Ficções urbanas
forma e memória na Rua do Catete
DOI:
https://doi.org/10.24220/2318-0919v20e2023a5256Palavras-chave:
Palácio de Memórias, Forma urbana, PaisagemResumo
A evolução da cidade do Rio de Janeiro foi pontuada por influências e impactos que se refletem em sua paisagem e forma urbana atual. A construção do metrô, na década de 1970/80, é um caso de exemplar intervenção urbana que marcou significativamente a morfologia de alguns bairros cariocas. A atual configuração da Rua do Catete é o resultado da combinação de trechos preservados, com edifícios construídos em terrenos remanescentes das demolições e persistência de vazios urbanos, sem clara articulação. O objetivo deste artigo é, portanto, apresentar uma análise das alterações morfológicas verificadas na Rua do Catete, desde 1960, e sinalizar as mudanças promovidas em seu
estrato físico e histórico através de narrativas proporcionadas pela justaposição de relatos memoriais. Tal ação visa evidenciar o atual cenário complexo e reforçar a conexão memória/espaço físico/usos e práticas locais, que é parte de uma pesquisa maior, oriunda de dissertação de mestrado. A metodologia de pesquisa se configura através de junção entre abordagem pela forma, estudos por narrativas e o método “Palácio de Memórias” — aplicado à Rua do Catete, ratificando um dos pontos principais para este trabalho: a necessidade de aprender com
os registros e modificações urbanas do passado para se compreender as necessidades de hoje. Deste modo, este artigo leva a conclusões que
permitem evidenciar que a desterritorialização e a territorialização dos espaços urbanos precisam ser colocadas em questão por meio das contribuições em micro-escalas, aquelas que permitem olhar o usuário e os fenômenos de forma sistêmica à forma.
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