Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante?

Autores

  • Tácito Pessoa de SOUZA JUNIOR Universidade Metropolitana de Santos
  • Benedito PEREIRA Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Exercício, Estresse oxidativo, Metabolismo, Creatina

Resumo

A creatina é largamente utilizada como auxilio ergogênico, com algumas evidências quanto ao seu efeito positivo na massa magra, força/potência e resistência muscular. Entretanto, esses estudos não conseguiram identificar potenciais mecanismos bioquímicos que pudessem explicar seu efeito na fadiga ou turnover de proteína muscular, existindo a possibilidade de que alguns indivíduos não sejam responsivos a esse suplemento. Outro possível efeito da creatina, que vem sendo recentemente investigado, é a sua ação antioxidante. Mesmo com poucos trabalhos disponíveis, duas possibilidades existem para explicar esse efeito: 1) Ação indireta como tampão energético, devido ao aumento na concentração tecidual de fosfocreatina, que favoreceria a menor produção de metabólitos do ciclo de degradação de purinas (ciclo de Lowenstein), resultando em queda na formação de hipoxantina, xantina e ácido úrico, assim como em espécies reativas de oxigênio (superóxido, peróxido de hidrogênio e radical hidroxil); 2) Por ação direta, apesar de essa propriedade ser inferior à dos antioxidantes já bem conhecidos, como a glutationa reduzida. Mesmo assim, poderia atuar conjuntamente com estes. O objetivo desta comunicação é relatar dados disponíveis sobre esses dois itens.

Referências

Bemben MG, Lamont HS. Creatine supplementation and exercise performance: recent findings. Sports Med. 2005; 35(2):107-25.

Lawler JM, Barnes WS, Wu G, Song W, Demaree S. Direct antioxidant properties of creatine. Biochem Biophys Res Commun. 2002; 290(1):47-52.

Francaux M, Demeure R, Goudemant JF, Poortmans JR. Effect of exogenous creatine supplementation on muscle PCr metabolism. Int J Sports Med. 2000; 21(2):139-45.

Souza Junior T, Oliveira P, Pereira B. Exercício Físico e estresse oxidativo: efeitos do exercício físico intenso sobre a quimioluminescência urinária e malondialdeído plasmático. Rev Bras Med Esporte. 2005;11(1):91-96.

Sestili P, Martinelli C, Bravi G, Piccoli G, Curci R, Battistelli M, et al. Creatine supplementation affords cytoprotection in oxidatively injured cultured mammalian cells via direct antioxidant activity. Free Radic Biol Med. 2006; 40(5):837-49.

Souza Junior T, Pereira B, Oliveira P. Efeitos da suplementação com CrH2O sobre a quimioluminescência urinária em universitários submetidos a 8 semanas de treinamento de força. Conexões. 2005; 3(2):170-80.

Pereira B, Costa Rosa LF, Safi DA, Medeiros MH, Curi R, Bechara EJ. Superoxide dismutase, catalase, and glutathione peroxidase activities in muscle and lymphoid organs of sedentary and exercise-trained rats. Physiol Behav. 1994; 56(5):1095-9.

Schilling BK, Stone MH, Utter A, Kearney JT, Johnson M, Coglianese R, et al. Creatine supplementation and health variables: a retrospective study. Med Sci Sports Exerc. 2001; 33(2):183-8.

Persky AM, Brazeau GA. Clinical pharmacology of the dietary supplement creatine monohydrate. Pharmacol Rev. 2001; 53(2):161-76.

Ellis AC, Rosenfeld J. The role of creatine in the management of amyotrophic lateral sclerosis and other neurodegenerative disorders. CNS Drugs. 2004; 18(14):967-80.

Halliwell B. Oxidative stress and neurodegeneration: where are we now? J Neurochem. 2006; 97(6): 1634-58.

Halliwell B. Reactive species and antioxidants. Redox biology is a fundamental theme of aerobic life. Plant Physiol. 2006; 141(2):312-22.

Bellinger BM, Bold A, Wilson GR, Noakes TD, Myburgh KH. Oral creatine supplementation decreases plasma markers of adenine nucleotide degradation during a 1-h cycle test. Acta Physiol Scand. 2000; 170(3):217-24.

McConell GK, Shinewell J, Stephens TJ, Stathis CG, Canny BJ, Snow RJ. Creatine supplementation reduces muscle inosine monophosphate during endurance exercise in humans. Med Sci Sports Exerc. 2005; 37(12):2054-61.

Paddon-Jones D, Borsheim E, Wolfe RR. Potential ergogenic effects of arginine and creatine supplementation. J Nutr. 2004; 134(10 Suppl): 2888S-94S; discussion 2895S.

Vergnani L, Hatrik S, Ricci F, Passaro A, Manzoli N, Zuliani G, et al. Effect of native and oxidized low-density lipoprotein on endothelial nitric oxide and superoxide production: key role of L-arginine availability. Circulation. 2000; 101(11):1261-6.

Lemon PW. Dietary creatine supplementation and exercise performance: why inconsistent results? Can J Appl Physiol. 2002; 27(6):663-81.

Derave W, Eijnde BO, Hespel P. Creatine supplementation in health and disease: what is the evidence for long-term efficacy? Mol Cell Biochem. 2003; 244(1-2):49-55.

Downloads

Publicado

04-09-2023

Como Citar

Pessoa de SOUZA JUNIOR, T. ., & PEREIRA, B. . (2023). Creatina: auxílio ergogênico com potencial antioxidante?. Revista De Nutrição, 21(3). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9590

Edição

Seção

Comunicação