Adequação das boas práticas de fabricação em serviços de alimentação
Palavras-chave:
boas práticas de fabricação, higiene de alimentos, nutrição, restaurantes, unidades de alimentação e nutriçãoResumo
Objetivo
Classificar 50 estabelecimentos produtores de alimentos, da região de Brasília, Distrito Federal, de acordo com o cumprimento dos itens imprescindíveis do formulário publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a fim de avaliar as boas práticas da fabricação de alimentos.
Métodos
Neste estudo empreendeu-se metanálise de dois trabalhos monográficos sobre estabelecimentos comerciais produtores de alimentos (hotéis e restaurantes), associados a uma amostra pesquisada por esses autores,dividida em três blocos: restaurantes, unidades de alimentação e nutrição e hotéis, para comparação da
adequação dos itens presentes nos formulários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os quais, de acordo com as normas estabelecidas pela Agência, analisavam os itens: edificação, equipamentos, manipuladores, fluxo de produção e disponibilidade do manual de boas práticas na produção de alimentos. Ainda de acordo com o estipulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os estabelecimentos foram classificados em três grupos, segundo o cumprimento percentual dos itens imprescindíveis constantes do formulário: o grupo I, com mais de 70,0% de cumprimento dos itens; o grupo II, com 30,0% a 69,9% de cumprimento; e o grupo III, cumprindo menos de 30,0% dos itens imprescindíveis.
Resultados
As análises realizadas revelaram que todas as unidades hoteleiras foram classificadas no grupo II. Os restaurantes comerciais foram classificados no grupo II (33,3%) e no grupo III (66,7%). Do total de unidades de alimentação e nutrição avaliadas, 80,0% foram classificadas no grupo II e 20,0% no grupo I.
Conclusão
Os achados demonstraram que as unidades de alimentação e nutrição foram mais bem classificadas nos itens equipamentos e existência do Manual de Boas Práticas. Os hotéis destacaram-se nos itens edificação, manipulação e fluxo de produção. Os restaurantes comerciais obtiveram o pior resultado quando comparados às demais unidades analisadas.
Referências
Galeazzi IMS, Garcia LS, Marques EK. Mulheres trabalhadoras: 10 anos de mudanças do mercado de trabalho atenuam desigualdades [monografia da Internet]. Porto Alegre (RS): Fundação de Economia e Estatística Sieghried Emanuel Henser; 2002. Disponível em: http://www.fee.tche.br
Savio KEO. Perfil nutricional da clientela atendida em restaurantes vinculados ao Programa de Alimentação do Trabalhador do Distrito Federal, Brasil [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2002.
Popkin BM, Keyou G, Zhai F, Guo X, Ma H, Zohoori N. The nutrition transition in Chine: a cross-sectional analysis. Eur J Clin Nutr. 1993; 47(5): 333-46.
Popkin BM, Bisgorv E. Urbanization and nutrition in low-income countries. Food Nutr Bull. 1988; 10(1):3-23.
Araújo WMC, Cardoso L. Qualidade dos alimentos comercializados no Distrito Federal no período de 1997-2001 [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2002.
Payne-Palacio J. West´s and Wood´s Introduction to foodservice. New York: MacMillan; 1994.
Associação Brasileira de Refeições Coletivas: história e mercado [Internet]. São Paulo: ABERC; 2002. Disponível em: http://www.aberc.com.br
Cosby P. Qualidade falando sério. São Paulo: McGraw Hill; 1990.
World Health Organization. The role of food safety in health and development. Genebra; 1984.
Weingold SE, Guzewich J, Fudala JK. Use of Foodborne disease data for HACCP risk assessment. J Food Protect. 1994; 57:820-30.
Ferreira CEM, Bezerra LG, Neto GV. Guia para implantação de boas práticas de fabricação (BPF) e do Sistema APPCC. Rio de Janeiro; 2001.
