs BL. Bone changes in a patient with hypervitaminosis A. J Clin Endocrinol Metab. 1968; 28:1833-5.

Ragavan VV, Smith JE, Bilezekian JP. Vitamin A toxicity and hipercalcemia. Am J Med Sci. 1982; 283:161-4

Frankel TL, Seshadri MS, McDowall DB, Cornish CJ. Hypervitaminosis A and calcium-regulating hormones in rat. J Nutr. 1986; 116:578-87.

Leelaprute V, Boonpucknavig V, Bhamarapravati N, Weerapradist W. Hypervitaminosis A in rats. Arch Pathol Lab Med. 1973; 96:5-9.

Moore T, Wang YL. Hypervitaminosis A. Biochem J.1945; 39:222-8.

Högström M, Nordström A, Nordström P. Retinol, retinol-binding protein 4, abdominal fat mass, peak bone mineral density, and markers of bone metabolism in men: the Northern Osteoporosis and Obesity (NO2) Study. Eur J Endocrinol. 2008; 158(5):765-70.

Kawahara TN, Krueger DC, Engelke JA, Harke JM, Birkley NC. Short-Term Vitamin A supplementation does not affect bone turn over in men. J Nutr. 2002; 132:1169-72.

Li XF, Dawson-Hughes B, Hopkins R, Russell RM, Jee WS, Bankson D, et al. The effects of chronic vitamin A excess on bone remodeling in aged rats. Proc Soc Exp Biol Med. 1989; 191:103-7.

Nieman C, Obbink H. The biochemistry and pathology od hipervitaminosis A. Vitam Horm. 1998; 12:69-99.

Hough S, Avioli LV, Muir H, Gelderblom D, Jenkins G, Kurasi H, et al. Effects of hypervitaminosis A on the bone and mineral metabolis of the rat. Endocrinology. 1988; 122:2933-9.

Downloads

Publicado

31-08-2023

Como Citar

SOUZA, L. B. de, FREIRE, C. M. M. ., ALMEIDA, R. N. A. de, MÜLLER, S. S. ., PAIVA, S. A. R. ., & MAZETO, G. M. F. da S. . (2023). Efeito de diferentes doses de ácido retinoico sobre a resistência óssea de ratos jovens. Revista De Nutrição, 24(3). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9432

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS