A linguagem enquanto hino do sagrado a partir da interpretação heideggeriana de Hölderlin
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v47e2022a6525Palavras-chave:
Linguagem, Natureza, Poesia, Sagrado, Tonalidade afetivaResumo
O artigo busca comentar a tese lançada por Heidegger nas linhas finais do seu comentário sobre o poema “Como em dia de festa…”, no qual o filósofo diz que, com base no texto em questão, a poesia de Hölderlin já não é mais um cântico ao sagrado ou à natureza, mas sim um hino “do” sagrado. Com base nessa afirmação, busca-se primeiro uma exposição das noções de natureza e de sagrado em Hölderlin, seguida de um esboço para uma linguagem da natureza a partir de alguns textos do poeta, o que é imprescindível para um possível hino do sagrado. Trata-se de um tema que requer a necessidade de se apontar na produção do poeta, sobretudo na tardia, uma supressão do protagonismo do poeta enquanto criador, para pensá-lo como o “entre” a terra e o céu, como aquele que não é somente humano nem somente divino, isto é, o poeta como um intermediário entre os deuses e os homens. Somente assim, é possível pensar em uma linguagem da natureza e, por conseguinte, um hino do sagrado, uma vez que o poeta se apresenta como aquele que acolhe o dom do cântico poético, que é o próprio sagrado fazendo-se palavra no coração do poeta.
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