Civilização e habitus fronteiriço na obra de José de Melo e Silva |Civilization and frontier habitus in the work of José de Melo e Silva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24220/2318-0870v24n3a4605

Palavras-chave:

Brasil-Paraguai, Educação, Fronteira, Historiografia, Processo civilizador

Resumo

O presente artigo visa refl etir sobre aspectos constituintes do habitus fronteiriço a partir das obras “Fronteiras guaranis” e “Canaã do Oeste”, de José de Melo e Silva. As referidas obras integram o corpus historiográfico sul-mato-grossense e revelam elementos integrantes do
processo civilizador da fronteira Brasil-Paraguai. Utiliza-se a Teoria dos Processos Civilizadores, desenvolvida pelo sociólogo alemão Norbert Elias, como aporte teórico. Habitus, entendido como segunda natureza, desenvolve-se no processo histórico-social que se constitui o desenvolvimento das diversas sociedades marcadas por fi gurações interdependentes. Compreende-se que o
habitus fronteiriço criticado por Melo e Silva na década de 1930, revela aspectos da constituição e dos processos civilizadores da fronteira Brasil-Paraguai. Suas observações revelam as interdependências dos processos sociais e o caráter histórico e social da constituição da identidade regional. Conclui-se que o processo civilizador fronteiriço está em curso e que as relações interdependentes entre brasileiros e paraguaios, descendentes guaranis, produziram um habitus distinto e característico da região.

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Biografia do Autor

André Soares Ferreira, Universidade Federal da Grande Dourados

Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação.

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Publicado

2019-10-23

Como Citar

Ferreira, A. S. (2019). Civilização e habitus fronteiriço na obra de José de Melo e Silva |Civilization and frontier habitus in the work of José de Melo e Silva. Revista De Educação PUC-Campinas, 24(3), 351–365. https://doi.org/10.24220/2318-0870v24n3a4605

Edição

Seção

Seção Temática: Educação e civilização