Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional

Autores

  • Christianne de Faria COELHO Universidade Federal de Mato Grosso
  • Roberto Carlos BURINI Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Palavras-chave:

Atividade física, Doenças cardiovasculares, Doenças crônicas, Exercício físico

Resumo

A atividade física pode ser efetivar tanto na atenção primária quanto secundária e terciária da saúde. Os objetivos do artigo são analisar a associação entre atividade física e prevenção ou tratamento das doenças crônicas não-transmissíveis e incapacidade funcional e rever os principais mecanismos biológicos responsáveis por essa associação e as recomendações atuais para a prática de exercícios nessas situações. Diversos estudos epidemiológicos mostram associação entre aumento dos níveis de atividade física e redução da mortalidade geral e por doenças cardiovasculares em indivíduos adultos e idosos..Embora ainda não estejam totalmente compreendidos, os mecanismos que ligam a atividade física à prevenção e ao tratamento de doenças e incapacidade funcional envolvem principalmente a redução da adiposidade corporal, a queda da pressão arterial, a melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina, o aumento do gasto energético, da massa e força muscular, da capacidade cardiorrespiratória, da flexibilidade e do equilíbrio. No entanto, a quantidade e qualidade dos exercícios necessários para a prevenção de agravos à saúde podem ser diferentes daquelas para melhorar o condicionamento físico. De forma geral, os consensos para a prática de exercícios preventivos ou terapêuticos contemplam atividades aeróbias e resistidas, preferencialmente somadas às atividades físicas do cotidiano. Particularmente para os idosos ou adultos, com co-morbidades ou limitações que afetem a capacidade de realizar atividades físicas, os consensos preconizam, além dessas atividades, a inclusão de exercícios para o desenvolvimento da flexibilidade e do equilíbrio. 

Referências

Barreto SM, Pinheiro ARO, Sichieri R, Monteiro CA, Batista Filho M, Schimidt MI, et al. Análise da estratégia global para alimentação, atividade física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol Serv Saúde. 2005; 14(1):41-68.

Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis (DAnT). Brasília. [acesso 2007 jan 1]. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/svs/area.cfm?id_area=448>.

I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Arq Bras Cardiol. 2005; 84 (Suppl I):3-28. doi: 10.1590/S0066-782X2005000700001.

U.S. Department of Health & Human Service. Physical activity and health: a report of surgeon general [cited 2007 Oct 9]. Available from: <http://www.surgeongeneral.gov/library/reports.htm>.

Pate RR, Pratt M, Blair SN, Haskell WL, Macera CA, Bouchard C, et al. Physical Activity and Public Health. A recommendation of the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA. 1995; 273(5): 402-7.

Haskell WL, Lee I, Pate LL, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, et al. Physical Activity and Public Health. Updated Recommendation for Adults From the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Circulation. 2007; 116(9):1081-93.

U.S. Department of Health and Human Services. Dietary guidelines for americans, [cited 2007 Oct 1]. Available from: <http://www.healthierus.gov/dietaryguidelines>.

Tratamento e acompanhamento do Diabetes mellitus. Diretrizes SBD. 2006. Disponível em:

<http://www.diabetes.org.br/politicas/abdonline.php>.

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Sociedade Brasileira de Hipertensão. [acesso 2006 jan 12]. Disponível em: <http://www.sbh.org.br/documentos/>.

IV Diretriz brasileira sobre dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2007; 88(Suppl I):2-19. doi: 10.1590/S0066-782X2007000700002.

Nelson ME, Rejeski JW, Blair SN, Duncan PW, Judge JO, King AC, et al. Physical Activity and Public Health in Older Adults: Recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. 2007; 39(8):1435-45.

Morris JN, Heady JA, Raffle PAB, Roberts CG, Parks JW. Coronary heart disease and physical activity of work. Lancet.1953; 2:1053-7.

Paffenbarger RS, Ryde, RT, Wing AL, Hsieh C. Physical activity, all-cause mortality and longevity of college alumni. N Engl J Med.1986; 34(10): 605-13.

Blair SN, Kampert JB, Kohl HW, Barlow CE, Macera CA, Paffenbarger RS, et al. Influences of cardiorespiratory fitness and other precursors on cardiovascular disease and all-cause mortality in men and women. JAMA. 1996; 276(3):205-10.

Calle EE, Thun MJ, Petrelli JM, Rodriguez C, Heath CW Jr. Body-mass index and mortality in a prospective cohort of U.S. adults. N Engl J Med. 1999; 341(15):1097-105.

Lee DC, Blair SN. Cardiorespiratoy fitness and stroke mortality in men. Med Sci Sports Exerc. 2002; 34(4):592-5.

Jurca R, Michael JL, Timothy SC, Conrade PE, Shannon JF, Carolyn EB, et al. Associations of muscle strength and aerobic fitness with Metabolic Syndrome in men. Med Sci Sports Exerc. 2004; 36(8):1301-7.

Ciolac EG, Guimarães GV. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev Bras Med Esporte. 2004; 10(4): 319-24.

Holland JG, Tanaka K, Shigematsu R, Nakagaichii M. Flexibility and physical functions of older adults: a review. JAPA. 2002; 10:169-206.

Organização Pan-Americana da Saúde. Anais da XXVI Conferência Sanitária Pan-Americana. 23-27 de set 2002; Washington (DC). [acesso 2007 out 1]. Disponível em: .

Brasil. Ministério da Saúde. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal. Brasília; 2004 [acesso 2007 jan 23]. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/inquerito/docs/completa.pdf>.

Manini TM, Pahor M. Physical activity and maintaining physical function in older adults. BJSM. 2009; 43:28-3.

Silva TA, Frisoli AJ, Pinheiro MM, Szejnfeld VL. Sarcopenia associada ao envelhecimento: aspectos etiológicos e opções terapêuticas. Rev Bras Reumatol. 2006; 46(6):391-7. doi: 10.1590/S0482-50042006000600006.

Pereira SRM, Buksman S, Perracini M, Py L, Barreto KML, Leite VMM, et al. Quedas em idosos. Soc Bras Ger Gerontol [periódico na internet]. 2001; 2-9. Disponível em: <http://www.connectmed.com.br/amb/novo/projeto_diretrizes/quedas_idosos.pdf>.

Kell TR., Bell G, Quinney A. Musculoskeletal fitness, health outcomes and quality of life. Sports Med. 2001. 31(12):863-73.

McGuire DK, Levine DB, Williamson JW, Snell PG, Blomqvist CG, Saltin B, et al. A 30-year follow-up of the Dalas best and training study. Circulation. 2000; 18:1350-6.

Ravagnani FCP, Coelho CF, Burini RC. Declínio do consumo máximo de oxigênio em função da idade de indivíduos do sexo masculino submetidos a teste ergoespirométrico. Rev Bras Cienc Mov. 2005; 13(3):23-8.

Shephard RJ. Exercise and aging: extending independence for older adults. Geriatrics.1993; 48:61-4.

Ueno LM, Okuma SS, Miranda ML, Jacob Filho W, Lee Ho L. Análise dos efeitos quantitativos e qualitativos de um programa de educação física sobre a flexibilidade do quadril em indivíduos com mais de 60 anos. Motriz. 2000; 6(1):9-16.

Daley MJ, Spinks WL. Exercise, mobility and aging. Sports Med. 2000; 29(1):1-12.

Downloads

Publicado

31-08-2023

Como Citar

de Faria COELHO, C., & BURINI, R. C. (2023). Atividade física para prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis e da incapacidade funcional. Revista De Nutrição, 22(6). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9547

Edição

Seção

Comunicação