Elétrons, Sherlock Holmes, Deus e a secularização | Electrons, Sherlock Homes, God and secularization

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2447-6803v43n1a4205

Palavras-chave:

Realismo científico. Secularização. Teísmo. Termos ficcionais.

Resumo

A relação entre religião e ciência tem vários aspectos a serem tratados e este trabalho pretende lidar com elementos das questões semânticas e epistemológicas envolvidas nessa relação. O pressuposto assumido aqui é que há importantes analogias entre os problemas de compreensão de termos científicos e religiosos, bem como entre o raciocínio que permite avaliar a justificação de teses em ciência e religião, como formas de sustentar uma compreensão realista dessas teses e uma semântica literal desses termos. Este artigo pretende comparar a interpretação literal e a concepção realista em relação aos termos “elétron” e “Deus”, conforme o realismo científico e o teísmo tradicional, respectivamente. A discussão é mediada pela comparação com o nome ficcional “Sherlock Homes” e tem como ponto de partida o caso de uma pastora que se declarou ateia. São apresentadas condições bayesianas de justificação de uma teoria como forma de fundamentar o realismo científico e como isso se aplicaria ao caso da crença em Deus. Ao final, são feitas considerações acerca das razões e motivos para a perda do sentido realista do termo “Deus” no caso que se expôs inicialmente e sobre o fenômeno da secularização em geral.

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Biografia do Autor

Agnaldo Cuoco Portugal, Universidade de Brasília

Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Filosofia. Campus Darcy Ribeiro, Ala Norte, Prédio do Instituto Central de Ciências, Bloco B, 1º andar, Asa Norte, 70910-900, Brasília, DF, Brasil.

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Publicado

2018-10-29

Como Citar

Portugal, A. C. (2018). Elétrons, Sherlock Holmes, Deus e a secularização | Electrons, Sherlock Homes, God and secularization. Reflexão, 43(1), 35–46. https://doi.org/10.24220/2447-6803v43n1a4205