Isolamento de amebas de vida livre potencialmente patogênicas em piscinas de uso coletivo localizadas no município de Redenção, Pará, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0897v31e2022a5222

Palavras-chave:

Acanthamoeba, Naegleria, Piscinas

Resumo

Objetivo
Isolar amebas dos gêneros Acanthamoeba e Naegleria em piscinas de uso coletivo do município de Redenção, Pará, Brasil.
Métodos
A identificação dessas amebas se deu a partir de amostras retiradas de piscinas de uso coletivo de quatro clubes da cidade. As análises foram realizadas a partir do exame direto a fresco, cultura, análise morfológica após coloração de Gram e teste de exflagelação, seguindo o protocolo descrito por Carlesso, Artuso e Rott.
Resultados
As amebas de vida livre foram encontradas em 41,67% das amostras, com predomínio das do gênero Acanthamoeba (63,2%) no exame direto a fresco. No clube A, localizado no setor Serrinha, houve predominância dessas amebas em relação às demais (8,34%). As amostras obtidas por swabs apresentaram 73,69% de formas evolutivas em comparação à análise feita apenas na água das piscinas. A confirmação dos gêneros das amebas presentes nas amostras feita através da coloração de Gram encontrou um perfil de identificação diferente, sendo que nesse exame a ameba de gênero Naegleria spp. Se sobressaiu perante a de gênero Acanthamoeba (61,11% e 38,89%, respectivamente).
Conclusão
Os resultados do estudo confirmam a presença de isolados potencialmente patogênicos de amebas de vida livre em piscinas de uso coletivo, o que pode significar um risco à saúde pública.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcia Juciele da Rocha, Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida, Curso de Biomedicina, Programa de Iniciação Científica.

Possui graduação em Biomedicina com habilitação em Análises Clínicas pelo Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (2015) e mestrado em Bioquímica e Bioprospecção pela Universidade Federal de Pelotas (2016). Possui pós-graduação em Análises Clínicas e Microbiológicas pelo Instituto Prominas (2019). Está cursando pós-graduação em Gestão Hospitalar pela UNIASSELVI. Atualmente é professora nos Cursos de Biomedicina, Enfermagem e Medicina da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR) com ênfase nas áreas de Parasitologia, Bioquímica, Genética, Biologia Celular e Embriologia e PBL (metodologia baseada em problemas). Além disso é biomédica/analista clínica responsável pelos setores de Bioquímica/Imunologia com ênfase em controle de qualidade, Hematologia, Urianálise e Microbiologia do Hospital Regional Público do Araguaia desde Junho de 2019.

Krisly Ketelhyn Sousa, Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida, Curso de Biomedicina, Programa de Iniciação Científica

Bacharel em Biomedicina pela Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida, bolsista pelo ProUni, com 120 horas ministradas de monitoria em Química e 120 horas em monitoria em parasitologia. Estagio curricular no Hospital Regional Público do Araguaia.

Jhessica Lorraynny Silva Carneiro, Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida, Curso de Biomedicina, Programa de Iniciação Científica

Graduada em Biomedicina pela Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR) - (2019); Experiência com Monitoria em Bioquímica e Fisiologia Médica - (2019); Estágio realizado no Laboratório Municipal de Xinguara - (2018); Estágio realizado no Hospital São Vicente - (2019); Estágio realizado Hospital Regional Público do Araguaia - (2019); Atualmente Biomédica na Clínica de Engenharia e Medicina do Trabalho - CLIMESTRA (2020). (CEL:991269650)

Douglas Mroginski Weber, Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida, Curso de Biomedicina, Programa de Iniciação Científica.

Possui graduação em Biomedicina com habilitação em Análises Clínicas pelo Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (2015) e mestrado em Bioquímica e Bioprospecção pela Universidade Federal de Pelotas (2016). Possui pós-graduação em Análises Clínicas e Microbiológicas pelo Instituto Prominas (2019). Está cursando pós-graduação em Gestão Hospitalar pela UNIASSELVI. Atualmente é professora nos Cursos de Biomedicina, Enfermagem e Medicina da Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (FESAR) com ênfase nas áreas de Parasitologia, Bioquímica, Genética, Biologia Celular e Embriologia e PBL (metodologia baseada em problemas). Além disso é biomédica/analista clínica responsável pelos setores de Bioquímica/Imunologia com ênfase em controle de qualidade, Hematologia, Urianálise e Microbiologia do Hospital Regional Público do Araguaia desde Junho de 2019.

Referências

Gomes TS, Vaccaro L, Manget A, Izquierdo F, Ollero D, Martínez-Fernández C, et al. Presence and interaction of free-living amoebae and amoeba-resisting bacteria in water from drinking water treatment plants. Sci Total Environ. 2020;719:137080. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2020.137080

Farra A, Bekondi C, Tricou V, Mbecko JR, Talarmin A. Free-living amoebae isolated in the Central African Republic: Epidemiological and molecular aspects. Pan Afr Med J. 2017;26(57):1-10. https://doi.org/10.11604/pamj.2017.26.57.9021

Dobrowsky PH, Khan S, Cloete TE, Khan W. Molecular detection of Achantamoeba spp., Naegleria fowleri and Vermamoeba (Hartmannella) vermiformis as vectors for Legionella spp. in untreated and solar pasteurized harvested rainwater. Parasit Vectors. 2016;9(539):1-13. https://doi.org/10.1186/s13071-016-1829-2

Heggie TW, Kupper T. Surviving Naegleria fowleri infections: a successful case report and novel therapeutic approach. Travel Med Infect Dis. 2017;16(1):49-51. https://doi.org/10.1016/j.tmaid.2016.12.005

Guimaraes AJ, Gomes KX, Cortines JR, Peralta JM, Peralta RH. Acanthamoeba spp. as a universal host for pathogenic microorganisms: one bridge from environment to host virulence. Microbiol Res. 2016;193(1):30-8. https://doi. org/10.1016/j.micres.2016.08.001

Shing B, Balen M, McKerrow JH, Debnath A. Acanthamoeba Keratitis: an update on amebicidal and cysticidal drug screening methodologies and potential treatment with azole drugs. Expert Rev Anti Infect Ther. 2021;19:1-15. https:// doi.org/10.1080/14787210.2021.1924673

Stahl LM, Olson JB. Environmental abiotic and biotic factors affecting the distribution and abundance of Naegleria fowleri. FEMS Microbiol Ecol. 2020;97(1):fiaa238. https://doi.org/10.1093/femsec/fiaa238

Juárez MM, Tártara LI, Cid AG, Real JP, Bermúdez JM, Rajal VB, et al. Achantamoeba in the eye, can the parasite hide even more? Latest developments on the disease. Cont Lens Anterior Eye. 2017;41(3):245-51. https://doi.org/10.1016/j. clae.2017.12.017

Bellini NK, Fonseca ALM, Reyes-Batlle M, Lorenzo-Morales J, Rocha O, Thiemann OH. Isolation of Naegleria spp. from a Brazilian Water Source. Pathogens. 2020;9(2):90. https://doi.org/10.3390/pathogens9020090

Carvalho FRS, Foronda AS, Mannis MJ, Höfling-Lima AL, Belfort R, Freitas D. Twenty years of Acanthamoeba keratitis. cornea. 2009;28(5):516-9. https://doi.org/10.1097/ICO.0b013e318193e0fe

Alves DSMM, Gonçalves GS, Moraes AS, Alves LM, Neto JRC, Hecht MM, et al. The first Acanthamoeba keratitis case in the Midwest region of Brazil: diagnosis, genotyping of the parasite and disease outcome. Rev Soc Bras Med Trop. 2018;51(5):716-9. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0010-2018

Gomes TS, Vaccaro L, Magnet A, Izquierdo F, Ollero D, Martínez-Fernández C, et al. Presence and interaction of free-living amoebae and amoeba-resisting bacteria in water from drinking water treatment plants. Sci Environ. 2020;719:137080. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2020.137080

