Uma proposta iluminista para Lisboa em 1755
Palabras clave:
higienismo, Iluminismo, urbanismo, projeto urbano, história da arquitetura, história do urbanismo.Resumen
O artigo se propõe analisar os desenhos de Robert Adam para a reconstrução de Lisboa, desenhos esses concebidos em Roma no final de 1755, ou no começo do ano seguinte, e que foram provavelmente desenvolvidos no contexto de um exercício acadêmico no estilo das práticas empreendidas nas academias italianas no século XVIII, voltadas às reflexões teóricas de temas arquitetônicos. Procura-se justapor essa proposta às concepções adotadas para o projeto arquitetônico e urbanístico pelos engenheiros portugueses para a reconstrução de Lisboa, concepções essas que revelam preocupações de regularidade e simetria na composição dos edifícios que respondem à simetria clássica e estariam filiadas a uma tradição mais próxima do século XVII. Em contraponto a essas idéias, os desenhos de Robert Adam sintetizam as concepções inglesas de espaços regulares, revelando um novo repertório de modelos urbanísticos em que a repetição rítmica das formas geométricas elementares confere às intervenções uma harmonia que se implanta pouco a pouco como um fornato urbano específico da cultura iluminista sobre a cidade. No projeto do arquiteto escocês percebe-se, ainda, uma filiação às concepções higienistas específicas da cultura iluminista, que são pautadas pelas teorias médicas sobre a salubridade das cidades.
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