Bebida à base de flocos de abóbora com inulina: características prebióticas e aceitabilidade

Autores

  • Karina Correia da SILVEIRA Universidade Federal de Pernambuco
  • Jacira Antonia BRASIL Universidade Federal Rural de Pernambuco
  • Alda Verônica de Souza LIVERA Universidade Federal de Pernambuco
  • Silvana Magalhães SALGADO Universidade Federal de Pernambuco
  • Zelyta Pinheiro de FARO Universidade Federal de Pernambuco
  • Nonete Barbosa GUERRA Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Abóboras, Vitamina A, Inulina, Valor nutricional

Resumo

Objetivo
Formular bebida para crianças de 4 a 6 anos, à base de flocos de abóbora adicionada de inulina, e caracterizá-la quanto ao valor nutricional, à aceitação e ao efeito prebiótico.

Métodos
O valor nutricional da bebida foi avaliado por meio de análise da umidade, de proteínas, lipídeos, cinzas, fibra alimentar, carboidratos e carotenóides. As características microbiológicas foram avaliadas por meio de análises de coliformes a 35°C e a 45°C, Staphylococcus aureus, Salmonella ssp, Bacillus cereus, de contagem padrão de aeróbios, bolores e leveduras. A aceitabilidade foi determinada por testes sensoriais, aplicados em duas creches da região metropolitana do Recife (PE), o efeito prebiótico foi avaliado por fermentação in vitro, em meio diferencial para bactérias homefermentativas e heterofermentativas-Ágar, e as análises de ácidos graxos de cadeia curta, foram avaliadas por cromatografia a gás.

Resultados
Os resultados físico-químicos demonstram que as formulações pouco diferiram quanto à composição centesimal e que a ingestão 200mL/dia contribui, em média, com 10,8%, 36,0%, 10,2%, 12,6%, 37,1% e 126,4% da Recomendação de Ingestão Diária de energia, proteínas, carboidratos, lipídeos, fibra alimentar e carotenóides, respectivamente. Os resultados microbiológicos comprovaram a inocuidade do produto; os sensoriais que as formulações obtiveram uma aceitação em torno de 70% e os dados da avaliação do efeito prebiótico sugerem maior estudo sobre o tema.

Conclusão
Os resultados permitem concluir que as formulações são nutricionalmente adequadas para pequenas refeições de crianças de 4 a 6 anos, pois, além de prevenir a carência de vitamina A apresentam indícios de efeitos prebióticos. 

Referências

Silva RML. Estudo sobre a inocuidade das hortaliças de maior comercialização na CEAGEPE a partir da avaliação da utilização emprego de pesticidas na produção [dissertação] Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 1996.

Seo JS, Burri BJ, Iquan Z, Neidlinger TR. Extraction and chromatography of carotenoids from pumpkin. J Chromatogr A. 2005; 1073(1-2): 371-5.

Faro ZP. Aproveitamento industrial da polpa de abóbora [tese]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2001.

Thamer LG, Penna ALB. Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas por probióticos e acrescidas de prebiótico. Ciênc Tecnol Aliment. 2006; 26(3):589-95.

International Vitamin A Consultative Group. Conversion factors for vitamin A and Carotenoids. Washington (DC): ILSI Research Foundation; 2002.

Ambrósio CLB, Campos FACS, Faro ZP. Aceitabilidade de flocos desidratados de abóbora. Rev Nutr. 2005; 19(1):39-45.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução, RDC n.12, de 2 de janeiro de 2001. Aprova o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União 2001. [acesso em 2006 jan 23]. Disponível em: <http://elegis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=144>.

Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis of official analytical chemist internacional. 18th ed. Washington (DC); 2002.

Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis of official analytical chemist internacional. 2004. [cited 2006 Feb 20]. Available from: <http://eoma.aoac.org/methods/info.asp?ID=5707>.

Rodriguez-Amaya DB. A guide to carotenoid analysis in foods. Washington (DC): International Life Sciences Institute Press; 1999.

Dietary Reference intakes for vitamin A. vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy of Sciences; 2001.

Dutcosky SD.Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Champagnat; 1996.

