Associação entre a composição corporal de crianças e adolescentes e renda familiar

Autores

  • Lisiane Marçal PÉREZ Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança https://orcid.org/0000-0002-6420-5916
  • Eduardo MUNDSTOCK Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde https://orcid.org/0000-0002-1779-6696
  • Marina Azambuja AMARAL Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde https://orcid.org/0000-0003-2645-3756
  • Fernanda Maria VENDRUSCULO Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde https://orcid.org/0000-0001-8208-3476
  • Wilson CAÑON-MONTAÑEZ Universidad de Antioquia, Facultad de Enfermería https://orcid.org/0000-0003-0729-5342
  • Wilson CAÑON-MONTAÑEZ Universidad de Antioquia, Facultad de Enfermería https://orcid.org/0000-0003-0729-5342
  • Rita MATTIELLO Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Escola de Medicina, Departamento de Pediatria; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Medicina, Departamento de Medicina Social https://orcid.org/0000-0002-0548-3342

Palavras-chave:

Antropometria, Composição corporal, Criança, Renda

Resumo

Objetivo

Avaliar a associação entre a composição corporal de crianças e adolescentes com a renda familiar.

Métodos

Estudo transversal, foram incluídos participantes entre 5 e 19 anos. As variáveis socioeconômicas foram avaliadas por meio de questionário padronizado. As variáveis de desfecho foram escore Z do índice de massa corporal e parâmetros de bioimpedância (massa muscular esquelética, massa livre de gordura e percentual de gordura) e variáveis preditoras (idade, sexo, raça, local de residência, escolaridade do pai, peso ao nascer e aleitamento materno) foram analisados pelo modelo de regressão quantílica e são apresentados os dados do percentil 50. Os testes foram bidirecionais, e as diferenças foram consideradas significativas com p<0,05.

Resultados

Entre os 529 participantes incluídos, 284 (53,6%) eram do sexo feminino e a média de idade foi de 11,41±3,9 anos. O escore Z do índice de massa corporal foi o único desfecho que não apresentou diferenças entre os sexos (p=0,158). No modelo bruto, uma menor renda familiar foi associada a menor massa muscular esquelética (Diferença= -7,70; IC 95% -9,32 a -5,89), p<0,001), menor massa livre de gordura (Diferença= -13,40; IC 95% -16,40 a -10,39, p<0,001) e o menor percentual de gordura associou-se à menor renda familiar (Diferença= -5,01, IC 95% -9,91 a -0,11, p=0,027). O escore Z do IMC não foi associado à renda familiar.

Conclusão

A renda familiar está diretamente associada à menor massa magra, ao percentual de gordura e à massa muscular esquelética em crianças e adolescentes.

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Publicado

07-06-2023

Como Citar

PÉREZ, L. M., MUNDSTOCK, E., AMARAL, M. A., VENDRUSCULO, F. M., CAÑON-MONTAÑEZ, W., CAÑON-MONTAÑEZ, W., & MATTIELLO, R. (2023). Associação entre a composição corporal de crianças e adolescentes e renda familiar. Revista De Nutrição, 35, 1–9. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/8662

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS