Os jornais evangélicos e a formação da mentalidade protestante no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24220/2447-6803v41n2a3696Palavras-chave:
Ideologia. Igreja Presbiteriana. Imprensa evangélica. Protestantismo no Brasil.Resumo
Se é recente a implantação da imprensa no Brasil, em 1808, mais recente ainda é a atuação da imprensa protestante no país, iniciada em 1864 com a fundação do jornal Imprensa Evangélica pelo pioneiro presbiteriano Asbhel Green Simonton. A partir de então, vários outros jornais evangélicos circularam no país, como o ‘Norte Evangélico’ e ‘O Puritano’, órgãos oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil. Em 1958, esses dois jornais se fundiram para formar o ‘Brasil Presbiteriano’. Após tal processo, também a mentalidade jornalística presbiteriana mudou. De 1958 a 1964, o ‘Brasil Presbiteriano’ foi um jornal pluralista e aberto a questionamentos sócio-políticos. Em 1964, acompanhando as mudanças políticas do país, transformou-se num jornal conservador, com tendência ao fundamentalismo. Em 1978, houve novo cisma na Igreja, quando a linha adotada pelo jornal vinha sofrendo grande oposição. Finalmente, em 1986, o jornal começou a mostrar certa abertura político-eclesiástica. O percurso dos periódicos de 1864 a 1986 mostra que eles espelham os avanços e retrocessos da nação também na caminhada eclesiástico-institucional da Igreja Presbiteriana do Brasil.
Palavras-chave: Ideologia. Igreja Presbiteriana. Imprensa evangélica. Protestantismo no Brasil.
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