Escala de Disposição para Perdoar
estrutura, consistência interna e invariância fatorial
Palavras-chave:
Aplicação do teste, Perdão, ValidadeResumo
Este artigo teve como objetivo adaptar para o contexto brasileiro a Escala de Disposição para Perdoar, conhecendo evidências de validade (fatorial e convergente) e precisão (consistência interna, homogeneidade e confiabilidade composta). Nesse sentido, realizaram-se dois estudos. No estudo 1, participaram 220 estudantes universitários de uma instituição privada de João Pessoa, Paraíba, com idade média de 24 anos (81,7% do sexo feminino), que responderam à Escala de Disposição para Perdoar e a perguntas demográficas. Uma análise de componentes principais revelou uma estrutura unifatorial, explicando 44,3% da variância total, com alfa de Cronbach (á) de 0,88. No estudo 2, participaram 302 estudantes universitários de uma instituição pública da mesma cidade, apresentando idade média de 22 anos (52,3% do sexo masculino), tendo respondido aos mesmos instrumentos. Uma análise fatorial confirmatória corroborou a estrutura unifatorial (Goodness-of-Fit Index = 0,90, Root Mean-Square Error of Approximation = 0,09), que se mostrou invariante quanto ao gênero dos participantes (ÄRoot Mean-Square Error of Approximation <0,01). Além disso, observaram-se índices favoráveis de precisão (á = 0,85, homogeneidade = 0,30 e confiabilidade composta = 0,85), mostrando evidências de validade convergente (Variância Média Extraída = 0,82). Concluiu-se que a medida apresenta evidências de validade e precisão no contexto de pesquisa, porém são demandados novos estudos sobre sua estabilidade temporal e validade discriminante.
Downloads
Referências
Byrne, B. M. (2010). Structural equation modeling with Amos: Basic concepts, applications, and programming. New York: Routledge.
Ciscon-Evangelista, M. R., & Menandro, P. R. M. (2011). Casados para sempre: casamento e família na concepção de casais evangélicos neopentecostais. Psicologia Argumento, 29(66), 343-352.
Clark, L. A., & Watson, D. (1995). Constructing validity: Basic issues in objective scale development. Psychological Assessment, 7(3), 309-319.
Damásio, B. F. (2013). Contribuições da Análise Fatorial Confirmatória Multigrupo (AFCMG) na avaliação de invariância de instrumentos psicométricos. Psico - USF, 18(2), 211-220.
DeShea, L. A. (2003). Scenario-based scale of willingness to forgive. Individual Differences Research, 1(3), 201-217
Enright, R. (2008). O poder do perdão. Cruz Quebrada: Estrela Polar.
Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Evaluating structural equation models with unobservable variables and measurement error. Journal of Marketing Research, 18(1), 39-50.
Goldring, J. (2011). The development an implicit association test for measuring forgiveness (Doctoral dissertation unpublished). University of Adelaide.
Gouveia, V. V., Athayde, R. A. A., Mendes, L. A. C., & Freire, S. E. A. (2012). Introdução às medidas implícitas: conceitos, técnicas e contribuições. Diaphora: Revista da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, 12(1), 80-92
Gouveia, V. V., & Gabriel, M. S. (2013). Calculadoras de validade de construto. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba
Gouveia, V. V., Costa, J. M., Araújo, L. B. U., Gouveia, R. S. V., Medeiros, E. D., & Gonçalves, M. P. (2009). Disposição para perdoar, desejabilidade social e religião: um estudo correlacional. Revista Bioética, 17(2), 297-308.
Hayton, J. C., Allen, D. G., & Scarpello, V. (2004). Factor retention decisions in exploratory factor analysis: A tutorial on parallel analysis. Organizational Research Methods, 7(2), 191-207
Kanz, J. E. (2000). How do people conceptualize and use forgiveness? The Forgiveness Attitudes Questionnaire. Counseling and Values, 44(3), 174-188.
Karremans, J. C., Van Lange, P. A. M., Ouwerkerk, J. W., & Kluwer E. S. (2003). When forgiving enhances psychological well-being: The role of interpersonal commitment. Journal of Personality and Social Psychology, 84(5), 1011-1026.
Koutsos, P., Wertheim, E. H., & Kornblum, J. (2008). Paths to interpersonal forgiveness: The roles of personality, disposition to forgive and contextual factors in predicting forgiveness following a specific offence. Personality and Individual Difference, 44(2), 337-348.
Laros, J. A. (2005). O uso da análise fatorial: algumas diretrizes para pesquisadores. In L. Pasquali (Org.), Análise fatorial para pesquisadores (pp.163-184). Brasília: LabPAM.
Mauger, P. A., Perry, J. E., Freeman, T., Grove, D. C., McBride, A. G., & McKinney, K. (1992). The measurement of forgiveness: Preliminary research. Journal of Psychology and Christianity, 11(2), 170-80.
McCullough, M. E. (2000). Forgiveness as human strength: Theory, measurement, and links to wellbeing. Journal of Social and Clinical Psychology, 19(1), 43-55.
McCullough, M. E., Rachal, K. C., Sandage, S. J., Worthington Jr., Brown, S. W., & Hight, T. L. (1998). Interpersonal forgiving in closing relationship: II. Theoretical elaboration and measurement. Journal of Personality and Social Psychology, 75(6), 1586-1603.
McCullough, M. E., & Witvliet, C. (2002). The psychology of forgiveness. In C. R. Snyder & S. Lopez (Eds.), Handbook of Positive Psychology (pp.446-458). New York: Oxford University Press.
Menezes, A. P. L. F. (2009). A propensão para o perdão na pessoa idosa (Dissertação de mestrado não-publicada). Universidade do Porto, Braga.
Pasquali, L. (2003). Psicometria: teoria dos testes na psicologia e na educação. Petrópolis: Vozes.
Rique, J., & Camino, C. (2010). O perdão interpessoal em relação a variáveis psicossociais e demográficas. Psicologia Reflexão e Crítica, 23(3), 525-532.
Santana, R. G., & Lopes, R. F. F. (2012). Aspectos conceituais do perdão no campo da psicologia. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(3), 618-631.
Spratto, E. (2011). Seventy times seven: Forgiveness as a moderator in the relationship between anger and violent crime (Master’s thesis unpublished). Liberty University, Lynchburg.
Suwartono, C., Prawasti, C. Y., & Mullet, E. (2007). Effect of culture on forgivingness: A Southern Asia-Western Europe comparison. Personality and Individual Differences, 42(3), 513-523
Terzino, K. A. (2010). Self-forgiveness for interpersonal and intrapersonal transgressions (Doctoral dissertation unpublished). Iowa State University.
Wu, A. D., Li, Z., & Zumbo, B. D. (2007). Decoding the meaning of factorial invariance and updating the practice of multi-group confirmatory factor analysis: A demonstration with TIMSS data. Practical Assessment, Research & Evaluation, 12(3), 1-26.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Valdiney Veloso GOUVEIA, Leogildo Alves FREIRES, Rildésia Silva Veloso GOUVEIA, José Farias de SOUZA FILHO, Roosevelt Vilar Lobo de SOUZA, Renan Pereira MONTEIRO
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.