Impacto das ações de um programa de educação alimentar e nutricional em uma população de adolescentes

Autores

  • Juliana Garcia BALDASSO Centro Universitário São Camilo
  • Andréa Polo GALANTE Centro Universitário São Camilo
  • Aline DE PIANO GANEN Centro Universitário São Camilo

Palavras-chave:

Adolescente, Educação alimentar e nutricional, Consumo de alimentos

Resumo

Objetivo
Avaliar as mudanças no consumo alimentar após aplicação de um programa de educação alimentar e nutricional com adolescentes de uma instituição do terceiro setor.

Métodos
Cinquenta e quatro adolescentes com idade entre 16 e 19 anos, de baixo nível socioeconômico, matriculados em uma organização não governamental de São Paulo foram submetidos à intervenção nutricional de seis meses, que consistiu de seis encontros com nutricionistas e ações estratégicas de comunicação e relacionamento. Massa corporal, estatura, índice de massa corporal, questionário sobre conhecimento de nutrição e práticas alimentares, recordatório de 24 horas e qualidade da dieta pelo Índice de Qualidade da Dieta associado ao Guia Alimentar Digital foram avaliados no início e no final da intervenção. Considerou-se como melhora no padrão alimentar o aumento de no mínimo cinco pontos no Índice de Qualidade da Dieta associado ao Guia Alimentar Digital.

Resultados
Observaram-se maior conhecimento sobre as informações disponibilizadas no rótulo dos alimentos e melhora no padrão da dieta de 33% dos alunos durante a semana e 37% aos finais de semana. Verificou-se aumento na ingestão de alimentos dos grupos leguminosas, leites e derivados, frutas e hortaliças (componentes de adequação). Entretanto, houve baixa ingestão de oleaginosas e cereais integrais e elevada ingestão dos componentes de moderação.

Conclusão
O programa promoveu melhoras no padrão alimentar dos adolescentes, tornando-se um método viável, de baixo custo e aplicável para a prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida e da saúde. Além disso, o Índice de Qualidade da Dieta associado ao Guia Alimentar Digital mostrou ser uma boa ferramenta nutricional para avaliar mudanças no consumo alimentar e nortear futuras orientações e ações de intervenção nutricional nessa população.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Ali mentação e Nutrição (PNAN). Série B. Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2012.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Guia Alimentar da População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.

Horta PM, Ferreira AD, Santos LC. Impacto de um programa de educação nutricional em adolescentes estudantes da rede pública. Rev APS. 2012; 15(2):185-91.

Oliveira AC, Haddad S. As organizações da socieda de civil e as ONGs de educação. Cad Pesqui. 2001; (112):61-83.

Schmitz BAS, Recine E, Cardoso GT, Silva JRM, Amo rim NFA, Bernardon R, et al. A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar. Cad Saúde Pública. 2008; 24(2):312-22.

Belik W, Chaim NA. O Programa Nacional de Alimentação Escolar e a Gestão municipal: eficiência administrativa, controle e social, desenvolvimento local. Rev Nutr. 2009; 22(5):595-607. http://dx.doi. org/10.1590/S1415-52732009000500001

Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Vigilância alimentar e nutricional - Sisvan: orientações básicas para a coleta e processamento, análise de dados e informação em serviços de saúde. Brasília: Minis tério da Saúde; 2011.

World Health Organization. WHO Child Growth Standards: Methods and development. Length/ height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weight-for-height and body mass index-for-age. Geneva: WHO; 2007.

Caivano S, Domene SMA. Diet quality index for healthy food choices. Rev Nutr. 2013; 26(6):693-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-527320130006 00008

Universidade Estadual de Campinas. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela Brasi leira de Composição de Alimentos - TACO. 2ª ed. Campinas: Unicamp; 2006.

United States Departament of Agriculture. Nutrient Data Laboratory. Beltsville (MD): USDA; 2014 [cited 2014 Aug 18]. Available from: http://ndb.nal.usda. gov

Institute of Medicine. Dietary reference intakes: The essential guide to nutrient requirements. Washington (DC): National Academy Press; 2006.

Institute of Medicine. Dietary reference intakes: Calcium, phosphorus, magnesium, vitamin D and fluoride. Washington (DC): National Academy Press; 2010.

Toassa EC, Leal GVS, Wen CL, Philippi ST. Atividades lúdicas na orientação nutricional de adolescentes do Projeto Jovem Doutor. Nutrire Rev Soc Bras Aliment Nutr. 2010; 35(3):17-27.

Marin T, Berton P, Santo LKR. E. Educação nutri cional e alimentar: por uma correta formação dos hábitos alimentares. Rev F@pciência. 2009; 3(7):72-8.

Pereira MN, Sarmento CTM. Oficina de culinária: uma ferramenta da educação nutricional aplicada na escola. Universitas Ciênc Saúde. 2012; 10(2):87-94.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pes quisa de Orçamentos Familiares - POF, 2008-2009: antropometria e estado nutricional de crianças, ado lescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE; 2010.

Dobbs R, Sawers C, Thompson F, Manyika J, Woetzel J, Child P, et al. Overcoming obesity: An initial economic analysis. New York: McKinsey & Company; 2014.

Muller MJ, Mast M, Asbeck I, Langnase K, Grund A. Preventions of obesity: It is possible? Obes Rev. 2001; 2(1):15-28.

Pérez-Rodrigo C, Aranceta J. School-based nutrition education: Lessons learned and new perspectives. Pub Health Nutr. 2001; 4(1):131-9.

Lustig RH, Schmidt LA, Brindis CD. The toxic truth about sugar. Nature. 2012; 482:27-29 http://dx. doi.org/10.1038/482027a

World Health Organization. Guideline: Sugars intake for adults and children. Geneva: WHO; 2015.

Francis M, Nichols SS, Dalrymple N. The effects of a school-based intervention programme on dietary intakes and physical activity among primary-school children in Trinidad and Tobago. Public Health Nutr. 2010; 13(5):738-47.

Shah P, Misra A, Gupta N, Hazra DK, Gupta R, Seth P, et al. Improvement in nutrition-related knowledge and behavior of urban Asian Indian school children: Findigs from the ‘Medical education for children/ adolescents for realistic prevention of obesity and diabetes and for healthy aGeing’ (MARG) intervention study. Br J Nutr. 2010; 104(3):427-36.

Fisberg MR, Slater B, Barros RR, Lima FD, Cesar CLG, Carandina L, et al. Índice de Qualidade da Dieta: avaliação da adaptação e aplicabilidade. Rev Nutr. 2004; 17(3):301-18. http://dx.doi.org/10.1590/S 1415-52732004000300003

Gabriel CG, Santos MV, Vasconcelos FAG. Avaliação de um programa para promoção de hábitos ali mentares em escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Rev Bra Saúde Mater Infant. 2008; 8(3):299-308.

Monteiro CA, Cannon G. The Impact of Transnational ‘‘Big Food’’ Companies on the South: A View from Brazil. PLoS Med. 2012; 9(7):e1001252. http://dx. doi.org/10.1371/journal.pmed.1001252

Currie C, Gabhainn SN, Godeau E, Roberts C, Smith R, Currie D, et al. Inequalities in young people’s health. HBSC International Report from the 2005/ 2006 survey. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe; 2008.

Wendpap LL, Ferreira MG, Rodrigues PRM, Pereira EA, Loureiro AS, Goncalves S, et al. Qualidade da dieta de adolescentes e fatores associados. Cad Saúde Pública. 2014; 30(1):97-106.

Jaime PC, Machado FMS, Westphal MF, Monteiro AC. Educação nutricional e consumo de frutas e hortaliças: ensaio comunitário controlado. Rev Saúde Pública. 2007; 41(1):1-4.

Baranowski T, Davis M, Resnicow K, Baranowski J, Doyle C, Lin LS, et al. Gimme 5 fruit, juice, and vegetables for fun and health: Outcome evaluation. Health Educ Behav. 2000; 27(1):96-111. http:// dx.doi.org/10.1177/109019810002700109

Baranowski T, Baranowski J, Cullen KW, Marsh T, Islam N, Zakeri I, et al. Squire’s Quest! Dietary outcome evaluation of a multimedia game. Am J Prev Med. 2003; 24(1):52-61.

He M, Beynon C, Sangster BM, St Onge R, Stewart S, Khoshaba L, et al. Impact evaluation of the Northern fruit and vegetable pilot programme: A cluster-randomised controlled trial. Public Health Nutr. 2009; 12(11):2199-208.

Parmer SM, Salisbury-Glennon J, Shannon D, Struempler B. School gardens: An experimental learning approach for a nutrition education program to increase fruit and vegetable knowledge, preference, and consumption among second-grade students. J Nutr Education Behav. 2009; 41(3):212-7.

Morgan PJ, Warren JM, Lubans DR, Saunders KL, Quick GI, Collins CE. The impact of nutrition education with and without a school garden on knowledge, vegetable intake and preferences and quality of school life among primary-school students. Public Health Nutr. 2010; 13(11):1391-940.

Ransley JK, Taylor EF, Radwan Y, Kitchen, MS, Greenwood DC, Cade JE. Does nutrition education in primary schools make a difference to children’s fruit and vegetable consumption? Public Health Nutr. 2010; 13(11):1898-904.

Godoy FC, Andrade SC, Morimoto JM, Carandina L, Goldbaum M, Barros MBA, et al. Índice de Quali dade da Dieta de adolescentes residentes no distri to do Butantã, município de São Paulo, Brasil. Rev Nutr. 2006; 19(6):663-671. http://dx.doi.org/10.15 90/S1415-52732006000600003

Moodie R, Stuckler D, Monteiro C, Sheron N, Neal B, Thamarangsi T, et al. Profits and pandemics: Prevention of harmful effects of tobacco, alcohol, and ultra-processed food and drink industries. Lancet. 2013; 381(9867):670-9.

Vargas ICS, Schieri R, Sandre-Pereira G, Veiga GV. Avaliação de programa de obesidade em adolescentes de escolas públicas. Rev Saúde Pública. 2011; 45(1):59-68.

Downloads

Publicado

21-03-2023

Como Citar

Garcia BALDASSO, J. ., Polo GALANTE, A., & DE PIANO GANEN, A. . (2023). Impacto das ações de um programa de educação alimentar e nutricional em uma população de adolescentes. Revista De Nutrição, 29(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/nutricao/article/view/7960

Edição

Seção

ARTIGOS ORIGINAIS