Processamento de biscoitos adicionados de óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.): uma alternativa para o consumo de alimentos fontes de vitamina A na merenda escolar
Palavras-chave:
Biscoito, Consumo alimentar, Escolares, Vitamina AResumo
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo desenvolver biscoitos tipo cookie adicionado de óleo de buriti a fim de se analisarem sua aceitação sensorial e seu valor nutricional, visando a sua utilização na merenda escolar, bem como avaliar o consumo de alimentos fontes de vitamina A por escolares.
Métodos
Uma formulação-controle (15% de óleo de soja) e duas formulações experimentais (7,5% e 15% de óleo de buriti) foram produzidas e avaliadas quanto à composição centesimal, conteúdo de vitamina A e aceitação sensorial, testada por 201 escolares. Avaliou-se também o consumo de alimentos fontes de vitamina A por esses escolares mediante questionário semiquantitativo contendo 28 alimentos considerados fontes da referida vitamina.
Resultados
O biscoito elaborado com 15% de óleo de buriti obteve boa aceitação, e apresenta maior percentual de proteínas, de minerais e de vitamina A, podendo ser considerado fonte deste último nutriente. Observou-se uma maior frequência de consumo de alimentos com baixo teor de vitamina A, como também uma menor frequência de consumo dos frutos da região Nordeste.
Conclusão
Os biscoitos adicionados de óleo de buriti podem ser uma alternativa de inclusão de alimentos fontes de vitamina A na dieta de escolares, no entanto o consumo de frutas e hortaliças fontes dessa vitamina deve ser estimulado, tendo em vista que os escolares consomem pouca variedade de alimentos fontes dessa vitamina, o que aumenta o risco de deficiência a longo prazo.
Referências
Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino. Merenda escolar: você sabia? [acesso 2011 fev 17]. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-alimentacao-escolar>.
Flavio EF, Barcelos MFP, Lima AL. Avaliação química e aceitação da merenda escolar de uma escola estadual de Lavras - MG. Ciênc Agrotec. 2004; 28(4): 840-7. doi:10.1590/S1413-70542004000400016.
West Jr KP. Extent of vitamin A deficiency among preschool children and women of reproductive age. J Nutr. 2002; 132(Suppl2):857S-66S.
Milagres RCRM, Nunes LC, Pinheiro-Sant’Ana HM. A deficiência de vitamina A em crianças no Brasil e no mundo. Ciênc Saúde Coletiva. 2007; 12(5): 1253-66.
Villar S, Roncada MJ. Determinação do consumo de alimentos fontes de vitamina A por gestantes, utilizando o formulário dietético simplificado. Arch Latinoam Nutr. 2002; 52(1):48-54.
Butt MS, Arshad UM, Alam MS, Nadeem MT. Bioavailability and storage stability of vitamin A fortificant (retinyl acetate) in fortified cookies. Food Res Int. 2007; 40(10):1212-9.
Ranum P. Fortification of high extraction wheat flour. Cer Foods World. 2000; 45(6):267-8.
Conceição SIO, Santos CJN, Silva AAM, Silva JS, Oliveira TC. Consumo alimentar de escolares das redes pública e privada de ensino em São Luís, Maranhão. Rev Nutr. 2010; 23(6):993-1004. doi: 10.1590/S1415-52732010000600006.
Rodriguez-Amaya DB. Fontes brasileiras de carotenóides: tabela brasileira de composição de carotenóides em alimentos. Brasília: MMA/SBF; 2008.
Aquino JSA, de Pontes Pessoa DCN, Araújo KLGV, Epaminondas OS, Schuler ARP, Souza AG, et al. Refining of buriti oil (Mauritia flexuosa) originated from the brazilian cerrado: physicochemical, thermal-oxidative and nutritional implications. J
Braz Chem Soc. 2012; 23(2):212-9. doi: 10.1590/S0103-50532012000200004.
Moretto E, Fett R. Processamento e análise de biscoitos: tecnologia de óleos e gorduras vegetais. São Paulo: Varela; 1999.
Association of Official Analytical Chemists. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 17th ed. Washington: AOAC; 2002.
Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 94, de 1 de novembro de 2000. Regulamento técnico para rotulagem nutricional obrigatória de alimentos e bebidas embalados. Diário Oficial da União. 2000 3 nov; (212-E):15, Seção 1.
Prado JPS, Cavalheiro JMO, Silva FVG, Queiroga Neto V, Bora PS, et al. Estabilidade térmica das vitaminas A e E em rações e premixes vitamínicos para camarões. Ciênc Rural. 2011; 41(3): 544-9. doi: 10.1590/S0103 84782011000300030.
World Health Organization. Indicators for assessing vitamin A deficiency and their application in monitoring and evaluating intervention programmes Global prevalence of vitamin A deficiency. Geneva: WHO; 1996.
Rodrigues MAA, Lopes GS, França AS, Motta S. Desenvolvimento de formulações tipo cookie contendo café. Ciênc Tecnol Aliment. 2007; 27(1): 162-9. doi: 10.1590/S0101-20612007000100029.
Prado MS, Assis AMO, Martins MS, Nazaré MPA, Rezende IFB, Conceição MEP. Hipovitaminose A em crianças de áreas rurais do Semiárido Baiano. Rev Saúde Publica. 1995; 29(4):295-300.
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela brasileira de composição de alimentos. 2ª ed. Campinas: Unicamp; 2006. v.2 [acesso 2010 jul 23]. Disponível em <http://www.unicamp.br/nepa/taco/>.
Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. Regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada de proteína, vitaminas e minerais. Diário Oficial da União. 2005 set 23; Seção 1.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 31, de 13 de janeiro de 1998. Regulamento técnico referente à informação nutricional complementar (declarações relacionadas ao conteúdo de nutrientes). Diário Oficial da União. 1998 jan 16; (11-E):5, Seção 1.
Institute of Medicine. Dietary references intakes for vitamin A, vitamin k, arsenic, borom, chromium, copper, iodine, iron, menganese, molybdenium, nickel, silicon, vanadium and zinc. Washington: IOM; 2000.
Zhang X, Chen K, Qu P, Liu Y-X, Ting-Yu L. Effect of biscuits fortified with different doses of vitamin A on indices of vitamin A status, haemoglobin and physical growth levels of pre-school children in Chongqing. Public Health Nutr. 2010; 13(9):1462-71. doi: 10.1017/S1368980011000176.
Franco G. Tabela de composição química dos alimentos. 9ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1999.
Quílez J, Ruiz JÁ, Brufau G, Rafecas M. Bakery products enriched with phytosterols, D-tocopherol and E-carotene. Sensory evaluation and chemical comparison with market products. Food Chem. 2006; 94(3):399-405. doi: 10.1002/9780470113554.ch14.
Saydelles BM, Oliveira VR, Viera VB, Marques CT, da Rosa CS. Elaboração e análise sensorial de biscoito recheado enriquecido com fibras e com menor teor de gordura. Ciênc Rural. 2010; 40(3): 644-7. doi: 10.1590/S0103-84782010000300024.
Granito M, Valero Y, Zambrano, R. Desarrollo de productos horneados a base de leguminosas fermentadas y cereales destinados a la merienda escolar. Arch Latinoam Nutr. 2010; 60(1):86-92.
Brug J, Tak N, Te Velde S, Bere E, Bourdeaudhuij I. Taste preferences, liking and other factors related to fruit and vegetable intakes among schoolchildren: results from observational studies. Br J Nutr. 2008; 99(Suppl 1):S7-S14. doi: 10.1017/S0007114508892458.
Pereira JA, Paiva AA, Bergamaschi DP, Rondó PHC, Oliveira GC, Lopes IBM, et al. Concentrações de retinol e de beta-caroteno séricos e perfil nutricional de crianças em Teresina, Piauí, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2008; 11(2): 287-96. doi: 10.1590/S1415790X2008000200010.
Fagundes ALN, Ribeiro DC, Naspitz L, Garbelini LEB, Vieira JKP, da Silva AP, et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares da região de Parelheiros do município de São Paulo. Rev Paul Pediatr. 2008; 26(3):212-17. doi: 10.1590/S010305822008000300003.
Levy-Costa RB, Sichieri R, Monteiro CA. Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil: distribuição e evolução (1974-2003). Rev Saúde Pública. 2005; 39(4):530-40. doi: 10.1590/S0034-89102005000400003.
Pinto PCR. Consumo alimentar de frutos do cerrado, fontes de vitamina A, por moradoras de comunidades das cidades satélites do Distrito Federal [dissertação]. Brasília: UnB; 2006.
Ball G. Bioavailability and analysis of vitamins in foods. London: Chapman & Hall; 1998
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Jailane de Souza AQUINO, Débora Catarine Nepomuceno de Pontes PESSOA, Carlos Eduardo Vasconcelos de OLIVEIRA, José Marcelino Oliveira CAVALHEIRO, Tânia Lúcia Montenegro STAMFORD
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.