Brasil. Portaria 1997, Pub SVS/MS No. 326, de 30 de julho 1997. Regulamento Técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas e Fabricação para estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. Diário Oficial da União. 1997 1 ago 1. pt.1.
Codex Alimentarius. Food Hygiene basic texts. 2nd ed. Rome; 2001.
Galhardi MG. Boas Práticas de Fabricação. Módulos do centro de excelência em turismo da Universidade de Brasília. Brasília: Universidade de Brasília; 2002.
Ropkins K, Beck AJ. Evaluation of worldwide approaches to the use of HACCP to control food safety. Trends Food Sci & Tecnol. 2000; 11:10-21.
Tuominen P, Hielm S, Aarnisalo K, Raaska L, Maijala R. Trapping the food safety performance of a small or medium-sized food company using a risk-based model. The HYGRAM system. Food Control. 2003.
Huggett AC. Risk management: an industry approach. Biomed Environ Sci. 2001; 14(1-2): 21-9.
Brasil. Portaria nº 58/93 de 17 de maio de 1993. Estabelece Diretrizes e Princípios para a inspeção e Fiscalização Sanitária de Alimentos, Diretrizes e Orientações para o Estabelecimento de Padrões de Identidade e Qualidade de Bens e Serviços na
Área de Alimentos – Boas Práticas de Produção e Prestação de Serviços; Regulamento Técnico para Estabelecimento de Padrões de Identidade e Qualidade dos Alimentos. Diário Oficial, Brasília, 31 maio 1993. Seção I, p. 7228-33.
Martínez-Tomé M, Vera AM, Murcia MA. Improving the control of food production in catering establishments with particular reference to the safety of salads. Food Control. 2000; 11:437-45.
Mayes T. Simple Users Guide to the Hazard Analysis Critical Control Point Concept for the Control of Food Micro biological Safety. Food Control. 1992; 3:14-9.
Ehiri JE, Morris GP, McEwen J. Implementation of HACCP in food businesses: The way ahead. Food Control. 1995; 6(6):341-5.
World Health Organization. Strategies for implementing HACCP in small and/or less developed businesses. The Hague, 16-19 Jun. Genebra: WHO; 1999.
Taylor E. HACCP in small companies: Benefit or burden? Food Control. 2001; 12(4):217-22.
Walker E, Pritchard C, Forsythe S. Hazard analysis critical control point and prerequisite programme implementation in small and medium size food businesses. Food Control. 2003; 14:169-74.
Nascimento LB. Aplicação das boas práticas de fabricação no preparo de refeições como garantia de qualidade do produto final oferecido aos hóspedes nos hotéis dos setores hoteleiros Norte e Sul da Cidade de Brasília [monografia]. Brasília: entro de Excelência em Turismo, Universidade de Brasília; 2003.
Nunes MSR. Adequação das Boas Práticas de Manipulação nos Restaurantes da Região Administrativa do Lago Sul, Brasília (DF) [monografia]. Brasília: Centro de Excelência em Turismo, Universidade de Brasília; 2003.
Akutsu RC. Valores Organizacionais e Atenção Dietética: Estudo de casos em empresas petroquímicas de Sergipe [dissertação]. Salvador: Universidade Federal da Bahia; 2001.
Mortimore S. An example of some procedures used to assess HACCP systems within the food manufacturing industry. Food Control. 2000; 11: 403-13.
DeWit JC. Kampelmacher. Some aspects of bacterial contamination of hands of workers in food service establishments. J Bacteriol Hyg. 1984; 186:9-12.
Snyder Jr PO. Developing a total quality management based food safety program for a chilled food system. Cleveland: Cleveland Range and Hospitality Institute of Technology and Management; 1993.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Rita de Cássia AKUTSU, Raquel Assunção BOTELHO, Erika Barbosa CAMARGO, Karin Eleonora Oliveira SÁVIO, Wilma Coelho ARAÚJO
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.