Disponibilidade de alimentos de acordo com o grau de processamento em famílias com idosos jovens e longevos (POF 2017-2018)

Autores

  • Liziane da Rosa CAMARGO Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Escola de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica https://orcid.org/0000-0002-8144-8282
  • Ângelo José Gonçalves BÓS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Escola de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica https://orcid.org/0000-0003-4901-3155

Palavras-chave:

Idoso de 80 anos ou mais, Demografia, Nutrição do idoso, Inquéritos nutricionais

Resumo

Objetivo

Comparar a disponibilidade de alimentos saudáveis e não saudáveis nas famílias com e sem idosos e longevos.

Métodos

É um estudo observacional, transversal com dados secundários da Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística entre 2017-2018. As famílias foram caracterizadas pelo integrante com maior idade: controle (sem idosos e longevos), com idosos e longevos. Foram obtidas características sociodemográficas das famílias e itens alimentares adquiridos pelas famílias, segundo a classificação Nova (alimentos in natura, processados e ultraprocessados, além de ingredientes culinários).

Resultados

As famílias com idosos e longevos apresentaram maior disponibilidade de alimentos in natura e menor em ultraprocessados. Enquanto que as famílias jovens apresentaram maior aquisição em todos os itens alimentares ultraprocessados.

Conclusão

O processo de transição nutricional desfavorável com menos alimentos in natura pareceu ser menos evidente em famílias com maiores faixas-etárias. Conclui-se que a presença de idosos e longevos na família pode estar relacionada à melhor qualidade alimentar familiar, com maior presença de alimentos in natura e menor aquisição de ultraprocessados.

Referências

Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Rev Bras Geriatr Gerontol 2016;19(3):507-19.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Brasília: Instituto; 2019 [cited 2019 May 28]. Available from: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/

Nogueira LR, Morimoto JM, Tanakac JAW, Bazanelli AP. Avaliação qualitativa da alimentação de idosos e suas percepções de hábitos alimentares saudáveis. J Health Sci. 2016;18(3):163-70.

Ministério da Saúde (Brasil). Fascículo 2: protocolos de uso do Guia Alimentar para a população brasileira na orientação alimentar da população idosa. Brasília: Ministério; 2021.

Freitas TI, Previdelli AN, Ferreira MPN, Marques KM, Goulart RMM, Aquino RC. Factors associated with diet quality of older adults. Rev Nutr. 2017;30(3):297-306.

Silva VS, Souza I, Silva DAS, Barbosa AR, Fonseca MJM. Evolução e associação do IMC entre variáveis sociodemográficas e de condições de vida em idosos do Brasil: 2002/03-2008/09. Cienc Saude Colet. 2018;23(3):891-901.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: primeiros resultados/ IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: Instituto; 2019.

Ministério da Saúde (Brasil). Guia Alimentar para a População Brasileira. 2nd ed. Brasília: Ministério; 2014.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018: avaliação nutricional da disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil/IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento. Rio de Janeiro: Instituto; 2020.

Ministério da Saúde (Brasil). Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016. O Plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua Quinquagésima Nona Reunião Extraordinária, realizada nos dias 06 e 07 de abril de 2016, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, pelo Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006. Brasília: Ministério; 2016 [cited 2021 Jan 4]. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2016/res0510_07_04_2016.html

Silva LES, Claro RM. Tendências temporais do consumo de frutas e hortaliças entre adultos nas capitais brasileiras e Distrito Federal, 2008-2016. Cad Saude Publica. 2019;35(5):e00023618.

Canella DS, Louzada MLC, Claro RM, Costa JC, Bandoni DH, Levy RB, et al. Consumo de hortaliças e sua relação com os alimentos ultraprocessados no Brasil. Rev Saude Publica. 2018;52:e50.

Kovalskys I, Rigotti A, Koletzko B, Fisberg M, Gómez G, Herrera-Cuenca M, et al. Latin American consumption of major food groups: results from the ELANS study. Plos One. 2019;14(12):e0225101.

Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IRR, Cannon G. Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: evidence from Brazil. Public Health Nutr. 2010;14(1):5-13.

Vaz DV, Hoffmann R. Elasticidade-renda e concentração das despesas com alimentos no Brasil: uma análise dos dados das POF de 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018. Rev Economia. 2020;41(75):282-310.

Louzada MLC, Levy RB, Martins APB, Claro RM, Steele EM, Verly Jr. E, et al. Validating the usage of household food acquisition surveys to assess the consumption of ultra-processed foods: evidence from Brazil. Food Policy 2017;72:112-120

Downloads

Publicado

06-06-2023

Como Citar

CAMARGO, L. da R., & BÓS, Ângelo J. G. (2023). Disponibilidade de alimentos de acordo com o grau de processamento em famílias com idosos jovens e longevos (POF 2017-2018). Revista De Nutrição, 35, 1–8. Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/8649

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS