Educação alimentar na obesidade

adesão e resultados antropométricos

Autores

  • Júlia Macedo BUENO Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Programa de Reeducação Alimenta
  • Francine Scochi LEAL Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Programa de Reeducação Alimenta
  • Luciana Pereira Lima SAQUY Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Programa de Reeducação Alimenta
  • Claudia Benedita dos SANTOS Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública
  • Rosane Pilot Pessa RIBEIRO Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública

Palavras-chave:

Cooperação do paciente, Educação alimentar e nutricional, Obesidade, Perda de peso

Resumo

Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar a adesão de indivíduos com excesso de peso a um programa de educação alimentar e a evolução antropométrica, no período de março de 2005 a dezembro de 2007.
Métodos
A amostra foi composta por adultos de uma comunidade universitária pública, de ambos os sexos, na faixa etária entre 20 e 59 anos. Durante 10 semanas, em grupo, eles receberam orientação alimentar e apoio psicológico, e praticaram exercício físico adaptado. Foram coletados dados sociodemográficos, de peso e de estatura, para cálculo do índice de massa corporal, além da circunferência da cintura no início e no final da intervenção.
Resultados
Como resultados, 116 indivíduos com idade de 41 anos inscreveram-se no programa, a maioria do sexo feminino (73,3%), casada (70,7%) e com ensino médio completo (49,1%). Houve adesão de 50,0% deles. Os desistentes eram obesos (65,5%), com índice de massa corporal médio de 33,4kg/m². Aqueles que completaram o programa apresentaram queda no índice de massa corporal (32,5 para 31,2kg/m²) com perda ponderal média de 3,9%; 37,9% apresentaram perda maior ou igual a 5,0%. A circunferência da cintura também reduziu de 102,1 para 98,6cm.
Conclusão
Conclui-se que a adesão foi baixa, mas a evolução antropométrica daqueles que aderiram à estratégia foi satisfatória, sugerindo que a combinação de ações multi- e interdisciplinares podem ser eficientes para o tratamento da obesidade.

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Publicado

21-09-2023

Como Citar

BUENO, J. M. ., LEAL, F. S. ., SAQUY, L. P. L. ., SANTOS, C. B. dos ., & RIBEIRO, R. P. P. . (2023). Educação alimentar na obesidade: adesão e resultados antropométricos. Revista De Nutrição, 24(4). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9673

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS