O "MESMO" E O "OUTRO" NA ÉTICA DE EMMANUEL LÉVINAS

Autores

  • Creusa CAPALBO UERJ

Resumo

Examino neste artigo como E. Levinas elabora uma Ética do Ouro a partir do conceito de "rosto", pois, para ele, a experiência irredutível e última da relação intersubjetiva consiste no situar-se face à face dos homens entre si e no convívio social. Levinas procura mostrar que a fenomenologia de E. Husserl é insuficiente para entender o Outro como tal, pois, para Husserl, o outro é um ser constituído pelo sentido que a consciência constituinte lhe atribui. Para Levinas o Outro é um existente independente que se manifesta no seu próprio rosto, não sendo fruto de uma consciência constituinte de sentido de um outro, e por isto mesmo é que o Outro é transcendência. O rosto do outro não pode ser apropriado pela minha consciência. O outro humano é pessoa e não coisa ou objeto que eu posso experimentar. A relação face à face faz emergir a compreensão de que o outro me interpela e de que sou por ele responsável. Ao fim. mostro como rosto e linguagem são essenciais ao sujeito e à relação interpessoal para a ética. 

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Referências

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Publicado

1998-04-30

Como Citar

CAPALBO, C. (1998). O "MESMO" E O "OUTRO" NA ÉTICA DE EMMANUEL LÉVINAS. Reflexão, 23(70). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/reflexao/article/view/10871

Edição

Seção

Artigos