Intervenção nutricional pautada na estratégia de oficinas em um serviço de promoção da saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais
Palavras-chave:
Educação alimentar e nutricional, Educação em saúde, Hábitos alimentares, Promoção da saúdeResumo
Objetivo
Avaliar as oficinas como uma estratégia de intervenção nutricional, com foco na aquisição de informações em nutrição e na percepção de mudanças de hábitos alimentares.
Métodos
Estudo de intervenção com usuários de uma Academia da Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais. Realizaram- -se quatro oficinas, com frequência mensal e duração de trinta minutos cada uma, pautadas no “Guia Alimentar para a População Brasileira” e nos “Dez Passos para uma Alimentação Saudável”. Aplicaram-se questionários para avaliar a aquisição de informações em nutrição antes e depois da execução das oficinas, investigar a percepção de mudanças de hábitos alimentares após três meses da intervenção e identificar as principais dificuldades verificadas nesse processo. Um observador apontou a viabilidade de execução das oficinas.
Resultados
O número de participantes das oficinas variou de 71 a 132. Houve maior ocorrência (80%) de mulheres, com média de 55,8 (±10,6) anos. Identificou-se incremento estatisticamente significante na média total de acertos das questões do questionário de avaliação da aquisição de informações em três dos quatro encontros. Ademais,90,9% dos participantes referiram alguma mudança de hábito alimentar, destacando-se a redução no consumo de óleos, gorduras e frituras (29,5%) e o aumento na ingestão de frutas e hortaliças (22,5%). A redução no consumo de açúcares e doces foi apontada como a recomendação mais difícil de ser seguida (21,1%). A avaliação do observador denotou a necessidade de modificar o espaço utilizado para as atividades.
Conclusão
A intervenção apresentou potencial para aquisição de informações em nutrição e mudança de hábitos alimentares, alterações que devem ser mais bem investigadas com a continuidade das ações.
Referências
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2011.
Monteiro CA, Levy RB, Claro RM, Castro IR, Cannon G. Increasing consumption of ultra-processed foods and likely impact on human health: Evidence from Brazil. Public Health Nutr. 2011; 14(1):5-13. doi: 10.1017/S1368980010003241.
Ezzati M, Riboli E. Can noncommunicable diseases be prevented? Lessons from studies of populations and individuals. Science. 2012; 337(6101):1482-7. doi: 10.1126/science.1227001.
Afonso MLM. Oficinas em dinâmicas de grupo na área de saúde. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2006.
Dias MAS, Lopes ACS, Bicalho K, Mourão M, Alves MN, Evangelista PA, et al. Promoção à saúde e articulação intersetorial. In: Magalhães Junior HM, organizador. Desafios e inovações da gestão do SUS em Belo Horizonte: a experiência de 2003 a 2008. Belo Horizonte: Mazza Edições; 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n° 719, de 7 de abril de 2011. Institui o Programa Academia Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2011 [acesso 2013 jul 17]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0719_07_04_2011.html>.
World Health Organization. Physical status: The use and interpretation of anthropometry. Technical Report Series nº 854. Geneva: WHO; 1995.
The Nutrition Screening Initiative. Incorporating nutrition screening and interventions into medical practice. A monograph for phycicians. Washington (DC): The American Dietetic Association; 1994.
Costa BVL, Mendonça RD, Santos LC, Peixoto SV, Alves M, Lopes ACS. Academia da Cidade: um serviço de promoção da saúde na rede assistencial do Sistema Único de Saúde. Ciênc Saúde Colet. 2013, 18(1):95-102. DOI: 10.1590/S1413-81232013000100011.
Brasil. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde. 2008.
Grace C. A review of one-to-one dietetic obesity management in adults. J Hum Nutr Diet. 2011; 24(1):13-22. doi: 10.1111/j.1365-277X.2010.0
x.
Cervato AM, Derntl AM, Latorre MRDO, Marucci MFN. Educação nutricional para adultos e idosos: uma experiência positiva em Universidade Aberta para a Terceira Idade. Rev Nutr. 2005; 18(1):41-52. doi: 10.1590/S1415-52732005000100004.
Torres HC, Hortale VA, Schall V. A experiência de jogos em grupos operativos na educação em saúde para diabéticos. Cad Saúde Pública. 2003; 19(4): 1039-47. doi: S0102-311X2003000400026.
Guimarães NG, Dutra ES, Ito MK, Carvalho KMB. Adesão a um programa de aconselhamento nutricional para adultos com excesso de peso e comorbidades. Rev Nutr. 2010; 23(3):323-33. doi: S1415-52732010000300001.
Mendonça RD, Lopes ACS. The effects of health interventions on dietary habits and physical measurements. Rev Esc Enferm USP. 2012; 46(3): 573-79 doi: S0080-62342012000300007.
Te Morenga L, Mallard S, Mann J. Dietary sugars and body weight: Systematic review and metaanalyses of randomized controlled trials and cohort studies. BJM. 2012; 346 [cited 2013 Jul 20]. Available from: <http://wwwbmj.com>. doi: 10.1136/bmj.e7492.
Kapur K, Kapur A, Ramachandran S, Mohan V, Aravind SR, Badgandi M, et al. Barriers to changing dietary behaviour. J Assoc Physiscians India. 2008; 56(1):27-32.
Coleman MT, Pasternak RH. Effective strategies for behavior change. Prim Care. 2012; 39(2):281-305. doi: 10.1016/j.pop.2012.03.004.
Norcross JC, Krebs PM, Prochaska JO. Stages of Change. J Clin Psychol. 2011; 67(2):143-54. doi: 10.1002/jclp.20758.
Siqueira FV, Nahasi MV, Facchini LA, Silveira DS, Piccini RX, Tomasi E, et al. Fatores considerados pela população como mais importantes para manutenção da saúde. Rev Saúde Pública. 2009; 43(6): 961-71. doi: S0034-89102009005000066.
Castro IRR, Souza TSN, Maldonado LA, Caniné ES, Rotenberg S, Gugelmin SA. A culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Rev Nutr. 2007; 20(6):571-88. doi: S1415-52732007000600001.
Victora CG, Santos IS. Los siete pecados capitales de la evaluación del impacto. Gac Sanit. 2008; 22(1):1-7. doi: 10.1016/S0213-9111(08)76068-0.
Ramanathan S, Allison KR, Faulkner G, Dwyer JJ. Challenges in assessing the implementation and effectiveness of physical activity and nutrition policy interventions as natural experiments. Health Promot Int. 2008; 23(3):290-7. doi: 10.1093/heapro/dan022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Camila Pereira da SILVA, Ariene Silva do CARMO, Paula Martins HORTA, Luana Caroline dos SANTOS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.