Cegos no cinema: revendo algumas concepções sobre a cegueira

Autores

  • Maria Eduarda Silva Leme

Palavras-chave:

Cegos, Linguagem, Cinema

Resumo

Este trabalho tem por objetivo abordar aspectos da representação de uma realidade eminentemente visual - um filme de cinema - por parte de sujeitos cegos desde o nascimento. O referencial teórico adotado é a perspectiva histórico-cultural em psicologia, segundo a qual o psiquismo humano se constitui socialmente, tendo a linguagem como elemento central nesse processo. O material empírico foi obtido a partir de uma situação em que jovens cegos assistiram a um filme de cinema e em seguida o narraram em uma entrevista. O presente estudo analisa aspectos desse material enfocando a constituição do conhecimento pela linguagem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, M. J. de. Cinema: arte da memória. Campinas: Autores Associados, 1999.

ANDERSON, D.W. Mental imagery in congenitally blind children. Journal of Visual lmpairment and Blindness. v.78, n.5, (p. 206-21O),May 1984.

BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 8. ed. São Paulo: Hucitec, 1997a.

BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997b.

BIGELOW, A. Spacial mapping of familiar locations in bind children. Journal of Visual lmpairment and Blindness, v.85, n.3, (p.113-117), 1991.

CHARTIER, R. A história cultural.Lisboa:Difel, 1990.

CHAUÍ, M. Janela da alma, espelho do mundo. ln: O Olhar. Adauto Novaes (Org.). São Paulo: Companhia das Letras,1988.

DUBY, G. Para uma história das mentalida­ des. Lisboa: Terramar,1999.

EASTON, R. & BENTZEN, B.L. Representation and blindness: the effect of extended acoustic training on spatial updating in adults who are congenitally blind. Journal of Visual lmpairment and Blindness, v.93, n.7, (p.405-433),jul.1999.

ELIAS, N. O processo civilizador. Vol. 1. Rio de Janeiro: Zahar,1994.

FLETCHER, J.F. Spatial representation in blind children 1: development compareci to sighted children. Journal of Visual lmpairment and Blindness. V.74,n.1O,(p.381-385).Dec.1980.

FLETCHER, J.F. Spatial representation in blind children 3: effects of individual differences. Journal of Visual lmpairment and Blindness. V. 75, n.2,(p.46-49),Feb.1981.

GEERTZ,C. A interpretação das culturas. Rio deJaneiro:Zahar,1978.

HALL, A. Mental images and the cognitive development of the congenitally blind. Journal of Visual lmpairementand Blindness. V.75, n.7, (pp.281-284), sep. 1981.

HOLLYFIELD, R. L. & FOULKE, E. The spacial cognition of blind pedestrians.Journal of Visual lmpairmentand Blindness.V.77,n.5,(pp.204- 21O). May, 2000.

HUERTAS, J.A. & OCHAITA, E. The externalization of spatial representation by blind persons. Journal of Visual lmpairment and Blindness, v.86, n.9, (p.398-402), Nov.1992.

JOHNSON,R.A. Sensory images in the absence of sight: blind versus sighted adolescents. Perceptual and motor Skills. V.51, n.1, (p.177-178),Aug.1980

LANDAU, B. Language and experience in blind children: retrospective and prospective. ln: LEWIS,V. & COLLIS, G. M. Blindness and Psychological Development in Young Children. Leicester, UK: BPS Books, 1997.

LAVRADOR, F. Estudos de semiótica fílmica: introdução geral eprolegômenos.Porto, Portugal: Edições Afrontamento,1983.

METZ.C. A significação no cinema.São Paulo: Perspectiva,1977.

MILLAR, S. Spatial representation by blind and sighted children. Journal of Experimental Child Psychology, V.21, (p.460-479), 1976.

MILLS,A. Visual handicap. ln: BISHOP, D. & MOGFORD, K. (Orgs.) Languagedevelopment in exceptional circumstances. Hove, UK: Lawrence Erlbaum Assoeiates, Publishers, 1993

MORIN, E. A alma do cinema. ln: XAVIER, 1. (Org.) A experiência do cinema.Rio de Janeiro: Graal,1983.

NIELSEN, L. Spacial relations in congenitally blind infants: a study. Journal of Visual lmpairmentand Blindness. V.85,n.1, (p.11-16), Jan,1991.

NORGATE,S. H.Research methodsforstudying thelanguageofblindchildren. ln: HORNBERGER,

N.H. & CORSON, D. (Orgs.) Encyclopedia of Language and Education. Vol.8: Research Methods in Language and Education. Netherlands: Kluwer Academic Publishers, 1997.

OCHAITA, E. & ROSA, A. Percepção, ação e conhecimento nas crianças cegas. ln: COLL, C., PALACIOS, J. & MARCHES!, A.(Orgs.) Desen­volvimento psicológico e educação: necessi­ dades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

PARENTE, A. Narrativa e modernidade: os cinemas não narrativosdo pós-guerra. Campinas: Papirus,2000.

ROCHA, H. Ensaio sobre a problemática da cegueira. Belo Horizonte: Fundação Hilton Rocha,1987.

SALIBA, E. T. A produção do conhecimento histórico e suas relações com a narrativa fílmica.2.ed.São Paulo: FDE, Diretoria Técnica, 1993.

TURNER, G. Cinema como prática social. São Paulo: Summus, 1997.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

VYGOTSKY, L. S. Fundamentos de defectologia. Tradução de M.C.P. Fernandez da edição em russo de 1983.Cidade de Havana: Editorial Pueblo y Educación, 1997.

VYGOTSKY, L. S.Pensamento e Linguagem. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

VYGOTSKY, L. S. Historia dei desarrollo de las funciones psiquicas superiores.Havana: Editorial Cientifico Tecnica, 1987.

VYGOTSKY, L. S.e LURIA, A. Too! and symbol in child development. ln: VAN DER VEER,R. & VALSINER, J. (ed.). The Vygotsky Reader. Oxford & Cambridge, Blackwell, 1994.

WARREN,D.H.Blindnessandearlychildhood. 2. ed. New York: American Foundation for the Blind, 1984.

WARREN, D.H. Blindness and children: an individual differences approach. Riverside, California, USA: Cambridge University Press, 1994.

WHEELER, L.C. et AI. Spatial organization in blind children. Review. V.28, n.4. (p.177-181), Win.1997.

ZIMMERMAN,G.J. Visual impairment. ln: ALKIN, M.C. Encyclopedia of Educational Research. 6. ed., (p.1495-1500). New York: Macmillan, 1992.

Downloads

Publicado

2004-06-30

Como Citar

Leme, M. E. S. (2004). Cegos no cinema: revendo algumas concepções sobre a cegueira. Revista De Educação PUC-Campinas, (16). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/reveducacao/article/view/286

Edição

Seção

Artigos