OPINIÕES DE PESSOAS DE DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS SOBRE VELHICE: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
Resumen
Foi aplicado um questionário de 12 itens (fechados, abertos e mistos) a 360 sujeitos com idades entre 14 e 45 anos, agrupados em quatro faixas etárias (14-18; 19-24; 25-34 e 35-45 anos) e pelos critérios de sexo e escolaridade. O questionário cobriu quatro temas: a) caracterização do velho por critérios biológicos, psicológicos, sociais e cronológicos; b) relações sociais e familiares na velhice; c) estereótipos negativos sobre o velho; e d) expectativas relativas à própria velhice. Suas respostas foram agrupadas em quatro categorias e 17 subcategorias. Obteve-se uma grande variedade de opiniões, interpretada como reflexo da confusão existente na sociedade a esse respeito. As principais opiniões levantadas foram as seguintes: a velhice significa perdas, características negativas e necessidade de afetos e cuidados; o velho deve morar de preferência com seus familiares, entre os quais seria respeitado, ajudado e ouvido; o velho deve executar trabalhos mais leves e de menor responsabilidade, ou então decidir se quer ou não trabalhar; no lazer, no trabalho, no vestir e ao dirigir automóveis, o velho deve respeitar os limites da idade. Os sujeitos mais velhos acentuaram as perdas, e os mais novos, as características negativas do velho. Para os sujeitos mais velhos, mais do que para os jovens, o velho deve morar sozinho. Para os mais jovens, mais do que para os mais velhos, o velho deve descansar, ao invés de trabalhar; os sujeitos mais jovens foram menos restritivos que os mais velhos. quanto às roupas, ao lazer e ao dirigir automóveis em idosos. Os homens enfatizaram mais as perdas que as mulheres, e estas mais as características negativas do velho dó que aqueles. As mulheres, mais que os homens, veem a velhice como um "estado de espírito". As mulheres localizam a velhice em idades mais avançadas do que os homens, mas de um modo geral os indivíduos tenderam a localizá-Ia aos 60 anos. Os homens se veem mais como independentes e participantes na velhice que as mulheres, que ressaltaram mais sentimentos positivos e de autogratificação. Os homens, mais que as mulheres, foram favoráveis ao trabalho do idoso na velhice. Independentemente de idade, sexo e escolaridade, os sujeitos deram opiniões conservadoras quanto aos papéis do velho na família. Os sujeitos de escolaridade primária. mais que os de nível superior, realçaram o direito do velho ao descanso ou a trabalhos mais leves.
Descargas
Citas
ALPERT, J. L. - Theoretical Perspectives on the Family Life Cycle. The Counseling Psychology, 1982,9(4),25-34.
BANDURA, A. - Sociallearning Theory, Englewood Cliffs, New York, Prentice-HaJl, 1976.
BACK, K. W. - Transition in Age and Self Image. International Journal of Aging and Human Development, 1971,2,144-147.
BELLACK, L. - los Mejores Anos de Ia Vida, Buenos Aires, Lidium, 1979, traduzido do original americano de 1~75, por L. Calvera.
BELL. B. D. and STANFIElD, G. G. - Chronological Age in Relation to Attitudinal Julgements: An Experimental Analysis. Journal of Gerontology, 1973,28,491-496.
BIRNBAUM, H.; BURKE, R.; SWEARING, C. and DUNlOP, B. - A Five Year History of Targeting Home Care Services to Prevent Institutio nalization, The Gerontologist, 1984,24(4).
BISCHOF, L. - Adult Psychology. N.Y.: Harper and Row, 1976.
BlUE, G. F. - The Aging as Portrayed in Realistic Fiction for Children 1945-1975. The Gerontologist, 1978, 18(2), 187-192.
BONAZZI, M. e ECO, U.-Mentiras que Parecem Verdades. S.P.: Summus, 1972 ( Trad. do orig. em italiano por Giacomina Faldini ).
BRANCHL. G. and STUART,N. E. - A Five-Year History of Targeting Home Care Services to Prevent Institutionalization. The Gerontolo gist, 1984,24(4), :387-391.
BRODY, E. - The "Middle Woman" and The Family Support for the EI derly. The Gerontologist, 21 (5); 33-45. Parent Care as a Normative Family Stress. The Geronto/ogist, 1985,25(1), 19-29.
BUITONI, D. H. S. - Mulher de Papel. A Representação da Mulher na Im prensa Feminina Brasileira. S. P.: Ed. loyola, 1981.
CANÓAS, C. S. - A Condição Social do Velho, S. P.: Cortez, 1984.
CARP, F. M. - Attitudes of old persons toward themselves and toward others. Journal of Gerontology, 1967,22,30-8-312.
COLE, T. R. - The Prophecy of Senescence: G. Stanley Hall and the Reconstruction of Old Age in America. The Geronto/ogist, 1984, 24(4),360-366.
COMFORT, A. - A Boa Idade, São Paulo, Difel, 1979, traduzido do ori ginal americano de 1977 por N. Nascimento.
CUMMING, E. e HENRY, W.-Growingo/d:theProcessofdisengagement, New York, Basic Books, Inc., 1961.
DEUTSCHER, I. - The Quality of Postparental Ufe: Definitions of the Situation. J. of Marriage and Family, 1964,26,52-59.
ELLIOTT, J. - The Daytime Television Portrayal of Older Adults. The Gerontologist, 1984,24(6),628-633. ERIKSON, E. - Eight Ages of Men. In Chi/dhood and Society. N. Y.: Norton, 1950. Identify, Youth and Crisis, N. Y.: Holt, 1955. Reflexiones Acerca deI Desconformismo en Ia Juventud. Cuadernosde LaSA.P.P.I.A., 1971, 1, 35-65.
FALCONNET, G. e LEFAUCHER, N. - A Fabricação dos Machos. RJ., Zahar, 1977 ( Trad. do orig. francês de 1975, por Clara. Ramos ).
FREUD, S. - Três Ensaios para uma Teoria Sexual (1905). In Obras Completas, VoI. I, parte VII. Madrid: Biblioteca Nova, 1967.
GALINSKY, E. - Between Generations the Six Stages of Parenthood. N.Y.: Teses Books, 1981.
GOFFMAN, E. - Gender Advertisements. london: Harper and Colophon Books, 1976.
GOLDE, P. and KOGAN, N. - A sentence' completation procedure for assessing attitudes toward old people. Journal of Geronto/ogy.1959, 14,355-363.
HAVIGHURST,R. E. - History of Developmental Psychology: Socializa tion and Personality Development Through Ufe Span. In P. B. Baltes and K. W. Schaie (Eds.), Personality and Socialization, N.Y.: Acade mie Press, 1973.
HENRY, W. E. - The Role of Work in Struturing Ufe Cycle. Human Development, 1971, 14, 125-131.
HOLTZMAN,J. M.and AKIYAMA,H.- What Children See: The Aged on Television in Japan and United States. The Gerontologist, 1985, 25(1),62-68.
INTERNATIONAL SYMPOSIUM: The Family as a Source of Support for the Elderly. The Gerontologist, 1983, 23(61, 573-655. ( CHOW, N. W. - The Chinese Family and Supportof the Elderly in Hong-Kong; DOATLAND, S. O. - Use of Public Services for the Aged and the Role of the Family, Norway; FADEL-GIRGIS, M. - Fami/y Support for the Elderly in Egypt; MAEDA, D. - FamiJy Care in Japan; ROWLAND,D, and KENDIG,H. - Family Support of the Austra lian Aged;WEIH L, H. Three Issuesfrom the Israeli Scene; WORACH KARDOS, H. The Polish Family Tradition.
KAHANA,B. and KAHANA,E. - Grandparenthood from the Perspec tive of the Developing Grandchild. Developmental Psychology, 1970,3,98.105.
KELLER, F. S. - Getting-Old Behavior. Paper presented at the University of North Carolina at Greensboro, March 19, 1982.
KILTY, K. M. and FELD, A. - Attitudes toward aging and toward the needs of older people. Journal of Gerontology, 1976, 31, 586-594.
KOGAN, N. - Attitudes toward old people: The development of a scale and an examination of correlates. J. of Abnormal and Social Psy chology.1961, 62, 44-54. and WALLACH, M. A. - Age changes in values and attitudes. J. of Gerontology. 1961,16,272-280.
LAURENTI, R. - O Envelhecimento na População. Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, 1985.
MEDEIROS, E.A.C. - Mulher na Terceira Idade: Uma Tentativa de le vantamento de Determinantes da Solidão. Dissertação de Mestrado. PUCCAMP, Campinas, 1983.
NERI,A. L. - Contribuições Teóricas ao Estudo de Crises e Transições no Desenvolvimento Adulto: Uma Análise Preliminar. Estudos de Psicologia, 1983,1 (1). 63-81.
NEUGARTEN, B. L.; L/WÓOD, V.; KRAINES, R. J. and LOOMIS, B. - Women's Attitudes toward the menopause. Vita Humana, 1963,6,140-151. Personality in Middle and Late Life. N.Y.: Otherton, Press, 1964.
NEUGARTEN, B. L.; HAVIGHURST, R. J. and TOBIN, S. S. - The measurement of life satisfaction. .Iournal of Gerontology, 1961, 16,134-143.
NEUGARTEN, B. L.; MOORE, J. W. and LOWE, J. C. - Age Norms, Age Constraints and Adult Socialization. American Journal of Sociology, 1965,70:710-717.
NEUGARTEN, B. L. - Continuities and Discontinuities of Psychological, Issues into Adult Ufe. Human Development, 1969,12, 121-130. Time, Age and the Ufe Cycle. American Journal of Psychiatry, 1979,136(7),887-894.
NEWMAN, S. J. and STRUYK, R. - An Alternative Strategy for Housing Assistance. The Gerontologist, 1984,24(6),584-592.
OLIVEIRA, M. J. - Aposentadoria: sinônimo de crise "/ Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia PUCCAMP, 1981.
PAIVA, V. M. B. - A Velhice e o Corpo na Opinião de Homens e Mulhe res na Meia Idade e na Velhice. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, PUCCAMP, 1985.
POWERS, E. and GOUDY, W..J. - Examination of Work to Order Workers. International Journal of Aging and Human Development, 1971, 2, 38-45.
PASSUTH, P. M. and COOK, F. L. - Effects of Television Viewing on Knowledge and Attitudes about Older Adults: A Critical Reexamina tion. The Gerontologist, 1985, 25( 1), 69-77.
PRESTON, C. E. and GUDIKSEN, K. S. - A measure of self-perception among older people..Iournal of Gerontology. 1966,21,63-71.
PYNOOS, J.; HADE-KAPLAN, B. and FLEISHER, D~- Intergerational Neizhbbrhood Networks: A Basis for Aiding The Frai! Elderly. The Gerontologist, 1984, 24(3), 223-237.
REBELSKY, F. - Life the Continuous Processo Readings in Human Development. N.Y.: A. Knopf, 1975.
RICHMAN,J. - The Foolishness and Wistom of Age: Attitudes toward the Elderly as Reflected in Jokes.The Gerontologist,,1977, 17(3), 210-219.
ROCHEBLAVE-5PENL!: - La Notion de Rõle en Psychologie Sociale, Press Universitaires de France, Paris, 1969.
RQSENCRANTZ, H. A. and McNEVIN, T. E. - A factor analysis of attitudes toward the aged. The Gerontologist. 1969,9,55-59.
ROSSI,A.- Life Span Theories and Women's Lives. Signs: J. of Women in Alture and Society, 1980,6(1),4-32.
SCARFF, M.- CrisesPrevisrveis:Pontos de Pressãona Vidadas Mulher.. R. J.: Francisco Alves, 1982 (Trad. do orig. em inglês por Luisa Ibanes ).
SCHONFIELD, H.- Who is Stereotyping Whon and Why? The Gerontologist, vol. 22, nQ3, 267-272,1982.
SILVEIRA, M. e BENTO, V. - A Síndrome Normal da Velhice: Uma Abordagem Biopsicossocial e uma Proposta Psicoterápica. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, 1982, vol. 34, nQ 04, 133-141,out.-dez.
SHEEHY, G. - Passagens. Crises Previsrveis da Vida Adulta. RJ.:Francisco Alves, 1979. (Trad. do orig.em inglês de 1974, por D. M. Garschagen ).
SELTIIZ, Jahoda, DEUTSCH e COOK - Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais. SP.: EPU-EDUSP, 1974. (Trad. do orig. em inglês de 1960, por Dante Moreira Leite ).
SHEPPARD, A. - Attitudes toward aging: Analysis of an Attitudes Inventory of Younger Adults. Catalog. of Seleéted Documents in Psychology. 1981,11(3),49.
SKINNER,B. F. and VAUGHAN,M. E.- Enjoy Old Age - A Program for Self Management, New York: W. W. Norton eCo., 1983.
SOHNGEN, M. and SMITH, .AoJ. - Images of Old Age in Poetry. The Gerontologist, 1978,18(2), 181-186.
STEVENS-LONG, J. - Adult-Life. Developmental Processes. Paio Alto, Cal.: Mayfield, 1979.
STOETZEL,J. - Psicologia Social, São Paulo, Comp. Ed. Nacional, 1972, tradução do original francês de 1963, por Haidée Camargo Campos.
THIOLLENT, M.- Crítica Metodolágica,InvestigaçãoSocial e Enquete Operária. SP: Ed. Polis, 1982.
TOWNSED, P. - The four generation family. In F. Reblesky (Ed.), Life - The Continuous Proces. Readings in Human Development. NY.: Knopf, 1975.
YIN, P. and SHINE, M.-Misinterpretations of Increases in Ufe Expectancy i,n Gerontology Text Books. The Gerontologist, 1985, 25( 1), 78-82.
WAGNER, E. C. A. e M. - Redes de Apoio Comunitário ao Idoso. Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo, 1985 ( não pubt. ).
WARD, R.' A. - The Marginality and Salience of Being Old: When is Age Relevant? The Gerontologist, 1984,24(3), 227-232.