Barry JL, Hoebler C, MacFarlane GT, MacFarlane S, Mathers JC, Reed KA, et al. Estimation of fermentability of dietary fiber in vitro: a European Interlaboratory study. Br J Nutr. 1995; 74(3):303-22.

Cambrodon IG, Martin-Carron N. Fermentación colónica de fibra dietética y almidón resistente. In: Lajolo FM, Saura-calixto F, Penna EW, Menezes EW. Fibra dietética em Iberoamérica: tecnologia y salud. São Paulo: Varela; 2001.

Vanderzant C, Splittsloesser DF. Compendium of methods for the microbiological examination of foods 4th ed. Washington (DC): American Public Health Association; 2001.

Salgado SM, Livera AVS, Guerra NB, Schüller ARP, Araújo ALL. Resposta fisiológica do feijão macassar (vigna unguiculata L walp). Braz J Food Techenol. 2006; 9(4):297-303.

Franco BDGM, Landgraf M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu; 2004.

Bosscher D, Caillie-Bertrad MV, Cauwenbergh RV. Availabilities of calcium, iron and zinc from dairy infant formulas is affected by soluble dietary fibers and modified starch fractions. Nutrition. 2003; 19(7-8):641-5.

Greger JL. Nodigestible carbohydrates and mineral bioavailability. J Nutr. 1999; 129:1434s-5s.

Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Referências para cálculo de valor diário para crianças. [acesso em 2006 jan 23]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos /rotulos/crianca.htm>.

Hauly MCO, Fuchs RHB, Prudêncio-Ferreira SH. Suplementação de iogurte de soja com frutoligosacarídeos: características probióticas e aceitabilidade. Rev Nutr. 2005; 18(5):613-22.

Reid G, Beuerman D, Heinemann C, Bruce AW. Probiotic lactobacillus dose required to restore and maintain a normal vaginal flora. FEMS Immunol Med Microbiol. 2001; 32(1):37-41.

Rycroft CE, Jones MR, Gibson GR, Rastall RA. A Comparative in vitro evaluation of the fermentation properties of prebiotic oligosaccharides. J Appl Microbiol. 2001; 91(5):878-87.

Boone DR, Castenholz RW, Garrity GM. Bergey’s manual of systematic bacteriology. New York: Springer; 2001.

Schlegel HG. General microbiology 7th. ed. Cambridge: Cambridge University Press; c1993.

Thamer LG, Penna ALB. Efeito do teor de soro, açúcar e oligossacarídeos sobre a população de bactérias probióticas em bebidas fermentadas. Rev Bras Ciênc Farmacêuticas. 2005; 41(3):393-400.

Freitas DGC, Jackix MNH. Efeito da bebida adicionada de frutoligosacarídeo e pectina no nível de colesterol e estimulação de bifibobactérias em hamsteres hiper colesterolêmicos. Braz J Food Technol. 2005; 8(1):81-6.

Brasil. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Regulamento técnico de identidade e qualidade de bebidas lácteas. Diário Oficial da União. 2005 24 ago; seção I; p.7.

Rao VA. The prebiotic propertie of oligofructose at low intake levels. Nutr Res. 2001; 21(6):843-8.

Fuchs RHB, Bosato D, Bona E, Hauly MCO. Iogurte de soja suplementado com oligofrutose e inulina. Ciênc Tecnol Aliment. 2005; 25(1):175-81.

Wiele TV, Boon N, Possemier S, Jacob H, Verstraete W. Prebiotics effects of chicory inulin in the simulator of the human intestinal microbial ecosystem. FEMS Microbiol Ecol. 2004; 51(1): 143-53.

Cummings JH, MacFarlane GT, Englyst HN. Prebiotic digestion and fermentation. AM J Clin Nutr. 2001; 73(2):415s-20s.

Downloads

Publicado

04-09-2023

Como Citar

Correia da SILVEIRA, K., BRASIL, J. A., de Souza LIVERA, A. V., Magalhães SALGADO, S. ., Pinheiro de FARO, Z. ., & Barbosa GUERRA, N. . (2023). Bebida à base de flocos de abóbora com inulina: características prebióticas e aceitabilidade. Revista De Nutrição, 21(3). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9581

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS