Qualidade funcional da infusão do chá verde comercial

Autores

  • Jane Delane Reis PIMENTEL-SOUZA Universidade Federal de Sergipe
  • Danilo Santos SOUZA Universidade Federal de Sergipe
  • Nayjara Carvalho GUALBERTO Universidade Federal de Sergipe
  • Suyare Araújo RAMALHO Universidade Federal de Sergipe
  • Jane de Jesus da Silveira MOREIRA Universidade Federal de Sergipe
  • Narendra NARAIN Universidade Federal de Sergipe

Palavras-chave:

Antioxidantes, Camellia sinensis, Flavonoides, Gestão de qualidade

Resumo

Objetivo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de duas marcas comerciais de chá verde em sachê, e verificar o efeito do tempo de infusão, em intervalos de tempos que incluem o recomendado pelo fabricante, sobre a disponibilidade dos compostos funcionais.

Métodos
Por análises em cromatografia líquida ultrarrápida com detector de arranjos de díodo,foram identificadas e quantificadas a cafeína, a catequina, a epigalocatequina, a rutina e a epicatequina.

Resultados
A epigalotocatequina e a catequina foram encontradas em maior concentração no tempo seis minutos de infusão em água (100°C) em ambas as marcas, sendo a rutina apenas encontrada na infusão por seis minutos e em apenas uma das marcas avaliadas. A extraçãocom metanol (99,8%) aumentou significativamente o rendimento de todos os compostos avaliados. Foi observado que atividade antioxidante equivalente ao trolox do chá aumentou diretamente com o aumento do tempo de infusão, no entanto, para os extratos obtidos em metanol, a atividade antioxidante foi menor que todos os outros tratamentos, havendo diferença significativa (p<0,05).

Conclusão
As análises químicas de umidade, cinzas e cinzas insolúveis em ácido clorídrico revelaram que as duas marcas avaliadas estão em conformidade com a legislação para esses parâmetros, bem como com relação à presença de sujidades e materiais estranhos, revelados na microscopia. 

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 519, de 26 de junho de 1998 Brasília: Anvisa; 1998. [acesso 2012 nov 22]. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/519_98.htm>.

Mackay DL, Blumberg JB. The role of tea in human heath: an update. J Am College Nutr. 2002; 21(1): 1-13.

Khan N, Mukhtar H. Tea polyphenols for health promotion. Life Sci. 2007; 81(7):519-33. doi: 10.1 016/j.lfs.2007.06.011.

Saldanha LA. Avaliação da atividade antioxidante in vitro de extratos de erva-mate (Ilexparaguariensis) verde e tostada e chá verde (Camelliasinensis) [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2005.

Dreosti JE, Wargovich MJ, Yang CS. Inhibition of carcinogenesis by tea: the evidence from experimental studies. Critical Rev Food Sci Nutr. 1997; 37(8):761-70. doi: 10.1080/10408399709527801.

Nishida H, Omori M, Fukutomi Y, Ninomiya M, Nishiwaki S, Suganuma M, et al. Inhibitory effects of (-)-epigallocatechingallate on spontaneous hepatoma in C3H/HeNCrj mice and human hepatoma-derived PLC/PRF/5 cells. Fukushima J Medical Sci. 2010; 56(1):17-29.

Cheng TO. All teas are not created equal: the chinese green tea and cardiovascular health. Int J Cardiol. 2006; 108(3):301-8. doi:10.1016/j.ijcard.2005.05.038.

Henry JP, Stephens-Larson P. Reductions of chronic psychosocial hypertension in mice by decaffeinated tea. Hypertension. 1984; 6(3):437-44. doi: 10.1161/01.HYP.6.3.

Croft KD. The chemistry and biological effects of flavonoids and phenolic acids. Ann New York Acad Sci. 1998; 854:435-42.

Suliburska J, Bogdanski P, Szulinska M, Steptien M, Pupek-Musialik D, Jablecka A. Effects of green tea supplementation on elements, total antioxidants, lipids, and glucose values in the serum of obese patients. Biol Trace Elem Res. 2012; 146(2):1-8. doi: 10.1007/s12011-012-9448-z.

Lamarão RC, Fialho E. Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal. Rev Nutr. 2009; 22(2):257-69. doi:10.1590/S1415-52732009000200008.

Trudel D, Labbé DP, Bairati I, Fradet V, Bazinet L, Têtu B. Green tea for ovarian cancer prevention and treatment: a systematic review of the in vitro, in vivo and epidemiological studies. Gyn Onc. 2012; 126(3):491-98. doi:10.1016/j.ygyno.2012.04.048.

Hampton ME. Production of black tea. In: Willson KC, Clifford MN, editors. Tea cultivation to consumption. London: Chapman & Hall; 1992.

Lima JD, Mazzafera P, Moraes WS, Da Silva RB. Chá: aspectos relacionados à qualidade e perspectivas. Ciênc Rural. 2009; 39(4):1270-8. doi: 10.1590/S0103-84782009005000026.

Armoskaite V, Ramanauskiene K, Maruska A, Razukas A, Dagilyte A, Baranauskas A, et al. The analysis of quality and antioxidant activity of green tea extracts. Med Plant Res. 2011; 5(5):811-6.

Matsubara DB, Rodriguez-Amaya DB. Teores de catequinas e teaflavinas em chás comercializados no Brasil. Ciênc Tecnol Aliment. 2006; 26(2):401-7. doi: 10.1590/S0101-20612006000200024.

Anon. International Tea Committee. London: Annual Bulletin of Statistics; 2001.

Ravichandran R, Parthiban R. The impact of mechanization of tea harvesting on the quality of south indian CTC teas. Food Chem. 1998; 63(1):61-4. doi: 10.1016/S0308-8146(97)00219-7.

Nishiyama MF, Costa MAF, Costa AM, Souza CGM, Bôer CG, Bracht CK, et al. Chá verde brasileiro (Camelliasinensis var assamica): efeitos do tempo de infusão, acondicionamento da erva e forma de preparo sobre a eficiência de extração dos bioativos e sobre a estabilidade da bebida. Ciênc Tecnol Aliment. 2010; 30(Supl 1):191-6. doi:10.1590/S0101-20612010000500029.

Rufino MSM, Alves RE, Brito ES, Morais SM, Sampaio CG, Péres-Jiménez J, et al. Metodologia científica: determinação da atividade antioxidante total em frutas pela captura do radical livre ABTS•+. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical; 2007.

Xu Y-Q, Chen G-S, Wang Q-S, Yuan H-B, Feng C-H, Yin J-F. Irreversible sediment formation in green tea infusions. J Food Sci. 2012; 77(3):C298-C302, doi: 10.1111/j.1750-3841.2011.02583.x.

Vuong QV, Golding JB, Stathopoulos CE, Nguyen MH, Roach PD. Optimizing conditions for the extraction of catechins from green tea using hot water. J Separation Sci. 2011; 34(21):3099-106. doi: 10.1002/jssc.201000863.

Souza MM, Recart VM, Rocha M, Cipolatti EP, Badiale-Furlong E. Estudo das condições de extração de compostos fenólicos de cebola (Allium cepaL.). Rev Instituto Adolfo Lutz. 2009; 68(2):192-200.

Saito ST, Welzel A, Suyenaga ES, Bueno F. A method for fast determination of epigallocatechin gallate (EGCC), epicatechin (EC), catechin (C) and caffeine (CAF) in green tea using HPLC. Ciênc Tecnol Aliment. 2006; 26(2):394-400. doi: 10.1590/S010120612006000200023.

Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 4ª ed. São Paulo: IAL; 2004.

Romeo L, Intrieri M, D’Agata V, Mangano NG. The major green tea polyphenol, (-)-epigallocatechin3- gallate, induces hemeOxygenase in rat neurons and acts as an effective neuroprotective Agent against oxidative stress. J Am Col Nutr. 2009; 28(4): 492s-9s.

Pekal A, Drozdz P, Biesaga M, Pyrzynska K. Screening of the antioxidant properties and polyphenol composition of aromatized green tea infusions. J Sci Food Agric. 2012; 92(11):2244-9. doi: 10.1002/jsfa.5611.

Pelillo M, Biguzzi B, Bendini A, Gallina-Toschi T, Vanzini M, Lercker G. Preliminary investigation into development of HPLC with UV and MS-electrospray detection for the analysis of tea catechins. Food Chem. 2002; 78(3):369-74. doi: 10.1016/S03088146(02)00112-7.

Morais SM, Cavalcanti ESB, Costa SMO, Aguiar LA. Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. Rev Bras Farmacogn. 2009; 19(1B)315-20. doi: 10.1590/S0102-695X2009000200023.

Diepvens K, Westerterp KR, Westerterp-Plantenga MS. Obesity and thermogenesis related to the consumption of caffeine, ephedrine, capsaicin, and green tea. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol. 2007; 292(1):R77-R85. doi: 10.1152/ajprgu.00832.2005.

Dulloo AG. Ephedrine, xanthines and prostaglandininhibitors: actions and interactions in the stimulation of thermogenesis. Int J Obes Relat Metab Disord. 1993; 17(1):s35-s40.

Downloads

Publicado

24-08-2023

Como Citar

Reis PIMENTEL-SOUZA, J. D. ., Santos SOUZA, D. ., Carvalho GUALBERTO, N., Araújo RAMALHO, S. ., da Silveira MOREIRA, J. de J., & NARAIN, N. (2023). Qualidade funcional da infusão do chá verde comercial. Revista De Nutrição, 25(6). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/9313

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS