Bebida à base de flocos de abóbora com inulina: características prebióticas e aceitabilidade
Palavras-chave:
Abóboras, Vitamina A, Inulina, Valor nutricionalResumo
Objetivo
Formular bebida para crianças de 4 a 6 anos, à base de flocos de abóbora adicionada de inulina, e caracterizá-la quanto ao valor nutricional, à aceitação e ao efeito prebiótico.
Métodos
O valor nutricional da bebida foi avaliado por meio de análise da umidade, de proteínas, lipídeos, cinzas, fibra alimentar, carboidratos e carotenóides. As características microbiológicas foram avaliadas por meio de análises de coliformes a 35°C e a 45°C, Staphylococcus aureus, Salmonella ssp, Bacillus cereus, de contagem padrão de aeróbios, bolores e leveduras. A aceitabilidade foi determinada por testes sensoriais, aplicados em duas creches da região metropolitana do Recife (PE), o efeito prebiótico foi avaliado por fermentação in vitro, em meio diferencial para bactérias homefermentativas e heterofermentativas-Ágar, e as análises de ácidos graxos de cadeia curta, foram avaliadas por cromatografia a gás.
Resultados
Os resultados físico-químicos demonstram que as formulações pouco diferiram quanto à composição centesimal e que a ingestão 200mL/dia contribui, em média, com 10,8%, 36,0%, 10,2%, 12,6%, 37,1% e 126,4% da Recomendação de Ingestão Diária de energia, proteínas, carboidratos, lipídeos, fibra alimentar e carotenóides, respectivamente. Os resultados microbiológicos comprovaram a inocuidade do produto; os sensoriais que as formulações obtiveram uma aceitação em torno de 70% e os dados da avaliação do efeito prebiótico sugerem maior estudo sobre o tema.
Conclusão
Os resultados permitem concluir que as formulações são nutricionalmente adequadas para pequenas refeições de crianças de 4 a 6 anos, pois, além de prevenir a carência de vitamina A apresentam indícios de efeitos prebióticos.
Referências
Silva RML. Estudo sobre a inocuidade das hortaliças de maior comercialização na CEAGEPE a partir da avaliação da utilização emprego de pesticidas na produção [dissertação] Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 1996.
Seo JS, Burri BJ, Iquan Z, Neidlinger TR. Extraction and chromatography of carotenoids from pumpkin. J Chromatogr A. 2005; 1073(1-2): 371-5.
Faro ZP. Aproveitamento industrial da polpa de abóbora [tese]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2001.
Thamer LG, Penna ALB. Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas por probióticos e acrescidas de prebiótico. Ciênc Tecnol Aliment. 2006; 26(3):589-95.
International Vitamin A Consultative Group. Conversion factors for vitamin A and Carotenoids. Washington (DC): ILSI Research Foundation; 2002.
Ambrósio CLB, Campos FACS, Faro ZP. Aceitabilidade de flocos desidratados de abóbora. Rev Nutr. 2005; 19(1):39-45.
Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução, RDC n.12, de 2 de janeiro de 2001. Aprova o regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União 2001. [acesso em 2006 jan 23]. Disponível em: <http://elegis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=144>.
Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis of official analytical chemist internacional. 18th ed. Washington (DC); 2002.
Association of Official Analytical Chemistry. Official methods of analysis of official analytical chemist internacional. 2004. [cited 2006 Feb 20]. Available from: <http://eoma.aoac.org/methods/info.asp?ID=5707>.
Rodriguez-Amaya DB. A guide to carotenoid analysis in foods. Washington (DC): International Life Sciences Institute Press; 1999.
Dietary Reference intakes for vitamin A. vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy of Sciences; 2001.
Dutcosky SD.Análise sensorial de alimentos. Curitiba: Champagnat; 1996.
Barry JL, Hoebler C, MacFarlane GT, MacFarlane S, Mathers JC, Reed KA, et al. Estimation of fermentability of dietary fiber in vitro: a European Interlaboratory study. Br J Nutr. 1995; 74(3):303-22.
Cambrodon IG, Martin-Carron N. Fermentación colónica de fibra dietética y almidón resistente. In: Lajolo FM, Saura-calixto F, Penna EW, Menezes EW. Fibra dietética em Iberoamérica: tecnologia y salud. São Paulo: Varela; 2001.
Vanderzant C, Splittsloesser DF. Compendium of methods for the microbiological examination of foods 4th ed. Washington (DC): American Public Health Association; 2001.
Salgado SM, Livera AVS, Guerra NB, Schüller ARP, Araújo ALL. Resposta fisiológica do feijão macassar (vigna unguiculata L walp). Braz J Food Techenol. 2006; 9(4):297-303.
Franco BDGM, Landgraf M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu; 2004.
Bosscher D, Caillie-Bertrad MV, Cauwenbergh RV. Availabilities of calcium, iron and zinc from dairy infant formulas is affected by soluble dietary fibers and modified starch fractions. Nutrition. 2003; 19(7-8):641-5.
Greger JL. Nodigestible carbohydrates and mineral bioavailability. J Nutr. 1999; 129:1434s-5s.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Referências para cálculo de valor diário para crianças. [acesso em 2006 jan 23]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos /rotulos/crianca.htm>.
Hauly MCO, Fuchs RHB, Prudêncio-Ferreira SH. Suplementação de iogurte de soja com frutoligosacarídeos: características probióticas e aceitabilidade. Rev Nutr. 2005; 18(5):613-22.
Reid G, Beuerman D, Heinemann C, Bruce AW. Probiotic lactobacillus dose required to restore and maintain a normal vaginal flora. FEMS Immunol Med Microbiol. 2001; 32(1):37-41.
Rycroft CE, Jones MR, Gibson GR, Rastall RA. A Comparative in vitro evaluation of the fermentation properties of prebiotic oligosaccharides. J Appl Microbiol. 2001; 91(5):878-87.
Boone DR, Castenholz RW, Garrity GM. Bergey’s manual of systematic bacteriology. New York: Springer; 2001.
Schlegel HG. General microbiology 7th. ed. Cambridge: Cambridge University Press; c1993.
Thamer LG, Penna ALB. Efeito do teor de soro, açúcar e oligossacarídeos sobre a população de bactérias probióticas em bebidas fermentadas. Rev Bras Ciênc Farmacêuticas. 2005; 41(3):393-400.
Freitas DGC, Jackix MNH. Efeito da bebida adicionada de frutoligosacarídeo e pectina no nível de colesterol e estimulação de bifibobactérias em hamsteres hiper colesterolêmicos. Braz J Food Technol. 2005; 8(1):81-6.
Brasil. Ministério da Agricultura e Abastecimento. Regulamento técnico de identidade e qualidade de bebidas lácteas. Diário Oficial da União. 2005 24 ago; seção I; p.7.
Rao VA. The prebiotic propertie of oligofructose at low intake levels. Nutr Res. 2001; 21(6):843-8.
Fuchs RHB, Bosato D, Bona E, Hauly MCO. Iogurte de soja suplementado com oligofrutose e inulina. Ciênc Tecnol Aliment. 2005; 25(1):175-81.
Wiele TV, Boon N, Possemier S, Jacob H, Verstraete W. Prebiotics effects of chicory inulin in the simulator of the human intestinal microbial ecosystem. FEMS Microbiol Ecol. 2004; 51(1): 143-53.
Cummings JH, MacFarlane GT, Englyst HN. Prebiotic digestion and fermentation. AM J Clin Nutr. 2001; 73(2):415s-20s.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Karina Correia da SILVEIRA, Jacira Antonia BRASIL, Alda Verônica de Souza LIVERA, Silvana Magalhães SALGADO, Zelyta Pinheiro de FARO, Nonete Barbosa GUERRA
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.