Oleaginosas nativas do Cerrado apresentam perfis de ácidos graxos favoráveis à saúde cardiovascular

Autores

  • Aline Medeiros ALVES Universidade Federal de Goiás
  • Daniela Canuto FERNANDES Universidade Federal de Goiás
  • Jullyana Freitas BORGES Universidade Federal de Goiás
  • Maria Margareth Veloso NAVES Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Anacardium, Arachis hypogaea, Bertholletia excels, Caryocar brasiliense Camb, Dipteryx alata Vog

Resumo

Objetivo
Avaliar a composição de nozes e sementes comestíveis nativas do cerrado, no que diz respeito aos ácidos graxos, e comparar com oleaginosas tradicionais.

Métodos
A amêndoa de baru, a castanha-de-caju-do-cerrado e a amêndoa de pequi foram extraídas dos frutos com equipamentos apropriados. Todas as nozes e sementes comestíveis foram torradas, exceto a castanha-do-brasil. Os lipídeos das amostras foram extraídos a frio, os ácidos graxos foram esterificados e os ésteres de ácidos graxos foram analisados por cromatografia gasosa.

Resultados
As nozes e sementes comestíveis tradicionais e nativas possuem, predominantemente, ácidos graxos monoinsaturados (42,72 g a 63,44 g/100 g), exceto a castanha-do-brasil, que apresentou predominância de ácidos graxos poli-insaturados (45,48 g/100 g). A amêndoa de pequi apresentou o maior teor de ácidos graxos saturados (36,14 g/100 g). Os ácidos graxos encontrados em maior concentração nas oleaginosas foram o ácido oleico e o linoleico; o ácido palmítico foi também detectado em proporções consideráveis. O perfil de ácidos graxos da castanha-de-caju-do-cerrado é comparável ao da castanha-de-caju tradicional. Quanto à relação entre ácidos graxos ω-6 e ω-3, a amêndoa de baru apresentou o valor de 9:1, mais próximo ao recomendado para consumo.

Conclusão
O perfil de ácidos graxos das nozes e sementes comestíveis nativas do cerrado se assemelha ao das tradicionais. Sugere-se, portanto, a inclusão das oleaginosas nativas em planos alimentares que visem a redução do risco de doenças cardiovasculares, sobretudo a amêndoa de baru e a castanha-de-caju-do-cerrado, por suas elevadas concentrações de ácidos graxos monoinsaturados em relação aos ácidos graxos saturados.

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Publicado

30-03-2023

Como Citar

Medeiros ALVES, A. ., Canuto FERNANDES , D. ., Freitas BORGES, J., & Veloso NAVES, M. M. . (2023). Oleaginosas nativas do Cerrado apresentam perfis de ácidos graxos favoráveis à saúde cardiovascular. Revista De Nutrição, 29(6). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/8147

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS