Adoção da criança maior

um estudo do processo filiativo

Autores

  • Carolina Lemos da SILVA Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.
  • Silvia Pereira da Cruz BENETTI Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Palavras-chave:

Adoção (criança), Afiliação (motivação), Pais

Resumo

Este artigo tem o objetivo de apresentar um estudo de caso sobre filiação adotiva de dois irmãos maiores, interpretando como se deu a construção paterno-filial nesse processo. A coleta dos dados foi feita por meio de entrevistas de acompanhamento, totalizando 14 encontros com a família, durante um período de seis meses. Também foram utilizados dados obtidos através de um diário pessoal dos participantes. A análise do material baseou-se na perspectiva psicanalítica, identificando-se aspectos específicos do desenvolvimento da parentalidade e da filiação, bem como das etapas do estágio de convivência familiar. Observou-se que a possibilidade de escuta familiar das situações de maior ambivalência nas distintas etapas do processo auxiliou o processo de adoção e a filiação das crianças. Concluiu-se que a fundação familiar nos processos adotivos de crianças maiores não deve ser associada a maiores dificuldades de filiação, desde que se assegure um adequado atendimento das demandas parentais e filiais ao longo do processo.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Brasil. (2009). Presidência da República. Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009. Estatuto da criança e do adolescente.

Brodzinsky, E. D. M., Smith, D. W., & Brodzinsky, A. B. (1998). Children’s adjustment to adoption. Thousand Oaks, C.A: Sage.

Costa, N. R. A., & Rossetti-Ferreira, M. C. (2007). Tornar-se pai e mãe em um processo de adoção tardia. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 425-434.

Cunha, D. F. (2007). Construção da subjetividade... É diferente no filho adotivo? (Tese de doutorado não-publicada). Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Dolto, F., & Hamad, N. (1998). Destinos de crianças: adoção, famílias de acolhimento, trabalho social. São Paulo: Martins Fontes.

Gondim, A. K., Crispim, C.S., Fernandes, J. C. R., Brito, T.M.C., Oliveira, U.B., & Nakano, T. C. (2008). Motivação dos pais para a prática da adoção. Boletim de Psicologia, 58(129), 161-170.

Guyotat, J. (1995). Filiation et puerpéralité, logique du lien: entre psychanalyse et biomedicine. Paris: PUF.

Levy-Shiff, I. G., & Har-Even, D. (1991). Transitions to parenthood in adoptive families. Developmental Psychology, 27(1), 131-140.

Lévy-Soussan, P. (2010). Trabalho de filiação e adoção. In I. Trindade-Salavert (pp.45-80). Os novos desafios da adoção: interações psíquicas, familiares e sociais. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Lévy-Soussan, P., & Marinopoulos, S. (2010a). Mini-curso de preparação das equipes especializadas em adoção. In I Congresso Franco-Brasileiro de Psicanálise, Filiação e Sociedade. Recife: Universidade Católica de Pernambuco.

Lévy-Soussan, P., & Marinopoulos, S. (2010b). Abandono e adoção: os desafios psíquicos da filiação numa perspectiva histórica e clínica. In I. Trindade-Salavert. Os novos desafios da adoção: interações psíquicas, familiares e sociais (pp.81-108). Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Ozoux-Teffaine, O. (1987). Adoption tardive: d’une naissance à l’autre. Paris: Stock-Laurence Pernoud.

Solon, L. A. G. (2008). Conversando com a criança sobre adoção. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Trindade-Salavert, I. (2010). Os novos desafios da adoção: interações psíquicas, familiares e sociais. Rio de Janeiro: Companhia de Freud.

Vargas, M. M. (1998). Adoção tardia: da família sonhada à família possível. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Weber, L. N. D. (2001). Pais e filhos por adoção no Brasil: características, expectativas e sentimentos. Curitiba: Juruá.

Weir, K. (2003). Adoptive family “leap-frogging” patterns. Adoption Quarterly, 7(1), 27-41.

Downloads

Publicado

2023-03-28

Como Citar

SILVA, C. L. da ., & BENETTI, S. P. da C. (2023). Adoção da criança maior: um estudo do processo filiativo. Estudos De Psicologia, 32(1). Recuperado de https://periodicos.puc-campinas.edu.br/estpsi/article/view/8118

Edição

Seção

PSICOLOGIA DA SAÚDE