A moral lockeana entre a razão e a revelação | Morality in Locke between reason and revelation
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v43n1a4135Palavras-chave:
Locke. Moral. Razão. Revelação.Resumo
Neste artigo analisa-se a questão da moral dentro da relação entre razão e revelação. Em um certo momento do “Ensaio”, Locke propõe, en passant, que a moral poderia ser conhecida racionalmente. Porém, apesar de explicitamente nunca ter abandonado essa tese, ele não a desenvolveu suficientemente em nenhum lugar, dedicando-se, antes, a explorar outras vertentes para a fundamentação da moral. Uma delas seria buscar apoio para as verdades morais em textos tidos como revelações genuínas. Essas últimas – e, novamente, em particular, a revelação cristã –, forneceriam diretamente ao homem um corpo consistente de regras morais que orientam o homem a ser feliz nessa vida e na vida futura. No livro II do “Ensaio”, Locke desenvolve em razoável detalhe – e de forma um tanto inesperada, visto que ele é dedicado à questão epistemológica específica da origem das ideias –, a perspectiva da vida futura como relevante para a moralidade. Nota-se nesse ponto a possibilidade de uma interpretação que se poderia, em certo sentido, classificar como “utilitarista” da moral. Mesmo neste caso, o papel da razão diante de uma revelação com conteúdo moral continua sendo, se esse caminho for seguido, o de constatar a procedência divina da revelação.
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