Barufii H. Metodologia de pesquisa: orientações metodológicas para a elaboração de monografia. 4. ed. Dourados: Hbedit; 2004.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@: Pará. Rio de Janeiro: Instituto; 2015 [citado 2019 Set 08]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/redencao/panorama

Carlesso AM, Artuso GL, Caumo K, Rott MB. Potentially pathogenic Acanthamoeba isolated from a hospital in Brazil. Curr Microbiol. 2010;60(3):185-90. https://doi.org/10.1007/s00284-009-9523-7

Page FC. Re-definition of the genus Acanthamoeba with descriptions of three species. J Protozool. 1967;14(4):709-24. https://doi.org/10.1111/j.1550-7408.1967.tb02066.x

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9.816: Piscina: Terminologia. Rio de Janeiro, 1987. NBR 10.818: Qualidade da água de piscina: Procedimento. Rio de Janeiro: Associação; 2016 [citado 2019 Set 08]. Disponível em: https://www.target.com.br/produtos/normas-tecnicas/27597/nbr10818-qualidade-da-agua-de-piscina-procedimento

Balczun C, Scheid PL. Free-Living amoebae as hosts for and vectors of intracellular microorganisms with public health significance. Viruses. 2017;9(4):65. https://doi.org/10.3390/v9040065

Denet E, Coupat-Goutaland B, Nazaret S, Pélandakis M, Favre-Bonté S. Diversity of free-living amoebae in soils and their associated human opportunistic bacteria. Parasitol Res. 2017; 116(11):3151-62. https://doi.org/10.1007/s00436- 017-5632-6

Strassmann JE, Shu L. Ancient bacteria-amoeba relationships and pathogenic animal bacteria. Plos Biol. 2017;15(5):e2002460. https://doi.org/10.1371/journal.pbio.2002460

Poor BM, Dalimi A, Ghafarifar F, Khoshzaban F, Abdolalizadeh J. Contamination of swimming pools and hot tubs biofilms with Acanthamoeba. Acta Parasitol. 2018;63(1):147-53. https://doi.org/10.1515/ap-2018-0016

Puzon GJ, Wylie JT, Walsh T, Braun K, Morgan MJ. Comparison of biofilm ecology supporting growth of individual Naegleria species in a drinking water distribution system. FEMS Microbiol Ecol. 2017;93(4)1-8. https://doi.org/10.1093/ femsec/fix017

Caumo K, Frasson AP, Pens CJ, Panatieri LF, Frazzon APG, Rott MB. Potentially pathogenic Acanthamoeba in swimming pools: a survey in the southern Brazilian city of Porto Alegre. Annals Tropical Med Parasitology. 2009;03(6):477-85. https://doi.org/10.1179/136485909X451825

Alves DSMM, Moraes AS, Nitz N, Oliveira MGC, Hecht MM, Gurgel-Gonçalves R, et al. Occurrence and characterization of Acanthamoeba similar to genotypes T4, T5, and T2/T6 isolated from environmental sources in Brasília, Federal District, Brazil. Exp Parasitol. 2012;131(2):239-44. https://doi.org/10.1016/j.exppara.2012.04.011

Taravaud A, Fechtali-Moute Z, Loiseau PM, Pomel S. Drugs used for the treatment of cerebral and disseminated infections caused by free-living amoebae. Clin Transl Sci. 2021;1-15. https://doi.org/10.1111/cts.12955

Huang SW, Hsu BM. Isolation and identification of Acanthamoeba from Taiwan spring recreation areas using culture enrichment combined with PCR. Acta Tropica. 2010;115(3):282-7. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2010.04.012

Mavridou A, Pappa O, Papatzitze O, Dioli C, Kefala AM, Drossos P, et al. Exotic tourist destinations and transmission of infections by swimming pools and hot springs: a literature review. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(12):2730. https://doi.org/10.3390/ijerph15122730

Vijayakumar R. Isolation, identification of pathogenic Acanthamoeba from drinking and recreational water sources in Saudi Arabia. J Adv Vet Anim Res. 2018;5(4):439-44. https://doi.org/10.5455/javar.2018.e296

Esboei BR, Fakhar M, Saberi R, Barati R, Moslemi M, Hassannia H, et al. Genotyping and phylogenic study of Acanthamoeba isolates from human keratitis and swimming pool water samples in Iran. Parasite Epidemiol Control. 2020;11:e00164. https://doi.org/10.1016/j.parepi.2020.e00164

Reyes-Batlle M, Gabriel MF, Rodríguez-Expósito R, Felgueras F, Sifaoui I, Mourão Z, et al. Evaluation of the occurrence of pathogenic free-living amoeba and bacteria in 20 public indoor swimming pool facilities. Microbiologyopen. 2021;10(1):e1159. https://doi.org/10.1002/mbo3.1159

Astorga B, Lorenzo-Morales J, Martín-Navarro CM, Alarcón V, Moreno J, González AC, et al. Acanthamoeba belonging to T3, T4, and T11: genotypes isolated from air-conditioning units in Santiago, Chile. J Eukaryot Microbiol. 2011;58(6):542-4. https://doi.org/10.1111/j.1550-7408.2011.00584.x

Possamai CO, Loss AC, Costa AO, Falqueto A, Cinthia F. Acanthamoeba of three morphological groups and distinct genotypes exhibit variable and weakly inter-related physiological properties. Parasitol Res. 2018;177:1389-400. https:// doi.org/10.1007/s00436-018-5824-8

Tillery L, Barrett K, Goldstein J, Lassner JW, Osterhout B, Tran NL, et al. Naegleria fowleri: protein structures to facilitate drug discovery for the deadly, pathogenic free-living amoeba. Plos One. 2021;16(3):e0241738. https://doi.org/10.1371/ journal.pone.0241738

Miller HC, Wylie J, Dejean G, Kaksonen AH, Sutton D, Braun K, et al. Reduced efficiency of chlorine disinfection of Naegleria fowleri in a drinking water distribution biofilm. Environ Sci Technol. 2015;49(18):11125-31. https://doi. org/10.1021/acs.est.5b02947

Dupuy M, Berne F, Herbelin P, Binet M, Berthelot N, Rodier MH, et al. Sensitivity of free-living amoeba trophozoites and cysts to water disinfectants. Int J Hygiene Environ Health. 2014;217(2-3):335-9. https://doi.org/10.1016/j. ijheh.2013.07.007

Visvesvara GS. Infections with free-living amebae. Handb Clin Neurol. 2013;114:153-68. https://doi.org/10.1016/ B978-0-444-53490-3.00010-8

Saberi R, Seifi Z, Dodangeh S, Najafi A, Abdollah Hosseini S, Anvari D, et al. A systematic literature review and meta-analysis on the global prevalence of Naegleria spp. in water sources. Transbound Emerg Dis. 2020;67(6):2389- 402. https://doi.org/10.1111/tbed.13635

Moreira LR, Rojas LZ, Murillo MG, Castro SEM, Sandí EA. Primary amebic meningoencephalitis related to groundwater in Costa Rica: diagnostic confirmation of three cases and environmental investigation. Pathogens. 2020;9(8):629-37. https://doi.org/10.3390/pathogens9080629

Behets J, Seghi F, Declerck P, Verelst L, Duvivier L, Damme AV, et al. Detection of Naegleria spp. and Naegleria fowleri: a comparison of flagellation tests, ELISA and PCR. Water Sci Technol. 2003;47(3):117-22. https://doi.org/10.2166/ wst.2003.0177

Downloads

Publicado

2022-06-01

Como Citar

da Rocha, M. J., Sousa, K. K., Carneiro, J. L. S., & Weber, D. M. (2022). Isolamento de amebas de vida livre potencialmente patogênicas em piscinas de uso coletivo localizadas no município de Redenção, Pará, Brasil. Revista De Ciências Médicas, 31, 1–12. https://doi.org/10.24220/2318-0897v31e2022a5222

Edição

Seção

Artigos Originais